terça-feira, 19 de dezembro de 2023

As incertezas


“Tenho visto que não há coisa melhor que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é sua porção; pois, quem o fará voltar para ver o que será depois dele?” Ecl 3:22

Quando exortamos alguém ao desapego material, a ajuntar “tesouros no Céu”, somos confrontados pela “incerteza” quanto ao porvir; “como sabes o que existe lá? Quem retornou para contar?” objeções assim, nos são apresentadas.

Invés de incerteza, a fé é âncora; “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se espera; a prova das que se não vê.” Heb 11:1

As incertezas estão do lado de cá. Tiago aconselhou a nem contarmos com o dia de amanhã, sem a bênção do querer Divino; “... vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, contrataremos, ganharemos; digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, se vivermos, faremos isto ou aquilo.” Tg 4:13-15

O amontoar posses materiais, o mais sábio dos homens tinha certeza, da inutilidade disso; ensinou: “Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, conhecimento e destreza; contudo, deixará seu trabalho como porção de quem nele não trabalhou; também isto, é vaidade e grande mal.” Ecl 2:21 Como diz um provérbio japonês, “Se o teu filho for bom, não precisa de tua herança; se for mau, não merece.”

Portanto, quem usa a incerteza como argumento para não “investir” no além, se contradiz; num cenário de grandes incertezas se comporta “seguro”, enquanto, nas coisas que têm O Eterno como Fiador, duvida.

O Salvador contou de um que, tendo passado pro lado de lá, e visto como as coisas são, sofrendo a punição dos ímpios, desejou que um emissário voltasse para informar aos seus;
“... Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois, tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem Moisés os profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” Luc 16:27-31

Os “sinais de trânsito” para a eternidade, então, eram Moisés e os profetas; as Escrituras existentes. Agora, temos mais O Evangelho, em suas quatro reportagens, os “Atos dos Apóstolos”, as epístolas e o Apocalipse. Se isso não bastar, nada bastará.

Desgraçadamente, as pessoas sempre objetam que ninguém voltou para contar o que viu do outro lado, quando, desafiadas às renúncias necessárias segundo O Evangelho.

Contudo, se um “morto voltar” num “médium”, e disser uma série de coisas contrárias às Escrituras, geralmente, tais ditos serão tidos por verdadeiros. As emoções em ebulição, e um teor diabolicamente engendrado para entorpecer, farão o trabalho sujo.

Ora qualquer Capeta de quinta categoria, pode “revelar” coisas da intimidade de quem partiu; quantas delas não foi o próprio que ensejou, tentando e arrastando sua vítima ao erro? Todavia, se disser algo íntimo, pronto, estará “confirmado” que o/a falecido/a, voltou. Perigosa credulidade!

A Palavra é categórica: “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares, os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos? À lei e ao testemunho! Se não falarem segundo esta palavra, não há luz neles.” Is 8:19,20

Por fim, não é verdade que ninguém voltou. Cristo venceu a morte, ressuscitou e retornou; não foi para investigar como as coisas eram; antes, para pagar o resgate demandado pela Justiça Divina.

Ressurreto, esteve por cinquenta dias, aparecendo aos seus; em momento nenhum reformulou o que dissera; antes, reiterou seus Ensinos, e ampliou o entendimento das Escrituras, que vaticinavam sua vinda e Obra; “Começando por Moisés, e todos os profetas, explicava-lhes o que Dele se achava em todas as Escrituras.” Luc; 24:27

A Paulo, mostrou as coisas do Seu Reino; o apóstolo falou do veto de contar o que vira; citou a si mesmo na terceira pessoa; “Conheço um homem em Cristo que... Foi arrebatado ao paraíso; ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.” II Cor 12:2 e 4

Não podendo dizer, deu uma genérica “amostra do pano”; “As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.” I Cor 2:9

A pressa de fruir o “céu” na terra patrocina que os enganados amem o mundo; “... aquele que crer não se apresse.” Is 28:16

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