domingo, 6 de outubro de 2024

Quem mudou?


“Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Ml 3;6

Críticos da Palavra de Deus pegam incidentes antigos, não mais encontráveis no Novo Testamento, como provas que Deus muda; ou, que a Bíblia seria livro humano; mero compêndio rabínico que foi aperfeiçoado ao longo dos anos.

Coisas permitidas em dias insipientes da humanidade, atinavam às humanas limitações; como Sua Revelação foi progressiva, à medida que nos fazia ver mais, as exigências subiram também. “... Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9;41

Mudou o tratamento para conosco, exigindo posturas mais altas, demandando que andemos melhor; não significa que O Eterno tenha mudado. Paulo reitera a imutabilidade Divina: “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Outros usam como argumento, que Deus mandou Jonas a Nínive, com uma mensagem de juízo terminal contra eles; quarenta dias mais, e tudo seria destruído. O povo se arrependeu, desde o rei em seu trono, ao servo mais humilde; até os animais foram coagidos a participar de uma contrição coletiva; o que, vendo, Deus, suspendeu o juízo.

Se, por lado Ele ama à justiça e aborrece à iniquidade, por outro, é Grandioso em perdoar, como disse Isaías. Assim, quando Seu tratamento muda, não é porque algum câmbio houve na Divindade; antes, houve no humano agir.

O que é o chamado à conversão, senão, um convite àqueles que estão em rota de colisão com o Juízo, para que deixem o caminho do erro e comecem a andar pela vereda da vida? A relação muda, para os que passam por esse processo; saem da condição de inimigos, reconciliados em Cristo e herdam a ventura de filhos de Deus.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Nossa finitude, restringe a perspectiva ao agora; queremos entender o porquê, o propósito das coisas de modo imediato. O Eterno age agora em função de um depois, não sofre dos mesmos anseios.

Certa vez, disse O Senhor a Pedro: “O que faço não compreendes agora; mas, entenderás depois.”

Eventualmente, dizemos que “Deus escreve certo por linhas tortas.” Depois, aprendido um tanto mais dos motivos Divinos, observada a vida desde um mirante mais alto, por uma lente melhor, lentamente as “curvas” da Escrita Divina vão se fazendo retilíneas, quando a “pauta” das nossas almas é aperfeiçoada.

A Própria Palavra ensina que coisas necessárias em tempos idos, envelheceram no progresso dos dias; “Agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Ele, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Gál 4;9

É o conhecimento de Deus, revelado em Cristo, o alvo supremo da Nova Aliança Nele; o que foi vaticinado por Jeremias, reiterado em Hebreus: “Porque esta é a Aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo; não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece O Senhor; Porque todos Me conhecerão, Desde o menor ao maior.” Heb 8;10 e 11

Enfim, a imutabilidade do Eterno foi apresentada pelo profeta como uma segurança eventual para os maus. “Porque não mudo, não sois consumidos.” Pois, a ação humana tende a ser tão má, que se O Eterno mudar, será para sustar Suas Promessas, e apressar a punição da maldade.

Entretanto, os teólogos liberais, que pretendem a canonização das perversões, esposam que Deus “muda” para pior; pois, relacionamentos que foram tidos como abomináveis em dias que as exigências eram menores, agora que o ser humano pode ver mais longe, aumentando assim a responsabilidade, pretendem que o abominável de outrora, seja canonizado.

Tiago reitera a “mesmice” de Deus associada à pureza e santidade; “Toda a boa dádiva, todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em Quem não há mudança nem sombra de variação.” Tg 1;17

Teria o “Pai da Luzes” ficado míope? o antes abominável se tornado santo? Não! os ímpios dos últimos dias estão a “anos-trevas”, mais escuros que os antigos.

Deus segue igual; o homem piorou muito, infelizmente. “haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas sua eficácia.” II Tim 3;2 a 5

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