sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

O preconceito


“Os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade; porque, acendendo uma grande fogueira, nos recolheram a todos por causa da chuva que caía e do frio.” Atos 28:2

O navio que levava Paulo preso a Roma, encalhara na ilha de Malta no Mediterrâneo. Chegando lá, os náufragos foram recebidos como Lucas relata acima. Os “Bárbaros” foram muito humanos.

Quem eram os bárbaros? De qual povo descendiam? Na verdade, não se tratava estritamente de um gentílico, uma etnia; antes, era um termo genérico, pejorativo, aplicado a muitos povos. Inicialmente, os gregos consideravam bárbaros aos que não fossem gregos. Reputados inferiores, alienados da cultura helenista, beócios, cruéis, belicosos, insensíveis.

Nos dias do Império Romano, os povos alheios à cultura de Roma; iberos, celtas, trácios, germânicos, persas, eram todos “Bárbaros.”

Derivados dessa palavra migraram até nossos dias. Quando algo hediondo acontece, presto adjetivamos como sendo uma “barbárie”; isto é: Algo próprio dos bárbaros. Cá no Rio Grande do Sul se usa a expressão, “barbaridade”, com sentido de espanto, também, de algo que extrapola ao “normal”; derivado da antiga ideia que, rotulava aos povos periféricos aos grandes centros culturais, daquela forma.

Então, posto isso, parece que temos uma “contradição” na narrativa de Lucas. Os bárbaros nos trataram de forma muito humana. Os frutos dos “bárbaros” deixavam ver que a pecha que sofriam era preconceito.

Atualmente se usa e abusa da ideia de preconceito, não por escrúpulos humanistas, upgrade civilizatório; antes, por vileza ideológica, onde, o fomento da luta de “classes”, divergências comportamentais, diferenças raciais, se mostra muito útil ao estratagema de “dividir para conquistar”.

Então, embora preconceito seja uma coisa abjeta, que deva ser combatida, na maioria dos lábios que fazem diatribes, não se trata, deveras, de defesa da igualdade; antes, da máscara de um preconceito maior, ideológico, buscando ser “canonizada” pela suposta luta, contra preconceitos pontuais. Uma cantilena pronta fazendo pose de oásis, em cérebros ermos.

Nos dias do Salvador existia isso bem enraizado. Quando determinado escriba perguntou ao Mestre: “Quem é o meu próximo?” O Senhor contou do “Bom Samaritano.” Mas, como poderia ser bom, se era um maldito samaritano? Sim, o preconceito era tal, a ponto de uma mulher de Samaria se espantar por Jesus ter falado com ela; “pois os judeus não se comunicam com os samaritanos.” Ruim é sentir-se superior a outrem; porém, a tal ponto, de sequer falar com o “inferior”, aí extrapola todos os limites.

Embora sejam os judeus o “povo eleito” descendentes de Abraão, havia algo mais que mero laço sanguíneo, que O Salvador buscava para referendar a descendência abençoada. Zaqueu era um deles; somente depois de crer em Jesus e se arrepender de seus pecados, que foi arrolado como da bendita estirpe; “... também este é filho de Abraão.” Luc 19:9 Paulo explicou: “Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.” Gál 3:7

João Batista “vacinara” contra a temeridade de confiar apenas no sangue; “Não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3:9

Eles continuam sendo alvo do Amor de Deus, semente bendita; mas, nenhum será salvo sem reconhecer ao Messias, que veio ao mundo como judeu. Felizmente, na reta final, muitos O estão reconhecendo.

Todavia, criou-se uma narrativa, (novo nome da mentira) que chama de “preconceito” à rejeição da perversidade sexual. Preconceito, como a palavra sugere, é um conceito prévio, “à priori”, antes de conhecermos as atitudes.

Como foi então, o de chamar aos maltenses de bárbaros, malgrado, fossem mui civilizados.

Nossas atitudes são nossos “frutos;” como nos comportamos numa área tão sensível como a sexual, tem grande relevância; o Mestre ensinou: “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos; toda a árvore má produz frutos maus.” Mat 7:16,17

Quem define o que é bem ou mal? O inimigo propôs que deveria ser o homem. “Vós sereis como Deus, sabereis o bem e o mal.” Sempre que ignoramos à Palavra de Deus e decidimos por conta, gostando ou não, estamos seguindo à palavra do Diabo. Sim, eu sei, “discurso de ódio.”

Os estragadores de palavras estragaram mais que “preconceito;” agora, advertir alguém que está agindo contra a vontade de Deus, para que não se perca, é “odiar”. Dividir para conquistar não eclode na política apenas; nas coisas espirituais, sobretudo.

O surgimento de “mestres” que esposam a defesa de posturas perversas em nome de “Amor” mata mais que armas de guerra, pelo número de pessoas que desvia para perdição.

Todavia, “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala...” 125:1

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