terça-feira, 21 de janeiro de 2025

O discernimento


“Ora amados, nós que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia, da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação, no temor do Senhor.” II Cor 7;1

Nesse conselho aparentemente corriqueiro, salta aos olhos algo importante, que pode passar despercebido.

Imundícia do espírito? Andar em espírito é nossa postura mais alta. “Portanto, agora, nenhuma condenação há, para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.” Rom 8;1 “Porque a inclinação da carne é morte, mas a do Espírito é vida, e paz.” Rom 8;6 etc.

Exortações para andarmos em espírito estão em oposição aos desejos carnais, que atuam segundo a natureza caída; não, segundo o homem regenerado, espiritual. Logo, a carne seria o habitat das impurezas, o espírito, o meio de caminharmos com, e segundo, Deus. Entretanto, o verso em apreço aconselha que nos purifiquemos de imundícias do espírito? Como?

A prescrição de andarmos em espírito rejeitando às inclinações carnais, nenhum prejuízo sofre por causa desse conselho; devemos fazer assim. Entretanto, como “nem tudo o que reluz é ouro”, nem tudo o que é espiritual deriva do Espírito Santo.

Essa postura simplista e crédula de atribuir a tudo o que foge do “normal” a Deus, apenas por ser espiritual, é uma doença antiga.

Quando O Eterno deu permissão ao Capiroto para tocar nos bens de Jó, aquele foi com sede ao pote. De uma vez, no mesmo dia, soltou as garras e destruiu tudo; usou vendavais, quadrilhas de salteadores, fogo fez cair dos céus, queimando aos rebanhos e servos. Os que leem o sobrenatural como oriundo, necessariamente, do Senhor, relataram como viram; “... fogo de Deus caiu dos céus e consumiu às ovelhas e os servos...” Jó 2;16

Uma leitura assim, simplista, para os homens daqueles dias, é compreensível; mas, estamos noutro tempo, com melhores informações.

“Amados, não creiais em todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque, já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” I Jo 4;1

Qual o sentido do dom de discernir espíritos, se essa ameaça não existisse? Alguns fazem uma leitura superficial, também, do dito que não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, contra espíritos maus, como se vivêssemos numa fábula, estilo “Ghostbusters”, imaginada pelo cinema.

O texto supra que preceitua provarmos aos espíritos, os apresenta como hospedados nos falsos profetas. Embora sejam entidades espirituais, atuam mediante pessoas de carne e sangue, às quais devemos resistir, quando oportuno.

Qualquer ensino que destoe da Santa Palavra, oblitere o conhecimento, é derivado de doutrinas de demônios, às quais convém resistir, uma vez identificadas; são imundícias espirituais tentando nos ludibriar. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo, todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10;4 e 5

Está cheio o mundo de doutrinas espúrias, ensinos daquele que se transfigura em anjo de luz para enganar; essas seitas têm seus ajuntamentos, de gente convicta que está no caminho certo, malgrado, precise omitir porções importantes da Palavra da Vida, acrescentar coisas, distorcer outras.

Mesmo onde a confissão doutrinária é ortodoxa, existem muitos falsos profetas, que, buscando atrair para si os que deveriam ser conduzidos Cristo, se esbaldam em “revelações” cuja única coisa que revelam é o espírito enganoso, que anima a esses “profetas.” “Purificai-vos da imundícia do espírito!”

Em alguns casos, o engano se veste de modo tão sutil, que as palavras do enganador são iguais às do que é autêntico. Apenas, o espírito e a intenção destoam. 

Eventualmente nos vemos diante de algo, que nosso espírito rejeita, sem que o entendimento alcance o motivo; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura. Não pode entende-las porque elas se discernem espiritualmente; mas, o que é espiritual discerne bem a tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Esses dois homens estão em nós, os convertidos; o natural, que não entende, e o espiritual que discerne. Quando o espírito em nós, disser não! mesmo que não entendamos, nossa postura deve ser, não. Oportunamente entenderemos o motivo.

Se o texto que prescreve provarmos os espíritos sugere fazermos os tais se pronunciarem sobre O Ser de Cristo, os que difundem ensinos espúrios, já expões suas identidades, diante de quem pode ver. Sendo capazes de aos discernir, nem os careceremos provar.

Assim como uma cédula falsa, de dinheiro, é identificada apenas por quem conhece detalhes das verdadeiras, também as coisas de Deus. É o conhecimento da Palavra da Vida, que nos imuniza contra as imundícias da morte. Purificai-vos!

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