quinta-feira, 18 de abril de 2024

O invisível em evidência


“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

“Para que agora...”
essa afirmação sugere que, noutro tempo foi diferente; agora...

Deus sempre desejou ser conhecido através do Seu povo. Quando ensinou seus preceitos, anexo aos cuidados com os escolhidos trazia esse alvo. “Guardai-os e cumpri-os, porque isso será vossa sabedoria e entendimento perante os olhos dos povos; que, ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus... ?” Deut 4;6 e 7

Não apenas entendidos, mas íntimos do Senhor. A escolha do povo hebreu, dava-lhes o privilégio de serem povo exclusivo do Senhor, e a responsabilidade de serem uma embaixada dos Céus na terra.

“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes Minha Voz e guardardes Minha Aliança, então sereis Minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é Minha. Vós Me sereis um reino sacerdotal e povo santo...” Ex 19;5 e 6

O propósito do Eterno esteve longe de ser alcançado, pelos descaminhos em que se extraviaram os escolhidos. Mediante Isaías, O Criador alegorizou Sua decepção: “Que mais se podia fazer à Minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? ... Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;4 e 7

O Divino propósito de ser conhecido mediante Seu povo fracassou, por causa da subserviência humana aos maus desejos, coisa que aconteceria, inexoravelmente, com qualquer etnia. A submissão aos desejos da carne, em rebeldia contra os mandamentos Divinos é um mal que se espraia entre todos; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Aludindo e contrapondo-se àquela videira que degenerou e deu maus frutos, O Salvador disse: “Eu Sou a videira verdadeira, Meu Pai É O Lavrador. Toda a vara em Mim, que não dá fruto, tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais.” Jo 15;1 e 2

A impossibilidade humana de frutificar como Deus deseja, foi evidenciada também pelo Salvador; “Estai em Mim, e Eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim. Eu Sou a videira, vós as varas; quem está em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.” Vs 4 e 5

Embora desejando ser conhecido, não tendo sido devidamente representado pelo Seu povo na Antiga Aliança, agora, em Cristo, isso mudou; “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem vê a Mim vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jo 14;9 “... falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da Sua Glória, Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;1 a 3

Em Jesus Cristo, a Expressa Imagem do Eterno foi vista e ainda pode ser. Naquela ocasião, o privilégio e a responsabilidade foram dos Hebreus; hoje, cabe aos cristãos; “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.”

A conversão não é um convite a desfrutarmos de vantagens em Deus; antes, o privilégio de sermos salvos da perdição, das inclinações perversas do mundo, e a reponsabilidade de representarmos ao Santo, com nossas atitudes, não com palavras; “Como é Santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda vossa maneira de viver;” I Ped 1;15

Mera profissão sem obras correspondentes é fé morta, que Tiago denunciou; “... a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, eu tenho as obras; mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei a minha, pelas minhas obras.” Tg 2;17 e 18

Fomos ensinados a fazer nossas petições em Nome de Jesus; mais que um poder que avaliza nossos pleitos, isso é um compromisso que os limita. Como pediríamos em Nome Dele, coisas que Ele desaprova? “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Somos responsáveis por representar O Santo diante desse mundo. Façamos, pois, de modo honroso. “... aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

quarta-feira, 17 de abril de 2024

A queda do Faraó


Uma mentira mil vezes repetida torna-se uma mentira enfadonha, insuportável. Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, defendia que se tornaria verdade. Como a frase dele era mentirosa, quando formulada, ainda segue sendo mentira, uns oitenta anos após. Será que não foi suficientemente repetida?

Os fabricantes de narrativas precisariam aprender, (embora não o farão) que a verdade é uma barreira que não pode ser removida aos gritos. As muralhas de Jericó caíram quando o povo gritou, não por causa dos decibéis; mas, porque Deus as queria derrubar. No mais, como disse o apóstolo Paulo, “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

O Brasil passou décadas, refém do “Teatro das Tesouras”, onde, atores canastrões interpretavam pelejas renhidas, enquanto dividiam o país entre si; até a surpreendente vitória de Jair Bolsonaro em 2018.

