“Haverá muita bonancia (sic) em tua vida em 2025 Tomo posse”
Deparei com essa postagem nas redes sociais. Imagino que o autor quis dizer, “bonança”. A questão não é o erro de grafia, coisa que pode ser entendida. Mas, o número assombroso de améns, “tomo posse” “gratidão” e similares, revelando um aspecto doentio e preocupante das humanas inclinações.
Muitas publicações similares evidenciam que a coisa não é pontual; antes, uma epidemia de ingenuidade, fetichismo, perversão doutrinária, em consórcio com a preguiça de meter o peito n’água, em busca de progresso pelo trabalho.
Grassa mesmo entre os que se dizem cristãos. Depois que algum “iluminado” criou a doutrina do “poder da Palavra” da “confissão positiva”; os desafeitos ao trabalho saíram das suas tocas e subiram nas mesas.
O poder da Palavra não é um ensino bíblico? É. Vejamos: “A morte e a vida estão no poder da língua; aquele que a ama, comerá do seu fruto.” Prov 18;21
Quando se refere a morte e vida, atina ao testemunho que podemos dar com nossas línguas. Imaginemos, num contexto como aquele, onde havia pena de morte, acusarmos a alguém de um crime cuja punição fosse essa. Com mais uma testemunha do mesmo calibre poderíamos matar alguém, mesmo não sendo culpado. Coisa que foi feita contra Nabote, por exemplo. I Rs 21;13
Por ser nossa língua um instrumento assim, tão cortante, devemos ser cuidadosos no uso. “Não falarão os meus lábios, iniquidade, nem minha língua pronunciará engano.” Jó 27;4
Invés de ancorarmos expectativas num suposto poder, somos exortados ao dever; pois, “O Senhor cortará todos os lábios lisonjeiros, e a língua que fala soberbamente.” Sal 12;3 etc.
Tiago adverte sobre não misturarmos “água e vinagre”, diz: “Nenhum homem pode domar à língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, com ela amaldiçoamos aos homens, feitos à semelhança de Deus.” Tg 3;8 e 9
Assim, o que os difusores da famigerada “doutrina” fazem, é fundir ensinos que respeitam às palavras humanas, com A de Deus.
A Palavra do Eterno é poderosa. Por ela criou tudo o que há; por ela regenera aos que creem, por ela julgará o mundo; “A Voz do Senhor é poderosa, a Voz do Senhor é cheia de majestade; a Voz do Senhor quebra os cedros... a Voz do Senhor separa as labaredas do fogo...” Sal 29;4, 5 e 7
Nossa relação com ela deve ser de quem a “come”, se deixa moldar pelo que preceitua, antes de a ensinarmos a terceiros. “Como purificará o jovem, seu caminho? Observando-o conforme a Tua Palavra.” Sal 119;9 O jovem e todos os que andarem por caminhos impuros.
Ser primeiro corrigido pela Palavra, para depois corrigir mediante a mesma, é o sentido prático, do tirar a trave do próprio olho, antes de se ocupar com o cisco no olho alheio; ou, “estando prontos para corrigir toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6
Sabedor que o poder está na Palavra de Deus, não na humana, alguns conseguem entortar as coisas ainda; deixam a bíblia na cabeceira da cama aberta no salmo 91, para espantar maus espíritos. (conheci uma que assim fazia e sobre a mesma cama adulterava) invés de cumprir à Palavra a transformara num fetiche inútil. Os demônios devem ter rido dela.
Outros colocam nas geladeiras: “O Senhor É o meu pastor, nada me faltará.” Achando que isso garantirá uma geladeira sempre repleta. A ênfase, claro! no “nada me faltará.”
Certa vez presenciei uma cena engraçada: Uma mãe que vivia ao bel prazer, totalmente alheia a Deus, falou ao seu filho que temia ao Senhor, o verso supra; ao que ele respondeu: “É pastor de ovelhas, não de cabritos.”
As mudanças de calendário, todos sabem, são inócuas. Se alguns as usam como pretextos para comes e bebes e mandingas várias, não significa que alguma mudança acontecerá, necessariamente. Os que usam roupas coloridas conforme o que almejam, estão pedindo coisas aos “Orixás” não a Deus. Vergonhosamente muitos “cristãos” o fazem.
Uma mudança de mentalidade, segundo Deus, transforma radicalmente a pessoa. Primeiro, nos valores que importam deveras, os espirituais. Nas coisas cotidianas, O Senhor supre ao fiel, embora o desafie a fazer sua parte.
Devemos ser protagonistas das nossas melhorias materiais. Essa doença fugaz de presumir que alguma declaração pomposa fará as coisas acontecer, e seremos coadjuvantes das nossas aquisições, pela vasta aceitação que tem, já testifica que não vale nada.
O único “poder” que tais exposições exercem é deixar patentes as más inclinações, dos espiritualmente relapsos, e fisicamente preguiçosos. “Vai ter com a formiga ó preguiçoso! Olha para os seus caminhos e sê sábio”. Prov 6;6
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