“Como joia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem discrição.” Prov 11;22
A beleza carece certo “acessório”. Uma joia de ouro é linda; todavia, se estiver mesclada à lama, essa beleza perderia seu fulgor, o sentido, até.
As coisas bonitas têm seu próprio lugar. Nalguns casos, o tempo certo para que soem belas. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo.” Prov 25;11 Duas belezas se somam; a coisa certa no tempo certo.
A intenção de alegrar alguém, tem seu momento propício, outros, inadequados; “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que se despe num dia de frio, ou como o vinagre sobre salitre.” Prov 25;20 Contaríamos uma piada a alguém que chora ao lado de um morto? Nesse caso a hora é de empatia, consolo.
Aparatos de beleza estética, ou atitudes de beleza moral, sentimental, têm sem tempo oportuno, bem como o lugar. Se, divorciados desse consórcio, perdem o apelo das suas qualidades, pela imperícia de quem viu as coisas apenas em parte, esquecendo algo igualmente importante.
“Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe, o lábio mentiroso.” Prov 17;7 Agora, coisas que deveriam estar divorciadas, e eventualmente aparecem casadas.
Pode um tolo se exibir numa fala excelente? Claro! Qualquer um pode aprender expressões mais rebuscadas, citar frases de profundo saber; apenas, por acreditar que esses “fogos de artifício” atrairão atenções para si.
Porém, terminada a explosão, dispersas as fagulhas, o sujeito voltará ao escuro; os que foram atraídos a ele facilmente notarão o engodo, o que piorará a situação do “filósofo”.
Por isso, o conselho: “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28 Mesmo quem sabe algumas coisas, eventualmente enxerga mais proveito em calar que expressar o que sabe.
Mais sério é sobre as coisas de Deus, cuja interpretação requer algum preparo. Muitos que, ainda desconhecem seu idioma pátrio se colocam a versar sobre escatologia, doutrina, ortodoxia, evidenciando crasso despreparo pra isso. Paulo aconselha: “... em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.” I Cor 4;6 Equacionam predileções, costumes, com Palavra de Deus, como se fossem frutos do mesmo baraço.
“Não convém... ao príncipe, o lábio mentiroso.” No caso do tolo, a limitação vem antes e a excelência, depois. Agora inverte-se; a excelência vem antes, o sujeito é um príncipe, ocupa um lugar alto. No entanto, fala segundo a mais vil baixeza moral; com lábios mentirosos. Excelência associada a um tolo está fora de casa, tanto quanto, a mentira nos lábios daquele que se assenta em lugares altos.
Infelizmente, como cantou Elis Regina, está cada vez mais baixa a alta sociedade. Isaías anteviu: “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4
Há tantos príncipes em cadeiras presidenciais, nobres assentos em altos tribunais, que são indignos de se assentar à mesa com um trabalhador braçal, de vida digna. Malgrado, a nobreza do lugar que ocupam, a vileza do caráter ostentado os enlameia, como a porca vista no início, com sua joia de ouro, em seu habitat favorito.
Os convertidos a Cristo, são guindados de um lugar sujo para outro, nobre; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3
Não apenas nosso falar deve ser condigno à nossa posição em Cristo; sobretudo, o agir. Ao nos dizermos cristãos, querendo ou não, invocamos sobre nós, O Nome que é sobre todos os nomes, não apenas pelo Seu Excelso poder, mas também pela Sua Justiça e Santidade.
Assim, o mero proferir esse Excelente, deve ser acompanhado de uma postura de temor, de um viver que O honre; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19
Não importa a sujeira que nos circunde; devemos andar entre ela sem nos contaminar, se somos deveras, de Cristo. Como o sol passeia sobre fétidos pântanos, leva luz e calor e não se suja, assim deve ser nosso proceder entre pessoas de má postura. Quanto piores forem, mais notória se fará a diferença.
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16
Nenhum comentário:
Postar um comentário