Os teatrólogos, quando viram que a vitória dele era irreversível, afiaram a faca e alugaram Adélio; afinal, era urgente que “defendessem à democracia.”

Como a “defesa direta” falhou, afiaram os dois gumes das línguas, e passaram quatro anos, colando rótulos depreciativos e mentirosos, num homem honesto, que, convalesceu do atentado, enfrentou uma pandemia, teve oposição da imprensa, STF e Congresso, além dos partidos de oposição; ainda assim, gerou empregos, mais de 400 mil com carteira assinada, enxugou a máquina estatal, coibiu gastos desnecessários e entregou o país com um superávit acima de 50 bilhões.

Esses números associados a ausência de arroubos autoritários que seus desafetos garantiam que ele tomaria, recrudesceram o apoio dos que já lhe eram leais, e conquistaram a muitos que vacilaram, desencorajados pelas falácias dos opositores.

Assim, sua reeleição seria inevitável, se, os votos não fossem “contados” numa “sala baixa” onde só, anões Morais poderiam entrar.

Oficializado o “resultado” do pleito, com tanta credibilidade, quantos cabelos ostenta o Supremo Xandão, o ladrão que não poderia concorrer por duas razões; estava condenado e não tinha ficha limpa, voltou “à cena do crime” como advertira seu vice, Geraldo Alckmin.

Desde então, nosso país descobriu a “democracia relativa”, que, traduzida em miúdos significa, sem povo. O “fascista” Bolsonaro continua atraindo multidões por onde passa; o “Pai dos pobres” só se atreve entre plateias amestradas, ou, miseráveis alugados a pão e mortadela.

Todas as medidas ditatoriais que tolheram jornalistas, influenciadores, e parlamentares de direita, sempre eram tomadas “em defesa da democracia”. Ao atropelo das leis, sem devido processo, e sempre no STF, mesmo, contra quem não tem foro privilegiado.

A ameaça "totalitária" de Bolsonaro e seguidores precisava ser contida a todo custo. Dada a “nobreza” das razões, esses deslizes eram um mal menor, em defesa da nossa nação.

A mínima discordância com a quadrilha empoderada, invés de tida como uma crítica, sempre foi tratada como um “ataque às instituições”, uma “conspiração de extrema direita”, um câncer a ser extirpado na origem.

Bolsonaro esteve no poder por quatro anos. A quantos prendeu? Desmonetizou? Censurou? Impediu de trabalhar? Forçou a tomar vacinas? Nenhum. Onde então a ameaça? Nas torneiras da corrupção fechadas; no projeto lulo/comuno/totalitarista ameaçado; na crise de abstinência dos corruptos, dos três poderes, e da imprensa.

O Faraó do STF estava pintando e bordando sem restrições, até que, por desafeito a conhecer limites, pisou no calo de Elon Musk, o bilionário sul africano.

Na sua sede perseguidora aos que “ameaçavam à democracia” impunha às plataformas digitais, censura, banimento, exclusão de personalidades de viés direitista, requerendo ainda, que essas ações fossem qualificadas como política interna das plataformas, não demandas do ministro.

Mais de uma vez escrevi que, no devido tempo todos entenderiam o que significa, “Deus acima de todos”, parte do lema do Bolsonaro.

Como nenhum brasileiro podia nem sequer criticar ao Xandssés, o Faraó, sem ser preso ou ameaçado de prisão, Deus usou ao milionário Elon, para jogar “defesa da democracia” no ventilador, de modo que, o mundo inteiro pudesse ver, como agora, pode.

Imprensa internacional, Congresso Americano, Parlamento Europeu, Tribunal de Haia, começam a ser inteirados do que eles fizeram; e, os que acreditavam que falácias destiladas no modo cantilena, se tornariam verdades, começam a descobrir que, não.

