sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

As adúlteras


“A sabedoria... está convidando desde as alturas da cidade dizendo: quem é simples volte-se para cá; aos faltos de senso, diz: Vinde comei do meu pão, bebei do vinho que tenho misturado. Deixai os insensatos e vivei...” Prov 9;1, 3, 4, 5 e 6

“A mulher louca... assenta-se à porta da sua casa... nas alturas da cidade, e põe-se a clamar aos que vão pelo caminho e passam reto pelas veredas, dizendo: Quem é simples volte-se para cá. Aos faltos de entendimento diz: As águas roubadas são doces, o pão tomado às escondidas é agradável; mas não sabem que ali estão os mortos, seus convidados estão nas profundezas do inferno.” Prov 9;13 a 18

Dois convites semelhantes; porém, totalmente antagônicos. Da Sabedoria e da mulher louca. O público-alvo, o mesmo; os simples. O local da busca também; nas alturas da cidade; ainda, o apelo de marketing: “Volte-se para cá.”

No “cardápio” as diferenças começam; “Vinde comei do meu pão, bebei do vinho que tenho misturado.” A proposta de Sophia; “As águas roubadas são doces, o pão tomado às escondidas é agradável.” A “mesa” da mulher louca. Águas roubadas e pão escondido é uma metáfora para relacionamentos proibidos, adultério.

Por fim, as consequências de uma, ou outra escolha; “Deixai os insensatos e vivei; andai pelo caminho do entendimento!” o resultado de se assentar, alguém, à mesa com a sabedoria.
“... ali estão os mortos, seus convidados estão nas profundezas do inferno.” A ceifa dos que preferem o apelo da adúltera.

Salta aos olhos que, tanto o convite à virtude, quanto, ao vício, naquilo em que podem ser iguais, eles são. Usam os mesmos apelos em busca das mesmas pessoas. Em geral, aquilo que vale mais costuma se assanhar menos. A Sabedoria figura seu sumo como sendo vinho, algo sóbrio, com um quê de amargo no teor. Enquanto, o vício propõe sabores melhores; “as águas furtadas são doces...”

Há uma espécie de “confissão” nos que se dão à falsidade. A certeza de que propõem algo mau, os leva a “dourar a pílula” para que pareça ter melhor apelo que aquilo que é bom. O “vinho” da sabedoria não promete ser doce; apenas, separar da insensatez e dar vida.
As “águas” da mulher louca, prometem destilar doçura, para acompanhamento de um “pão agradável”. Entretanto, o final essa doçura se fará demasiado amarga. “... não sabem que ali estão os mortos, seus convidados estão nas profundezas do inferno.”

Pergunto aos entendidos: Qual costuma trazer uma mensagem mais agradável; o verdadeiro, ou o falso profeta? A certeza que está obrando em falsidade, costuma constranger ao farsante, de modo a buscar pela doçura, como se essa fosse um substituto válido, ao lapso da verdade.

Quando Jeremias advertiu que vinha como juízo um cativeiro de setenta anos, o farsante da vez fez uma “releitura” e reduziu para dois anos. Jr 28;3 Qual soou mais agradável a quem ouviu? Contudo, durou mesmo setenta anos. A questão não era entre agradável ou desagradável; mas, entre verdade e mentira. Em se tratando das coisas espirituais, ainda é assim.

O verdadeiro Evangelho começa com um sisudo e troante “arrependei-vos!” Traz um quê de vinho seco, amargo de digerir. Onde ele é pregado de modo idôneo, longe de gerar entretenimento, enseja tristeza, arrependimento, compunção. Mas como Ele é uma vívida nuance da Divina Sabedoria, também consegue separar da insensatez a quem ouve, e dar vida. “Deixai os insensatos e vivei.”

As “mulheres loucas”, digo, as igrejas do entretenimento, da motivação ímpia via método coach, acenam com faustas grandezas a ímpios que sequer nasceram de novo; adoçam e servem grandes porções de sonífero, onde a carência é de despertador. Com a palavra, Paulo: “... Desperta tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

Todos somos alvos de um e outro, apelos. Tanto da escolha sóbria para preservação da vida, quanto, da ilusão festeira, para que as almas drogadas pelo engano sequer percebam suas reais condições.

Todas as “mulheres” cuja motivação é alinhada ao modo mundano de ser, são adúlteras, como ensina Tiago: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Muitas “igrejas”, antes sadias, adoeceram e adotaram métodos “inclusivos”, nome bonito para disfarçar a covardia em preservar na sã doutrina.

A sabedoria preceitua: “Deixai os insensatos e vivei”, vemos que ela separa do que não convém, invés de amalgamar.

Façamos a melhor escolha, “Porque o erro dos simples os matará; o desvio dos insensatos os destruirá; mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

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