quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Reconciliados


“Naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, estranhos às Alianças da promessa, não tendo esperança, seu Deus no mundo.” Ef 2;12

“... sem Cristo...”
estar sem Ele, não significa apenas isso; como se o homem fosse um ente autônomo. Pela nossa condição de criaturas, feitas com inclinação para adoração, e um lapso que apenas O Criador pode preencher, quem estiver ausente dele, acabará refém do traidor que, usurpa ao lugar do Divino, sempre que pode.


Ouçamos Paulo: “... andaste segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, que agora opera nos filhos da desobediência.” Ef 2;2

Não há neutralidade; nossas atitudes fatalmente denunciarão as escolhas; “... a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para morte, ou da obediência para justiça.” Rom 6;16
Gostando ou não, se não estivermos com Cristo, estaremos ao alcance do “Príncipe das potestades do ar...”

“... separados da comunidade de Israel...”
O Salvador disse: “... a salvação vem dos judeus.” Jo 4;22 havia uma separação de origem espiritual, entre o “povo eleito”, que deveria ser representante de Deus, e os gentios. Estar alienado do povo da promessa, também deixava distante do Salvador. Tendo Ele vindo, a divisão entre os povos deixou de existir; “porque Ele é a nossa paz, o qual, de ambos os povos fez um, derrubando a parede da separação que estava no meio.” Ef 2;14

“... estranhos às Alianças da promessa.”
A primeira Aliança respeitava a Abraão e sua descendência. “... em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3 Embora a abrangência global da promessa, “todas as famílias da terra”, essa difusão não foi alcançada pelo judaísmo. Paulo ensinou que o vínculo era espiritual, não, sanguíneo: “Sabei, pois, que os que são da fé, são filhos de Abraão.” Gál 3;7

Depois, explicou: “As promessas foram feitas a Abraão e sua descendência, não diz: às descendências, como falando de muitas; mas como de uma só. À tua descendência, que É Cristo.” Gál 3;16 Antes, dissera: “Os que são da fé são benditos, com o crente Abraão.” Gál 3;9

A segunda Aliança, em Cristo, tinha o mesmo objetivo da primeira; abençoar aos fiéis; como os termos da primeira Aliança nunca foram plenamente obedecidos, pela incapacidade do homem caído, Deus radicalizou: “... sacrifícios, ofertas, holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram; então, (Cristo) disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, tua vontade. Tira o primeiro para estabelecer o segundo. Na qual vontade, temos sido santificados, pela oblação do Corpo de Cristo, feita uma vez.” Heb 10;8 a 10

Quando fazemos o santo memorial da Ceia do Senhor, evocamos o “Sangue da Nova Aliança”, pela qual, a promessa da bênção chega aos que creem.

“... não tendo esperança...” A esperança é um daqueles bens que se nota mais pela ausência, que pela presença. Como água e energia elétrica; na sua incidência nem notamos; caso faltem é que perceberemos melhor a utilidade que têm. Assim a esperança. Em seu curso normal nos faculta viver, planejar o devir, galgarmos degraus evolutivos no conhecimento, fazermos projetos, sonharmos, crermos.
Caso seus verdes ramos venham a murchar, a depressão, o pânico, e outras doenças psicossomáticas poderão encontrar brechas em nossas almas. Assim, além de um acessório precioso à fé, a esperança é um “insumo” valioso até para o exercício nas coisas ordinárias. Quem jamais ouviu que o desespero de fulano, deu azo a grandes males?

Mesmo a salvação, cujo vínculo primeiro é com a fé, que nos faculta certezas do que não vemos, enquanto não se manifesta, tem seu assento na esperança, como ensinou Paulo: “Porque em esperança fomos salvos; ora, a esperança que se vê, não é esperança. Porque, o que alguém vê, como esperará.” Rom 8;24

O fato dela ser invisível, como a fé, não elimina sua substância; antes, se evidencia nas atitudes que promove. “Qualquer que Nele tem esta esperança, purifica a si mesmo, assim como Ele É Puro.” I Jo 3;3

“...sem Deus no mundo.”
O Salvador ensinou: “Meu Reino não é deste mundo.” Assim, estar sem Deus em ambiente adverso, é estar desprotegido, a mercê do inimigo. Diferente do ecumenismo que, no afã de domínio político valida todas as religiões, a salvação demanda um relacionamento com Deus, mediante Jesus Cristo. Os termos são expressos na Sua Palavra.

Na verdade, o príncipe do mundo só se mostra nosso inimigo quando, reconciliamos com Deus. Antes, manipulava fingindo ser amigo. “... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Cor 5;19

Sermos amigos do Mais Forte é um luxo; mesmo em terreno adverso, somos abençoados; “Prepara-me uma mesa na presença dos meus inimigos...” Sal 23;5

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