Além de cheirar mal, a coisa produz uma reação em cadeia, onde parte dos ratos de “la prensa” já abandonam o navio; pois, as temidas “pragas” da justiça e da verdade sonegadas, pouco a pouco são enviadas, evidenciando que, os pés do Faraó e asseclas eram de barro.

Em poucos dias não ficará pedra sobre pedra, no reino de “Alexandria”; inocentes serão libertos, e teremos nova “reação em cadeia”; os que lá já estão e aplaudem a gatunocracia vigente, reagirão estupefatos, vendo tantos “grandes” finalmente adequados ao nicho que lhes convêm. Até a morte de Celso Daniel voltará à cena, e os matadores serão julgados.

Os conselhos


“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Conselheiros são uma coisa boa. Uma dádiva ter alguém que enxergue mais longe, para nos ajudar a encontrar o caminho. Os reis na antiguidade tinham os seus para as decisões importantes. Muitos inda têm.

Assuero, Rei da Pérsia, tinha sete conselheiros, príncipes que o ajudavam nas horas difíceis. “Os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, e Memucã, os sete príncipes dos persas e dos medos, que viam a face do rei, e se assentavam como principais no reino.” Et 1;14

Tanto era comum tal assessoria, que, Salomão escreveu: “Com conselhos prudentes tu farás a guerra; há vitória na multidão dos conselheiros.” Prov 24;6

Ter que usar nossas armas contra conselhos, pode parecer meio contraditório. Todavia, o traidor mor costuma tentar a cada um naquilo que sabe ser sua inclinação; conforme a direção dos ventos, direciona suas velas.

Ao homem descuidado que pode derrubar com um seixo, por que usaria munição melhor? Porém, ao que se debruça sobre A Palavra de Deus, para nela meditar e aprender, contra esse, tentações grosseiras, não teriam eficácia. Então, o “Pai da mentira” posa de conselheiro espiritual; alguém que “sabe o caminho das pedras”, para ver se nos seduz.

Paulo se encarrega de qualificar a quais conselhos devemos resistir, melhor; destruir. “... destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus...”

Noutra parte foi mais específico: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Falas adocicadas por presumidas boas intenções, embaladas com requintes de cultura, envernizadas por uma retórica sofisticada, podem obrar em direção à sonolência dos que a ouvem, ou leem; a riqueza da forma rebuscada, pode virar um truque para cobrir com artifícios, ao conteúdo raso, herético, que atua contra o conhecimento do Eterno.

Paulo era um homem culto; porém, deixou claro que essas coisas tinham utilidade periférica; que o objetivo de sua mensagem era anunciar O Salvador; “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã.” I Cor 1;17

Noutra parte foi mais enfático no valor das coisas meramente culturais, em face às espirituais; “Na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.” Fp 3;8

Todas as coisas, cultura, renome, relevância social... tudo aquilo, embora tivesse seu valor e utilidade, empalidecia, perdia o sentido se, cotejado com a Excelência de Cristo. Assim ainda é.

Portanto, quando um conselho nos buscar, por bem vestido que esteja, analisemos antes, a que rumo nos encaminha. Mesmo certos sinais, Deus permitia ser operados por falsos profetas, cuja consequência seria afastar o povo, Dele.

Por essa consequência, aqueles, os portentosos sinais deveriam ser rejeitados. “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal coisa, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo vosso coração, e com toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

Portanto, mais que conselhos enganosos podem nos testar, também, milagres oriundos de servos do maligno por atuarem para nos desviar da verdade. 

