sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Última chance


“Veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e prega contra ela a mensagem que Eu te digo.” Jn 3:1,2

“... segunda vez...”
o profeta tentara fugir, achando que seria preferível isso, a obedecer.

Vulgarmente se diz que a primeira impressão é a que fica. Pois, quando comissionados pelo Eterno se, nossa primeira impressão for que a coisa não convém, que não devemos obedecer, geralmente essa visão escapista não é a que fica. Fatalmente seremos “convidados” a repensar.

A ideia de “fugir” do Senhor foi analisada; “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali, Tua Mão me guiará e Tua Destra me susterá.” Sal 139:7-10

Não significa que Davi tenha estado nesses lugares todos e comprovado “in loco” a presença do Eterno; antes, que por estar O Espírito Santo nele, onde quer que fosse, a Santa Presença iria.

Quando a mensagem de salvação pareceu “duro discurso” e o povo debandou, O Salvador não criou um segundo discurso com termos mais palatáveis; antes, perguntou aos discípulos: “Quereis vós, também, retirar-vos?” Pedro redarguiu: “Para quem iremos nós? Só Tu tens as Palavras de vida eterna.”

O fugir do Senhor “possível”, é fazer ouvidos moucos, bancar o desentendido quando não se quer obedecer. Assim fizera Jonas. Após três dias no ventre do peixe, repensou, arrependeu-se e pediu nova chance; foi atendido.

O Eterno não “suaviza” a missão, se essa soar demasiado dura; antes, capacita além de comissionar; numa eventual segunda chance, requer a mesma tarefa da qual nos esquivamos na primeira; “... prega contra ela a mensagem que Eu te digo.”

A ímpia ideia que A Palavra do Senhor carece ser “atualizada”, para adequá-la aos paladares moderninhos, não move um milímetro do Santo propósito; se tivermos novas chances, sempre serão na mesma vereda; “caminho estreito”, renúncias, obediência.

Ou, teria O Todo Poderoso falhado, e careceria agora de uma “segunda chance” para, finalmente, entregar Sua palavra como realmente pretendia? Paulo pensava diverso, em caso de conflito entre as vontades; “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3:4

A segunda chance de Jó, onde, além de ouvir sobre O Eterno, então “viu-o”, (forma como descreveu o, tê-lo ouvido diretamente) ocasionou uma mudança nele, fazendo-o mais humilde, não no Criador, tornando-O menos Santo; “... Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e eu não entendia. Escuta-me pois, e falarei; eu Te perguntarei, e Tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Jó 42:3-6

Invés de perguntar para que O Senhor ensine, o ímpio homem moderno se atreve por presumir ensinar a Deus; como se, a perfeição comportasse rasuras. “Ai daquele que contende com o seu Criador! caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” Is 45:9

Todo aquele que consegue “ver” Deus pelas coisas criadas e reveladas, assombra-se com a Santa Majestade e com a própria insignificância; só resta arrependimento com pó e cinza, como a Jó, invés da insana porfia de tentar emporcalhar o que É Santo, por se recusar a abandonar o que sujo.

Num sentido amplo, toda humanidade está na “segunda chance”; a primeira foi desperdiçada no paraíso, quando, bastaria permanecer na Palavra do Criador, para preservação da bendita sina em comunhão com Ele;

a segunda foi-nos facultada gratuitamente pelo Salvador, chamando os perdidos para que fossem achados novamente na regeneração do Senhor; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Num sentido estrito, os homens costumam desperdiçar dezenas, centenas de chances, sempre que o Amor Divino os busca mediante a Palavra da Vida; a longanimidade Divina, usada como “patrocinadora” da impiedade humana. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11

Como nada sabemos sobre o amanhã, é prudente tratarmos cada chance como sendo a última; uma hora, será; “O Homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29:1

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