terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Homens "encarnados"


“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8:7,8

Quantas vezes escutamos que, de boas intenções o inferno está cheio? A ideia é que não basta querer o bem, o que é certo; carecemos da vontade para escolher, e poder para efetuar.

No caso do homem natural, que a Bíblia chama de carne, ou, que vive na carne, mesmo que, eventualmente alguma emulação o desafie, um rasgo de boa vontade convide, a abraçar a virtude nos domínios espirituais, isso está fora do seu alcance.

A inimizade fomentada pelo canhoto na queda, desde o surgimento do ego torna más, até mesmo as coisas “boas”, pela autonomia indevida, e a situação espiritual dos autônomos; pois essas ações, invés de glorificarem a Deus, buscam o brilho próprio, poluindo-as pelo concurso da má intenção; ou, da justiça própria. Nesse caso, a autoconfiança é mais que má; maldita. “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17:5 Um coração alinhado ao do Senhor, faz o que é certo perante Ele, por amor a Ele; não, diante de câmeras.

Sem vida espiritual, nos é impossível ver naquela dimensão, bem como, entrar nela; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” João 3:3 e 5

Não significa que não sendo de Deus, quem faz uma boa obra, essa se torne má, necessariamente. Mas, não tendo sido resolvido o problema da vida, da reconciliação, a obra de quem está espiritualmente morto, também é reputada como morta. E, “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” Mat 22:32

Entre as várias mudanças ocorridas na conversão, está essa: “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo;” Heb 9:14 Se as consciências carecem ser purificadas depois de ter feito “obras boas”, no proveito aos semelhantes, é porque ainda são impuras as motivações, alienadas da Vontade do Senhor.

Nas questões matemáticas, a ordem dos fatores não altera o produto; mas, nas espirituais, altera. Quem pratica coisas para ser salvo, peca; blasfema, nega ao Feito Majestoso de Cristo; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Nem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2:8,9 Todavia, quem as faz, porque é salvo, glorifica ao Salvador, testificando do que Ele fez; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2:10

Logo, o primeiro passo é a reconciliação. O Único meio: Jesus Cristo; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

Quem, conhecendo a existência de Deus e Seu convite às boas obras, invés de crer Nele e obedecer, sendo salvo pelos Méritos de Cristo, devaneia que o pode ser pelas próprias forças, sua “boa ação” traz implícita uma blasfêmia. Como se, chamasse, ao Santíssimo de mentiroso; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10

Não se trata de vontade; antes, impossibilidade. “Os que estão na carne, não podem agradar a Deus.” Tal atuação é uma tentativa de colocar a força do braço, dinheiro, influência, circunstâncias, num nicho que tem a “medida exata da fé”; e “Sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11:6

Falando em poder, no seio cristão, presto se pensa em milagres, demonstração de sinais; é preciso cuidado com isso. A Bíblia adverte quanto aos sinais e prodígios da mentira. Esses que sopram, jogam paletós e derrubam pessoas, que fruto trazem às igrejas, que glórias oferecem ao Eterno? “Pelos seus frutos os conhecereis.”

O poder necessário, sadio que O Salvador confere aos Seus, atina a capacitá-los para agir como filhos, ingressando-os na dimensão espiritual, fortalecendo-os mediante O Espírito Santo. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1:12,13

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