Por isso, impossível exagerar a importância do Espírito Santo em nós, abrindo nossos olhos. “O que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

As sutilezas do canhoto podem burlar nossas defesas naturais; mas, quem habituou-se a escutar o parecer do Espírito na consciência, não será ludibriado. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Por isso a exortação para não confiarmos no potencial humano, sob pena de maldição; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Reconhecida essa dependência, seremos socorridos sempre que necessário; “Em Deus faremos proezas, pois Ele calcará aos pés os nossos inimigos.” Sal 108;13

Palavras que matam


“Foi por causa dos pecados dos profetas, das maldades dos seus sacerdotes, que derramaram o sangue dos justos no meio dela.” Lm 4;13

Jeremias lamentando entre as ruínas de uma cidade arrasada, e investigando as causas; evocando memórias do que se dera naqueles dias tão nefastos.

Fora rejeitado em todos os níveis sociais; quando achou pouco difundir sua mensagem entre os mais pobres, e decidiu ir aos grandes, encontrou a mesma rejeição; “... Deveras estes são pobres; são loucos; não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, falarei com eles; porque eles sabem... mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Jr 5;4 e 5

A resposta à Palavra de Deus não depende da condição social, mas da inclinação espiritual. Essa balela que Deus prefere aos pobres é derivada de misturas de comunismo com cristianismo. Cristo mandou sermos misericordiosos, socorrermos aos pobres, mas, não fez da pobreza uma virtude, uma entrada franca ao Reino de Deus. Sem arrependimento e cruz, ninguém; seja rico, seja pobre.

Deus busca aos fiéis; “Meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6 

Prefere a justiça, independentemente das posses de cada um; “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; numa demanda não falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

A justiça, não, a condição social; nem mesmo o desejo da maioria, deve ser a régua para aprovação ou reprovação de alguém.

Jeremias não sofrera uma rejeição pontual, num momento de crise, ou, motivado por alguma fala mais dura. Foi ignorado por muito tempo. “Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim A Palavra do Senhor e vos tenho anunciado, madrugando e falando; mas, não escutastes.” Cap 25;3

Quem rejeita à Palavra de Deus não fica numa simples neutralidade, como se, não precisando ouvir nada. Em geral, a substitui, com suas implicações transformadoras, suas demandas confrontadoras, por outra, "similar", que também se presuma de Deus, porém, com sabor mais “agradável.”

Essa doença do homem insensato que prefere trair a si mesmo a ser curado, faz a fortuna dos farsantes; pois, usam seus “talentos” para saciar a mútua fome de enganos; como disse o filósofo dinamarquês, Soren Kirkegaard: “Para dominar as multidões, basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentiras.”

Dominar a outrem, pode parecer desejável ao orgulho humano, todavia, como nenhum de nós está apto, no final, na colheita dos frutos desse domínio, a coisa redundará em desgraça, como vaticinara Salomão; “... há tempo em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Pois, durante o tempo em que Jeremias fora rejeitado, falsos profetas e sacerdotes dominaram ao povo, com suas bajulações, e mentiras; “A quem falarei e testemunharei, para que ouça? Eis que os seus ouvidos estão incircuncisos, não podem ouvir; A Palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa e não gostam dela.” Cap 6;10

Dado que só tinham paladar para mentiras, enganos, eram esses os “profetas” que escolhiam; “Curam superficialmente a ferida da filha do Meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” V 14

Desgraçadamente, passados mais de 2500 anos daquele tempo, a sina de não gostar da Palavra de Deus, preferir os bajuladores a serviço do engano, ainda grassa, cada vez mais pujante. Entre um que ensina retamente a Palavra, e outro que cobre aos rebanhos incautos de promessas que “O Senhor lhe mostra”, adivinhe quem é o preferido?

Óbvio que é mais agradável escutar promessas, que, correções. Entretanto, a sensação imediata não é aferidora de nada no prisma espiritual. O que define o valor das coisas é aonde elas nos conduzem; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Pois, aqueles caminhos “agradáveis” apontados pelos mentirosos estavam frutificando; Jeremias bem sabia de quem era o mérito pelo plantio. “Foi por causa dos pecados dos profetas, das maldades dos seus sacerdotes...”

