quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Inimigos da justiça


“Então os presidentes e príncipes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, não se achava nele nenhum erro nem culpa.” Dn 6:4

Daniel começara a destacar-se no reinado de Dario, o persa, isso incomodava aos invejosos, que, achavam que as honras e cargos destinados ao hebreu, ficariam melhor com eles. Assim, passaram a fazer um pente fino na sua vida, buscando qualquer deslize, por mínimo que fosse, para o acusar.

Na falta de lapsos de quem tinha a honestidade e fidelidade como norte, “fabricaram” um meio; “Então estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a acharmos contra ele na Lei do seu Deus.” Dn 6:5 Como não conseguimos acusá-lo por seus defeitos vamos pegá-lo pelas suas qualidades. É fiel a Deus e ora; criemos uma lei que proíba isso. Que simples tornar alguém honesto, um “fora-da-lei”.

Onde será que já vimos algo semelhante? Escrutínio rigoroso de todas as palavras e atos, de um governante honesto, acusações a torto e a direito, sem provas; investigações até a quarta geração, intentando derrubá-lo; assumindo um ladrão, o eterno passar pano, leniência, manchetes favoráveis, cortinas de fumaça ante os desmandos e desperdícios... Não sei, mas, juro que a história me lembra algo.

É fato que cada animal tem seu “falar” próprio; o balir é das ovelhas, zurrar dos jumentos, urrar dos leões, crocitar, dos urubus... etc.

Transportada a coisa como figura dos caracteres humanos, o honesto fala o idioma dos honestos, o patife é prolixo em patifês, o ladrão tem o linguajar próprio dos ladrões; cada um se identifica com algum traço de caráter, uma escala de valores. Vergonhoso é quando alguém apenas deveria reportar às coisas e não consegue, por subserviência e identificação com o crime.

Mais que o quê se fala, é preciso atentar para quem fala. Um patife falando mal de alguém honesto, por exemplo, é um elogio oblíquo; uma forma de dizer que ambos são diferentes. Essa é a ordem natural das coisas. Uma forma de se deixar patente que cada um possui escolhas morais diversas. O dia que um canalha disser que sou gente fina, por exemplo, estarei muito preocupado.

Há uma promessa de ventura aos servos de Deus, quando, ao serem difamados o forem, por causa dos seus valores em Cristo, e os agentes disso forem os mentirosos; “Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” 5:11,12

Por ser a carne, em suas inclinações, adversária de Deus e Suas Leis, “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7 O que o homem aplaude, não é o mesmo que os Céus aprovam; Cristo foi categórico: “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16:15

Os “cidadãos dos Céus” estão na terra como peregrinos, forasteiros; andam na contramão do mundo. Os que permanecem fiéis, claro.

Há muitos no meio das igrejas, que trazem para seu “cristianismo” toda sorte de cacoetes mundanos; a pretexto de contextualizar para atrair, tentam camuflar suas almas dúbias, ainda atraídas pelas coisas profanas.

Cristo e Sua Santa Palavra não bastam; carecemos coreografias, jogos de luzes, fumaça nos “Palcos”, grande invasão do feminismo, e em muitos lugares, a canonização da perversão sexual, com “ministros” LGBTs e “teólogos” liberais a defender a imoralidade.

Uma coisa é querer que todos aceitem O Evangelho; outra, seria perverter verdades eternas, pra “criar um Evangelho” que pareça aceitável aos ímpios paladares.

Se os invejosos persas, olhando para Daniel nada de réprobo encontravam, atualmente, está difícil de encontrar alguém idôneo, mesmo entre os que dizem servir a Deus.

Paulo anteviu os “tempos trabalhosos” que chegariam nos “últimos dias.” Não devemos “abaixar a régua” das demandas santas, porque os ímpios, eventualmente, desejam um caminho mais amplo.

O Salvador desafiou cada um, para que fizesse firmes suas escolhas, fossem quais fossem; “Quem é injusto, seja injusto ainda; quem é sujo, seja sujo ainda; quem é justo, seja justificado ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22:11

Daniel, mesmo em face da morte, foi fiel; O Senhor pelejou por ele; deu aos seus inimigos a sina que intentaram contra ele.

Quando a “sabença” é demais, os “espertalhões” acabam tropeçando nas pedras que espalham. “Ele apanha os sábios na própria astúcia; e o conselho dos perversos se precipita.” Jó 5:13

Nenhum comentário:

Postar um comentário