quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Medo de ser livres


“Os lábios do justo apascentam muitos, mas os tolos morrem por falta de entendimento.” Prov 10;21

Esse apascentar significa mostrar caminhos que conduzem à paz. Ensinos que são para a alma, como a pastagens às ovelhas. Paz com Deus. As relações interpessoais conflitam, justo por uns terem essa paz, outros, não. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Cor 5;19

Não significa que esses apascentadores sejam meros loquazes ensinando uma coisa e fazendo outra. Há muitos assim, infelizmente. A qualidade do apascentador em apreço, “justo”, requer que use os “remédios” que prescreve; viva da maneira preceituada.

É recorrente a advertência que, a luz que temos deve moldar nossa caminhada; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;7 A comunhão uns com os outros, refere-se aos que andam na luz. Com os demais temos diferenças.

“... tolos morrem por falta de entendimento.” Até que o homem entenda sua situação de perdido, alienado do Criador, não desejará ser salvo; sua possibilidade de movimentos, de pecar a torto e a direito é a noção de “liberdade” dos que são prisioneiros nas garras dos vícios.

Quando O Salvador propôs liberdade aos que O escutavam, eles objetaram; disseram com todas as letras que já eram livres. “... Somos descendência de Abraão, nunca servimos a ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” Jo 8;33

Sua presumida liberdade era hereditária; somos descendência de Abraão, o povo eleito. “nunca servimos a ninguém”; uma falácia da grossa. Naquele tempo eram vassalos dos romanos que dominavam sobre eles; seus antepassados foram serviçais dos egípcios, babilônios, persas...

Sem contar que a liberdade oferecida pelo senhor era de cunho espiritual, não civil.
Assim, eram servos de satã, o pai da mentira, da carne que indispõe contra Deus, escravos do pecado. “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” V 34

A quem pertencemos, não são nossos lábios que evidenciam; antes, as ações. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

É fácil alguém, ao ser tributário de um governo estrangeiro entender que é servo do tal; a servidão ao pecado é uma prisão enganosa, pelo concurso do prazer que droga ao prisioneiro e tolhe que ele veja as coisas como são.

Temos algumas galinhas poedeiras numa casinha no quintal de casa. Outro dia, minha esposa após recolher os ovos esqueceu a portinhola aberta; quando percebeu estavam todas entre as verduras da horta. A grade frontal do terreno é esparsa; permite que uma galinha passe por entre as barras; poderiam ir pra rua. E agora, pensou. Quando voltou à casinha, para travar a porta aberta, meio sem esperança de as conseguir prender outra vez, todas automaticamente correram e entraram sozinhas.

Estavam acostumadas a receber água e ração, quando acontecia aquele movimento; então, voltaram apressadas para a “liberdade” delas.

A maioria dos pecadores se comporta assim. Em Cristo, horizontes amplos nos são oferecidos; salvação eterna, dons espirituais, reconciliação, comunhão com Deus, discernimento espiritual, fim do medo da morte, regeneração da consciência, etc.

Como no “Mito da Caverna” de Platão, aos que estão acostumados ao engodo das sombras, qualquer que falar de uma luz superior soará como um farsante, uma ameaça.

Por que tamanha amplitude, se os “bichos” têm uma ração diária de “comida” de prazeres malsãos; bebem suas águas, malgrado, não vão um centímetro além das carências orgânicas? Por que desejar Água da Vida pra sede da alma, quando essa pode ser maquiada com os prazeres? Por não entender essas coisas, ou se recusar a entendê-las, muitos preferem a “gaiola” de Satã.

Folgam quando algum “cristão” escandaliza; quando alguém posta um “ensino” atacando À Palavra de Deus, como se o fato de existir outros na mesma doença lhes trouxesse saúde. “... larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela;” Mat 7;13

“... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Desgraçadamente, quanto mais aumenta a adversidade pela urgência do Capeta, quando mais difícil se mostra a porta estreita, cresce a limitação obtusa do povo que, não apenas nas coisas espirituais anda no escuro; até nas culturais, intelectuais, se faz caudatário de “produtores de conteúdo” para conjuntos vazios.

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.” Leon Tolstói

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