O vero mensageiro teme ao Senhor; sabe que está lidando com vidas, não com aceitação eventual. Suas palavras podem derramar sangue; não se atreve a falar de si mesmo, senão, de Deus.

O perigo de não gostarmos da Palavra de Deus, é ouvirmos a oposição, isso como juízo já; “... porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira;” II Tess 2;10 e 11

terça-feira, 16 de abril de 2024

Não apaguem a luz


“O hipócrita com a boca destrói seu próximo, mas os justos se libertam pelo conhecimento.” Prov 11;9

Várias coisas podem ser contrapostas diferenciando o hipócrita dos justos; mas, a primeira que chama atenção, é o alvo que cada um, mira. Enquanto os justos buscam conhecimento para se verem livres da ignorância, o hipócrita ataca ao próximo, visando destruí-lo.

O primeiro passo para a cura da enfermidade é o diagnóstico; através do qual, pelos sintomas do enfermo o especialista entende o problema.

Se, eu estiver com lapsos de conhecimento ético, moral, espiritual, e invés de tentar supri-los pelos devidos meios, resolver ignorar isso e achar que os problemas da vida residem todos nos semelhantes, cometerei dois erros; não verei minhas faltas, e darei às alheias, uma incidência que elas não possuem.

Quem, invés de uma autoanálise honesta, em busca de suas fraquezas, prefere “analisar” ao semelhante, partindo para ofensas destrutivas, deixa evidentes seus “reflexos condicionados” a fugir de si mesmo, e colar em outros, certos rótulos; deveria administrar na própria alma, os lenitivos que necessita. Primeiro, o cisco do meu olho; depois, quiçá, o do semelhante.

A Bíblia denuncia essa falta de noção; “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12 Um porco na lama, pelo conforto, talvez se sinta limpo.

Dessa estirpe, a tentativa de censura, tão acarinhada pela esquerda mundial. Implementada essa, eles poderiam dizer o que quisessem, onde, quando e sobre quem desejassem. Aos oponentes, mordaça, restrição às críticas; tudo, claro, para “prevenir desinformações, preservar à democracia”.

“Liberdade de expressão não é liberdade de agressão!” vociferava o ex todo poderoso, Xandão. 

Três problemas com essa afirmação:

a) seria aceitável se, ambos os lados recebessem o mesmo tratamento, a despeito das suas identificações políticas; sendo pretexto para perseguir uma parte, não passa de canalhice hipócrita;

b) agressão, no campo verbal carece contextualização; não pode ser medida com uma régua genérica como seria a censura. Por exemplo: Chamar a um canalha pelo que é, ou um ladrão de ladrão, não comporta nenhuma agressão. É apenas a verdade nua, cuja obscenidade, reside no sujeito, não na exposição dos predicados;

c) a lei existente já prevê punição por calúnias, injúrias, difamações, de modo que, quem se sentir ofendido nesses quesitos pode acionar a justiça, demandando reparos, sem necessidade de nenhuma lei, mais.

O que o outro pode dizer a meu respeito tem duas possibilidades. Será verdade, ou mentira. No primeiro caso, seja o que for, não deve me ofender. Aceitaria passivamente eu, ser punido por falar a verdade? Não! Igualmente não desejo pena nenhuma contra o que assim faz.

No caso de ser mentira, depende da gravidade. Posso acionar a lei, em casos mais sérios, ou ignorar ao mentiroso, descansando na minha paz de consciência, sem sofrer pela doença alheia.

Quem teme o que o outro poderia falar, ao ponto de se arriscar para amordaçá-lo, no fundo, admite que vive de modo réprobo, desonesto, corrupto, e não suportaria que a verdade viesse à tona. O que a censura busca, diferente de tolher à desinformação ou proteger à democracia, é calar à verdade.

Como, num campo de nudismo, quem não estiver “trajado a rigor” não poderá entrar por violar às regras daquele, assim, onde vige a corrupção, fisiologia, hipocrisia, o roubo. A verdade soa como uma séria ameaça que precisa ser mantida longe. Fora, roupista, trajista, pudicista! Diria o zeloso porteiro dos pelados.

