“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo?” Sal 15;1
Em muitos casos, mais importante que saber as respostas, é saber as perguntas. Pois, quando inquirimos acerca de algo, deixamos ver nossos interesses, nossas preocupações.
O simples querer saber, quem habitará com Deus, é um indício de que Davi valorizava isso; tinha apreço pela ideia. Noutro salmo se esposa algo semelhante, como ditoso mesmo para os animais; “Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde ponha seus filhos; até mesmo nos Teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.” Sal 84;3
De certa forma, a pergunta: “Quem habitará nos Teus tabernáculos?” já traz embutida a resposta. Habitar, enseja a ideia de ter por hábito, determinada forma de ser. O salmo 23 também expõe o mesmo desejo; “Certamente a bondade e a misericórdia me seguirão, todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” V 6
Quando, frequentarmos a casa do Senhor se torna um hábito, há boas razões para presumirmos que, quem assim faz, mantém um bom relacionamento com Ele.
Eventuais encenações interesseiras, duram enquanto o interesse, durar; satisfeito esse, o “hábito” também se desfaz. Desse calibre muitos “paraquedistas” em ambientes espirituais que são movidos pelo egoísmo, não por algum afeto relativo ao Senhor.
Da mesma fonte que verte “habitat”, referindo-se ao lugar com o qual determinada forma de vida de identifica, também jorra, “hábito”. Assim, que tem seu habitat junto ao Santo, certamente, está buscando se santificar também.
Querer, alguém, viver em ambientes luminosos, pressupõe que esse, não tem coisas a esconder; “Quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;21 Assim, temos um traço relevante do habitante que investigamos; pratica a verdade.
Ocorre-me um dito que circula, tendo diversos autores citados; de modo a se tornar dúbia, qual a verdadeira origem; diz:
“O homem semeia um pensamento e colhe a uma ação. Semeia uma ação, colhe um hábito. Semeia um hábito, colhe um caráter. Semeia um caráter e colhe um destino.”
Desse modo, o “círculo virtuoso” que tiver por hábito aprender do Senhor, fatalmente desenvolverá em si o caráter Dele, e terá como destino habitar com Ele, por “longos dias”, a vida eterna.
Malgrado, o verbo aponte para um cumprimento futuro, “quem habitará?” a resposta remete ao presente; quem já habita. Se, como “rito de passagem” início do relacionamento, precisamos, “ir à casa do Senhor”, para estabelecer e fomentar nossa relação com Ele, a rigor, é preciso que façamos das nossas vidas, mediante comunhão e obediência, a casa Dele, para que Ele venha a nós; “... Se alguém Me ama guardará Minha Palavra e Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23
Assim como, quando vamos receber uma visita arrumamos o melhor que podemos nossas casas, e o cuidado será maior, quanto maior for a importância de quem virá a nós, assim, devemos limpar devidamente nossas vidas, para recebermos ao Senhor.
Ele diz: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Ou, que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: neles habitarei e entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso, saí do meio deles e apartai-vos diz O Senhor, não toqueis nada imundo e Eu vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para Mim, filhos e filhas, diz O Senhor, Todo Poderoso.” II Cor 6;14 a 18
Sendo nosso hábito a preservação da comunhão com O Eterno, nos Seus termos, quando Ele estabelecer os Seus escolhidos no “Santo Monte”, por certo estaremos no Divino rol. “O que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33
Diferente do que alguns podem pensar, a vida eterna não é um prêmio que fruiremos depois que morrermos; é uma escolha que devemos abraçar como modo de vida desde agora, mortificando as inclinações carnais da cruz.
Mais que à duração, refere-se à qualidade de vida espiritual, que devemos ter para agradar a Deus. Paulo aconselhou ao jovem Timóteo: “Milita a boa milícia da fé; toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo feito já, boa confissão, diante de muitas testemunhas.” I Tim 6;12
Por isso, reitero, quem habitará com O Eterno, depois, já habita Nele, desde agora. Se não o faz, a porta ainda está aberta.
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