sábado, 26 de outubro de 2024

Os suicidas


“... Nós fazemos um grande mal contra nossas almas.” Jr 26;19

Jeremias anunciara dura mensagem no átrio do templo, em Jerusalém. As alternativas eram: Arrependimento e mudança de atitudes, ou, destruição, cativeiro. Qual a reação dos que ouviram? Prenderam-no e o tencionavam matar.

O povo, sacerdotes, príncipes da terra eram contra o mensageiro. Ele não retificou nada; antes, confirmou: “... O Senhor me enviou a profetizar contra esta casa, contra esta cidade, todas as palavras que ouvistes. Agora, pois, melhorai vossos caminhos e vossas ações; ouvi a voz do Senhor vosso Deus, e arrepender-se-á o Senhor do mal que falou contra vós.” Vs 12 e 13

Não suplicou pela própria vida; apenas explicou as consequências de atentarem contra ela. “Quanto a mim, estou nas vossas mãos; fazei de mim conforme for bom e reto aos vossos olhos. Sabei, porém, com certeza que, se me matardes, trareis sangue inocente sobre vós, sobre esta cidade e seus habitantes...” vs 14 e 15

Quão mais fácil é desqualificar quem denuncia o erro, que qualificar-se mudando de atitudes! A isso chama-se, arrependimento.

Em meio a muita balbúrdia e pouco entendimento, ante o risco de trazerem sangue inocente sobre si, refizeram; também, os anciãos do povo advogaram o profeta. “Então disseram os príncipes, e todo o povo aos sacerdotes e aos profetas: Este homem não é réu de morte, porque em Nome do Senhor, nosso Deus, nos falou.” V 16 Eles estavam julgando-o, não às próprias vidas como deveriam, se, convencidos mesmo que Deus estava naquelas palavras.

(Quantos “desigrejados” atualmente! Sempre por culpa de algum irmão, um pastor, o sistema. Eles certamente andaram bem; eis o homem, traidor de si mesmo!)

Foram os anciãos que mais longe viram, sobre as consequências de rejeitarem À Palavra do Senhor: “Nós fazemos um grande mal, às nossas almas.”

Se todos tivessem ciência que, o mal feito, embora atinja ao semelhante, no fundo, é feito contra a própria vida do seu agente, muitos praticantes dele repensariam; talvez o abandonassem. Se, não por amor à virtude, ao menos, por amor-próprio, pelo medo das consequências. Alguém disse: “Se o malandro soubesse a vantagens de ser honesto ele seria, só por malandragem.”

O que o mundo chama de “Lei do retorno”, A Palavra de Deus apresenta como colheita. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gl 6;7

Sobre a incidência última da maldade, Salomão avaliando aos que se ajuntam em quadrilhas para a prática da mesma, desaconselhou, dizendo: “Porque os seus pés correm para o mal, se apressam a derramar sangue. Na verdade, é inútil estender-se a rede ante os olhos de qualquer ave. No entanto, estes armam ciladas contra seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas.” Prov 1;16 a 18

Óbvio que assaltantes, ladrões, vândalos, fazem mal aos semelhantes. Todavia, são mordomos das suas próprias almas, não das alheias. As que deveriam cuidar com zelo, colocam a perder, pela recusa obstinada de enfrentar os problemas onde eles estão.

Essa é uma doença que perpassa toda a humanidade. Denuncie alguém um mau agir, uma escolha errônea, e a maioria, invés de analisar a denúncia, quiçá, se arrependendo e mudando de atitude, parte para o ataque contra o que realça aos maus passos apreciados como tais. Assim foi naqueles dias; invés de emendar seus caminhos, os exortados pretendiam matar ao profeta.

Nesse mundo de aparências, onde a necessidade original do homem criado à Imagem Divina requer a virtude como modo de vida, para devido encaixe no propósito para o qual foi projetado, pela recusa de praticá-la, escolhe-se o caminho mais fácil; a fábrica de máscaras usa como matéria-prima a verossimilhança, e reproduz hipocrisia, como as moscas proliferam em ambientes polutos.

Mal sabem esses decoradores de aparências, que fazem dano às suas próprias almas. Identificado o câncer do pecado que os ameaça matar, recorrem sempre ao “anestésico” da farsa, maquiam os sinais da doença, e seguem alheios aos reclames do Médico dos Médicos, como se estivessem vendendo saúde.

Se, no teatro dos homens, meras aparências virtuosas já bastam, ante Deus a coisa muda; “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13 Não importa de qual aparência nos queiramos revestir, Ele diz: “Conheço tuas obras...” Apoc 2;2

Aquele que renuncia ao comodismo das falas caramelizadas, e ousa jogar o sal da verdade, pode não ser o mais agradável de se ouvir. Mas certamente é um portador da medicina celeste, que, com seu potente “desfibrilador”, busca de volta aos mortos em pecados. “O temor do Senhor é fonte de vida, para desviar dos laços da morte.” Prov 14;27

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