Acaso não foi precisamente por esse motivo que os religiosos dos dias de Cristo concluíram que Ele deveria morrer? “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Se, eles tiverem o poder para “apagar a luz,” o que os hipócritas farão?

Certamente muitos desses, quando ainda não eram reféns de interesses mesquinhos, citaram Voltaire: “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas, defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas.”

Agora, como disse o poeta, que estão em suas casas “abençoados por Deus contando seus metais”, os idealismos pretéritos se perderam, no lixão da incoerência, na subserviência aos interesses rasos. Como disse Joelmir Betting, “Na prática, a teoria é outra.”

"Um homem de valor,
- dizia Marco Aurélio – mede seus direitos com a régua dos seus deveres." Assim, abaixo à censura! Que cada um fale como quiser, e seja responsável pelo que falar.

Que os hipócritas atuem sobre si mesmos, em busca da cura, antes de tentarem ingerir sobre os justos.

Prova de fogo


“Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Paulo falava aos cristãos romanos. Evocou como argumento retórico o passado deles, antes da conversão, para que olhassem um pouco. Naquele tempo, ponderou, vocês estavam livres da justiça; isto é: Não precisavam ser justos, não tinham um Senhor Santo a obedecer, nem uma vida regenerada a preservar; podíeis fazer o que quisésseis porque estáveis mortos.

“Que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais?” A questão já trazia embutida a resposta, por constatar que aquele passado envergonhava. Então, concluiu: “Porque o fim delas, (das ações injustas) é a morte."

Assim, embora a ilusão fizesse parecer que, olhar para trás saudoso, fosse ansiar prazeres, a rigor, seria buscar a perdição.

Quando tentados a voltar atrás, o que acontece com todos, tendemos a ver apenas as “vantagens” de um viver irresponsável, sem limites; decidindo as coisas ao alvitre da própria vontade. Como em toda empresa é prudente considerar custos e benefícios. Supostos “benefícios” seria um caminho largo para se espraiar no mesmo dando vazão aos desejos pecaminosos; o custo, apartar-se de Jesus Cristo.

Automaticamente, fazendo isso descemos da bênção para a maldição; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor! “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor.” Jr 17;5 e 7

Retroceder soa atraente aos olhos carnais; dado o concurso da natureza ainda latente, desejando de novo seu espaço que perdeu desde a cruz.

Todavia, um “cristianismo” que se ancora nas coisas tácteis, invés de se firmar na Divina Palavra e suas promessas, perde as duas vidas; a natural, por não se entregar inteiro a ela; e a eterna, por não ter perseverado em fidelidade a Cristo. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Paulo ilustra os necessários testes que virão, chamando-os de provas de fogo. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;11 a 13

Quando fazemos essas excursões à “terra do nunca conheci a Deus”; olhamos o passado com anseios impuros, como muitos durante o Êxodo olhavam o Egito, eventualmente, O Santo permite que possamos sentir a diferença entre uma firme obediência em consórcio com a esperança e paz, que tínhamos em comunhão com O Salvador, e “estar livre da justiça” numa existência enganosa, cujos frutos produzem apenas vergonha, e nenhuma esperança.

Nessas “provas de fogo”, as ilusões plantadas em nós pelo inimigo em consórcio com a carne são queimadas; O Eterno passa conosco nelas, por causa do Seu infinito amor; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Assim como, a natureza ainda latente atrapalha nossa vida espiritual, desejando coisas contrárias ao porte de um servo de Deus, o espírito regenerado, ainda pulsa no que fraqueja, e também “atrapalha” quando esse peca; o concurso do açoite na consciência anula eventuais prazeres enganosos que a carne possa fruir em seus descaminhos. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim, são caminhos da morte.” Prov 14;12

O prazer do pecado se converte em vergonha; esse “fogo” uma vez arrefecido, deixa o sujo carvão das consequências; marcas indeléveis nas almas que se entregaram por um pouco a ele.

