sábado, 9 de dezembro de 2023

Medo de tomar banho


“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:20

“... todo aquele que faz o mal...”
Embora o individualismo que grassa, com sua escala de valores, gostos e nuances de personalidade; onde, eventual conselho ou correção equivaleria a alguém “se meter” na vida de outrem, os que adotam o mal como modo de vida, abstraídas algumas peculiaridades periféricas, são rebanho comum.

Nos humanos apreços, contam escolhas políticas, esportivas, estéticas, religiosas, situações financeiras adjetivadas por “classes sociais”, etc. No prisma espiritual, há dois rebanhos apenas. Os maus obstinados, que, decidiram ser assim a despeito das emulações da bondade, e advertências da justiça; e os maus arrependidos, que, convencidos pelo Amor de Cristo e pela verdade, se arrependeram, mudaram de vida; malgrado, imperfeitos, são reputados bons, pela bondade de Cristo incidindo sobre eles.

Os primeiros estão espiritualmente mortos; os outros, foram vivificados em Cristo, nasceram de novo comprometidos com os valores do Salvador.

“... todo aquele que faz o mal, odeia a luz...” O que a luz tem de tão ruim, que enseja ódio? O problema dela não é em si, estritamente; mas, no que opera. Ela mostra as coisas como são; quem é mau, não “acha bonito ser feio” como dizia certo humorista; o tal, não adota o mal, plenamente; a reputação de mau lhe incomoda; assim, se sua maldade desfilar “no escuro”, ele poderá posar de bom.

A Luz costuma dar nome, pelagem, tipo sanguíneo e até o DNA aos bois; estraga a festa presunçosa, dos que ostentam rótulos vistosos disfarçando produtos ordinários, nefastos.

Há uma “ética utilitarista” na maldade, que faz seus pacientes preferirem as trevas, por serem estas mais úteis na “construção de uma imagem;” de quem liga para aparências alienado da essência. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz...” v 19

Qualquer credo que dilua a verdade, afaste a responsabilidade individual, transfira culpa, por inverídico e inverossímil que seja, presto recebe anuência dos maus, mais por sua função secundária, de camuflar o ódio à luz, que por outra razão qualquer.

O espiritismo por exemplo, malgrado o cerne de sua doutrina negue a eficácia de Cristo, (se, cada pagaria seus erros em encarnações várias, Cristo não pagou nada) não obstante isso, digo, tem adeptos aos milhares, em todos os cantos.

O que ele tem de atraente? O fato que, faria de mim, invés de um agente moral, cujas consequências das ações incidiriam sobre mim, inda nessa vida, e eternamente, mero títere, de “carmas” pretéritos, cujos “boletos” não vencem nunca; eu teria a eternidade para pagar, voltando a viver aqui, tantas vezes, quantas, necessário fosse. Nada mais diabolicamente calculado, para ninar o berço dos maus contra a vigília das culpas, para que sigam alheios às consequências, dando asas a toda sorte de maldades e prazeres deletérios. A Luz de Cristo estraga isso; que ódio!!

“... não vem para a luz...” Deus fala, sinaliza, orienta desejando que o homem mau, objeto do Seu Amor, venha ao Seu encontro para ser perdoado, regenerado; todavia, não força ninguém a nada. Dissemina Sua Palavra visando convencer, persuadir, mas, não toca no arbítrio dado ao homem. Ir ou não para a luz, é escolha de cada um.

O “negue a si mesmo”, que tolhe do homem a gerência da própria vida em prol do Senhorio de Cristo, “nega” também toda gama de coisas que “por vergonha se oculta”. O perdão do Salvador nos possibilita um recomeço, Nele, sem a incidência dos antigos pesos. A Luz não apenas mostra nossa sujeira, pois; antes, também traz consigo a Água da Vida que nos lava. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5:19

“... para que suas obras não sejam reprovadas.”
Esse é o sintoma mais alarmante nas escolhas dos homens maus. Não se importam de ter o mal, como modo de vida; porém, não desejam ser conhecidos pelo que são. Maus. Pretendem fazer boa figura na festa da vida, com vestes furtadas. Sendo maus, mas, “vestindo-se” como bons.

Não querer ser reprovado até que é uma coisa boa. Porém, nos domínios da verdade. Por isso, O Criador colocou em nós a consciência, essa fonte íntima que valora escolhas, segundo os padrões celestes. Nela que, Deus nos aprova ou denuncia, a despeito dos apreços humanos.

A Luz de Cristo mostra-nos como somos; traz junto o agente de limpeza que dá o “branco” requerido para a festa nos Céus. “... ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros.” Ml 3:2 

No fundo, os “Cascões” têm medo do banho.

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