segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Sociedade possuída


“Andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, pelos sepulcros, ferindo-se com pedras.” Mc 5:5

O gadareno, e algumas nuances de sua escravidão à legião de demônios que o atormentavam.

"... de dia e de noite...” Dada nossa constituição, após determinado período de vigília, trabalho, necessariamente, carecemos certa medida de sono, para equilíbrio das energias. Se andarmos sempre, dia e noite, seremos fadados à exaustão.

Muitos que sofrem opressões similares, não conseguem identificar a origem. A ausência de paz, dos espíritos banidos do Reino da Luz, acaba assomando no comportamento daqueles que sofrem suas influências. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios...” Is 57:20,21 O justo, por sua vez, pode dizer: “Em paz me deitarei e dormirei, porque só Tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” Sal 4:8
À mulher adúltera, “faltavam freios”; “Estava alvoroçada e irrequieta; não paravam em sua casa seus pés. Foi para fora, depois pelas ruas, espreitando por todos os cantos;” Prov 7:11,12

Um dos frutos do Espírito é o domínio próprio; quem o produz, não precisa arfar em constantes inquietações; certamente terá seu tempo de repouso e meditação. Quando alguém se inquieta sem motivos aparentes, temos razões para considerar a hipótese de estar sob opressão maligna.

Aquele infeliz, malgrado andasse dia e noite, sem um repouso, exibia uma força descomunal; “Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, os grilhões em migalhas, ninguém o podia amansar.” Mc 5:4

Coloque-se a virtude como desafio e o canhoto fugirá; porém, para violência, transgressão, fortalece aos seus. Quando A Palavra ordena a vencermos o mal com o bem, ela está apresentando o “tendão de Aquiles”, do adversário. “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12:21

“... clamando pelos montes...”
clamar é natural se, alguém carece socorro, ajuda. Mas, tal clamor nunca será uma coisa difusa, atirada ao vento para ver onde cai; antes, terá um alvo e um objetivo precisos: “Esperei com paciência no Senhor, Ele se inclinou para mim, e ouviu meu clamor.” Sal 40:1

Sair uivando pelos montes como cachorro louco, talvez combine mais com o deserto de esperança na qual o inimigo erra, que com qualquer outra anomalia da alma humana. Assim, o possesso se tornara mero veículo de expressão das dores do canhoto, pela usurpação daquele que foi criado à Imagem de Deus.

“... pelos sepulcros...” se, sair alguém a clamar pelos montes é apenas uma errância privada de qualquer nexo, clamar pelos sepulcros não melhora a situação. Como o socorro a uma vida surgiria de um ambiente dedicado aos mortos? Ou, como disseram os anjos às mulheres junto ao sepulcro do Salvador: “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24:5

“... ferindo-se com pedras.”
Cuidar bem de si mesmo é uma atitude natural em todo o ser humano. Por que alguém ferira a si mesmo? Só quando o “si mesmo” está à mercê da inimigo, cujo labor preferencial é destruir à Obra de Deus.

Esses aspectos da ação do inimigo deveriam bastar, para que nos mantivéssemos à distância, dele; no entanto, grande parte da humanidade tem firmado parceria com o tal. Ora, dando vazão às inquietações várias, fugindo sem saber de quê; “... Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los...” Prov 28:1

Ora, “clamando pelos montes”; adotando uma religiosidade fútil, sem foco, objetivo; pavimentando a insanidade de considerar iguais, às coisas que são diferentes. Anda, pelos sepulcros, onde muitos incautos perderam suas vidas por confiar no engano; esses reiteram erros pretéritos quase que, com orgulho; meu avô foi assim, meu pai, idem, e também serei até o fim.

Por fim, ferindo-se, com “pedras” de Crack, agulhas para drogas injetáveis; maconha, cocaína...

É certo que O Salvador requer: “Negue a si mesmo;” porém, nos que O recebem, não vemos traços de sadismo e escravidão, como no possesso que estudamos; o mesmo, depois de liberto pelo Senhor já fez melhor figura; “... viram o endemoninhado que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo, e temeram.” V 15 Não obstante isso, pediram ao Salvador que fosse embora.

Pior que um possesso, escravizado que, pode ser, eventualmente, liberto, é uma sociedade deliberadamente ímpia, que avalia coisas, (no caso, porcos) como mais importantes que o ser humano.

Onde estiverem nossos corações, estará nosso tesouro; a maioria está nos prazeres imorais, para os quais é necessário que Jesus se afaste, pois, atrapalha. Quando, rejeitado, Ele se vai ofendido e pode não retornar mais; “Então clamarão a Mim, mas não responderei...” Prov 1;28

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