Antes de pecarmos, o “espelho” do espírito nos mostra a realidade que está nos atraindo, para que a evitemos; depois, caso insistamos, mostra a sujeira da nossa alma, após colher o fruto da desobediência. Como disse alguém; “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

O fato de O Santo “passar conosco pelo fogo”, não significa que compactue quando pecamos; mas, que Seu Espírito sofre em nós, e atua para nos persuadir ao arrependimento.

Ovelha não pode usar dieta de lobo; um convertido, ainda peca; não mais, sem culpa. Se, cada um tivesse plena percepção das perdas e ganhos envolvidas no pecado, decidira sem errar e sem perder tempo. Desejos carnais nos afastam de Deus, pela impureza que acoroçoam no coração; “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Obras abandonadas


“... Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

Entendermos que somos projetos inconclusos é vital para que nosso crescimento espiritual seja possível. Senão, podemos nos tornar rústicos, inacessíveis, impermeáveis ao conhecimento, refratários a correção.

O primeiro passo nessa direção é o acendimento da luz espiritual, a revelação Divina sobre Suas Santas demandas.

A luz suplementa-nos quanto ao que falta no entendimento. Nos faz ver como as coisas estão na dimensão espiritual. Todavia, a decisão sobre andarmos na luz, agirmos conforme a Divina Justiça que nos foi mostrada, é opção particular de cada um. Saberemos o certo, se, buscarmos aprender de Deus; mas o aperfeiçoamento só se dará se nos deixarmos moldar.

O problema de nos pormos avessos aos ensinos do Mestre, indispostos à obediência, é que, anulamos pela rebeldia a eficácia do que O Salvador fez por nós. Seu sacrifício foi para nos salvar, também foi para regenerar, não mais segundo nossa rasa escala de valores. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

A luz permite ver. A vontade deve se submeter a Cristo, “tomar Seu jugo”, se queremos andar Nele e com Ele. Senão, por religiosos que pareçamos, seremos uma fraude; uma obra incompleta que recusa ser aperfeiçoada, embora carecendo grandemente. “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

O primeiro “inconveniente” da luz, é que desconforta aos que ilumina. Invés de dourar à pílula da verdade, apontar ao “grande potencial humano” ou trazer incondicionais promessas “de Deus”, como fazem tantos falsos profetas, a luz confronta ao pecador deixando patentes seus descaminhos.

Os que procuram ser agradáveis, aceitos, mais do que ser verdadeiros, falseiam, no anelo por aplausos, quando, deveriam ser apenas instrumentos para iluminar. Aquele que lida mal com luz quanto às próprias imperfeições, não tem autoridade moral para ser um instrumento na correção das alheias. “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

A rejeição a Cristo, e consequente perseguição, fora a resposta do establishment religioso, pelo mal estar que a Luz causava. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para luz, a fim de que, suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

O crescimento proposto aos salvos não é coisa de pequena monta; os dons ministeriais foram dados, “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;12 e 13

Foi Ele que em nós começou a “boa obra”; não se dá por satisfeito com nada menos que nossa santificação. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14 “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Embora nossa edificação mediante O Espírito Santo, seja Ele, Cristo, em nós, somos responsáveis pela parte que nos toca; obedecer, andar na luz. Caso a edificação fracasse, sempre será nossa a culpa.

Cristo advertiu Seus pretensos seguidores a calcularem os custos, antes de se meter na “construção”; “Pois, qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;28 a 30

Os que largam a obra inconclusa, além de se fazerem piores que, os que nem a começaram, ainda reincidem sua maldade sobre O Salvador; “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus...” Heb 6;4 a 6

Quando a obra para, em nós, é porque paramos de querer, de obedecer. Deus ainda quer, embora respeite ao não querer humano.