quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Apostasia artificial


“Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo te comprarei; porque não oferecerei ao Senhor meu Deus, holocaustos que não me custem nada. Assim, Davi comprou a eira e os bois, por 50 siclos de prata.” II Sam 24;24

Severa peste fora enviada entre os hebreus, como juízo contra um censo indevido ordenado pelo Rei. Gade, o vidente, dissera-lhe que comprasse aquele lugar e fizesse um altar ali em sinal de arrependimento, para que a praga cessasse. Araúna apavorado, ao ver o rei vir a si, desejou dar-lhe, o local e os bois necessários; ao que, o rei recusou, como vimos acima.

O cerne foi, que ele se recusava a oferecer ao Senhor, algo que nada lhe custasse.

Há pouco deparei com uma propaganda da IA que prometia realizar meu sonho de escrever um livro, em uma hora. Eu daria a ideia e receberia a coisa pronta com 100% dos direitos autorais. Foi essa “proposta indecente” que remeteu meu espírito à saga de Davi.

Não que seja um sonho, escrever, atualmente; já o foi, noutros tempos. Mas, supondo que ainda fosse, eu blasfemaria contra O Eterno, trairia a mim mesmo, tendo sonhado com flores vivas faria um arranjo de flores de plástico?

Se o Jesus que agonizou e morreu por mim, fosse uma espécie de holograma, mero arranjo “piedoso” da “sétima arte”, até seria plausível alguém “corresponder” ao Divino amor, de modo fraudulento. Porque, meu suposto livro teria teor espiritual, claro!

Somos todo tempo espionados pelas máquinas, que, em grande parte conhecem nossas vidas, gostos, preferências. Já existem “pregadores” fomentados pela Inteligência Artificial; o que custa a esse sistema, criar um “Jesus” que conheça minhas dores e anseios, esteja disposto a me “aconselhar” após um culto.

Quando omissos quanto à santificação e necessário andar em espírito, recorrermos à IA para que faça por nós o que não queremos, não estaremos facilitando as coisas; antes, fugindo do que devemos, desobedecendo.

Com tudo o que lemos, ouvimos, podemos aprender; agora replicarmos estritamente, o que ouvimos, como se fosse de nossa autoria, até a lei dos homens recusa; prevê punições ao chamado plágio. Podemos aprender de todos, reitero; mas, façamos fogo com nossa lenha.

Me desculpem os que vendem seus esboços de “sermões poderosos”, mas não os quereria de graça. Uma mensagem não é mero arranjo de palavras bem ordenadas; antes, tem um espírito, que a fomenta, desenvolve e apresenta. O homem espiritual não consegue pregar estritamente, a mesma mensagem duas vezes. Pode ler o mesmo texto, dirigi-lo às mesmas conclusões, mas, fatalmente o desenvolvimento será distinto do que já foi.

Essa dependência do Bendito Espírito Santo, é que nos mantém vivos, e faz vivas as mensagens que entregamos.

Plutarco disse: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, um fogo a ser aceso.” Nosso espírito, mais ainda.

Aprendamos com Davi, a não oferecer ao Senhor, algo que não nos custe nada. Paguemos o preço devido em oração, estudo, santificação.
Eventualmente, uma mensagem de origem artificial, poderá parecer de melhor encaixe, soar eufônica, logica; mas sempre será uma flor de plástico.

Deveríamos aprender com a viúva endividada, assistida por Eliseu. O profeta mandou que ela provesse os vasos possíveis; enquanto havia algum vazio, o azeite fluiu milagrosamente. Nesses desvios da IA, nem carecemos nos esvaziar para sermos cheios; podemos estar cheios de todos os vícios; ainda seremos enchidos desde um manancial mentiroso, derivado da Árvore da Ciência, não, da Vida; como o apresentaríamos Àquele que deseja ser adorado em Espírito e em verdade?

O Apocalipse previu essa imagem falante; “Foi lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse; e fizesse que fossem mortos, todos que não adorassem à imagem da besta.” Apoc 13;15

Não é mera tecnologia; há um espírito por trás disso, com potencial para matar aos que não se submeterem. Mesmo que o engenho diga as palavras certas, pois, atuando pelo espírito errado, estará a serviço da oposição.

Desde sempre ouvimos falar das dez virgens, todas esperavam ao noivo, mas cinco delas sem o necessário azeite. Assim são os que primam mais pela quantidade do que produzem, que pela qualidade. Habituam-se a oferecer aquilo que não tem valor; quando “O Noivo” que sabe a realidade das coisas vier, o fogo enganoso não mais arderá; tardiamente descobrirão que traíram a si mesmos.

Sempre haverá um Araúna disposto a facilitar as coisas para nós, como aquele desejou fazer para com Davi. Cabe-nos manifestar o mesmo zelo; ele preocupou-se mais com o valor, que com o preço. “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, Ó Deus.” Sal 51;17

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