“Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia teu pé das suas veredas; porque seus pés correm para o mal, se apressam a derramar sangue.” Prov 1;15 e 16
O sábio ensina evitar companhias daqueles que, cometem maldade com prazer, “seus pés correm para o mal.” Ora, em geral, as pessoas se apressam por coisas que lhes agrada. Assim, se um jovem com a personalidade ainda em formação caminhar com os tais, fatalmente terá noções de bem e mal, do que apraz, e o que não, distorcidas.
Quando as consequências assomam, só então, percebem contra quem fizeram o verdadeiro mal; “... estes armam ciladas contra seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas.” Prov 1;18
Quem aprende coisas erradas desde tenra idade, ocasiona que essas se tornem, como partes da sua natureza. Por Jeremias O Senhor pergunta: “Porventura, pode o etíope mudar sua pele, ou, o leopardo suas manchas? Então, podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23
Há quem espose o fatalismo dizendo que, alguns nascem para ser bons, outros, ruins; assim, estaríamos fadados a ser o que os deuses decidiram por nós.
Mesmo Demócrito, que viveu na cultura grega antiga, com sua rica mitologia onde, o fatalismo era bem enraizado, pensava diferente; “Bondade se aprende”, dizia. A educação, não o Fado, delineia caminhos. Essa é derivada de uma escolha dupla; requer quem ensine e quem aprenda.
Se o fatalismo, como pulsava então, exposto nas peças teatrais, como Édipo Rei, de Sófocles, fosse veraz, seríamos inimputáveis, sem culpas. Faríamos apenas o que nos fosse determinado de antemão. Todavia, isso evidencia a noção que alguns pensadores da época tinham dos deuses.
Desconheciam, O Deus Único. Perante Ele, somos responsáveis pelas nossas decisões, feitores dos próprios destinos, nos rumos que tomamos; não, títeres de uma divindade que nos levaria ao seu bel prazer. Certo que O Eterno planeja coisas para nós; mas nos chama a cooperarmos; caso não queiramos, permite que façamos nossos próprios caminhos. Apenas adverte que devemos ser consequentes. “Porque o erro dos simples, os matará; o desvio dos insensatos os destruirá; mas o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temos do mal.” Prov 1;32 e 33
Por isso, o preceito de se ensinar o dever aos pequenos; “Educa a criança no caminho que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6
Muitos resquícios do fatalismo irresponsável persistem em nossa cultura ainda. Morre alguém de forma inesperada, e logo o “Simplício” filosofa: “Quando chega a hora não tem o que fazer.” Ora, a maioria das mortes que acontece, não tem nenhum vínculo com a vontade Divina. O sujeito escolhe dirigir temerariamente, e perece no trânsito; se dá a vícios de toda sorte e esses abreviam os dias também; se entrega a alimentações insalubres e elas trazem consequências semelhantes.
Esses erros e outros mais, como as escolhas de más companhias, junto a quadrilheiros violentos, como vimos no início, têm o “efeito colateral” de abreviar os dias dos que, nisso erram. Não morrem quando chegou a hora; mas quando chega o fim, por alguma consequência previsível ou fortuita que espreita ao longo do caminho escolhido. “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas no seu fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12
O primeiro dos Salmos traz: “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1 Esse abençoado faz escolhas quanto aos conselhos que segue, às companhias de jornada e mesmo, dos que participarão dos seus momentos de lazer.
Porém isso ainda é pouco. O tal, se ocupa em conhecer a Deus como Ele se revelou; “Tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita de dia e de noite.”
Pois, manter distância de maus ambientes e companhias é uma profilaxia contra o mal ao redor de nós. Conhecer a Deus, Sua Santidade, Seus ensinos, Sua Lei, nos capacita a lidarmos que o mal que está dentro de nós.
Se alguém presumir que não há maldades em suas inclinações, deve começar o tratamento pela presunção, que, nesse caso poderá ser diagnosticada no prefácio da obra.
Spurgeon dizia que os pecados que admitimos, confessamos, são apenas os mais vistosos. Como um fruticultor expõe seus melhores frutos na feira; mas, no pomar lá em casa, ainda resta uma infinidade. Por isso, além dos nossos belos “frutos” devemos orar como Davi: “Quem pode entender os próprios erros? Purifica-me Tu, dos que me são ocultos.” Sal 19;12
“Podemos tentar evitar de fazer escolhas através de não fazermos nada, mas mesmo isso é uma escolha.” Gary Collins
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