“Tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. Desses afasta-te.” II Tim 3;5
Os homens dos últimos dias, cuja atuação faria desses, tempos difíceis.
“Tendo aparência de piedade...” Se alguém tiver dúvidas acerca do que é piedade, pense no que significa, impiedade. Aversão à justiça, falta de apreço à verdade, egoísmo, atitudes blasfemas para com Deus, deslealdade ao semelhante, infidelidade, etc. Coloque-se agora a piedade do outro lado, e teremos uma ideia do que encerra.
Devoção, amor a Deus, fé, empatia, temor; compaixão pelo sofrimento alheio; comiseração, dó, misericórdia, etc.
Por que alguém tencionaria aparentar o que não é? Por desejar receber o reconhecimento pelo que, aquilo que aparenta, mereceria. Anseia uma colheita para a qual se recusa a fazer o plantio.
Alguém disse: “A hipocrisia é um elogio que o vício faz à virtude.” Os hipócritas sabem que a virtude é digna de louvores; que andar em suas pisadas nos dignifica, nos faz idôneos, confiáveis aos olhos alheios.
Todavia, as coisas que têm valor têm custo. Por se recusarem a “pagar o preço” em renúncia aos vícios, que a virtude requer, esses farsantes se limitam a uma encenação virtuosa, a um discurso oco, cujo proceder se encarrega de desmentir. “... seu entendimento e consciência estão contaminados. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda boa obra.” Tt 1;15 e 16
A primeira vítima do hipócrita é ele mesmo. Na sua consciência contaminada, interesses rasos posam como mais importantes que os eternos; e esse traidor de si mesmo amontoa cascalho, quando é desafiado a garimpar diamantes.
Uma consciência em paz, é mais que calmaria interior; antes, é a hidrodinâmica que permite a flutuabilidade do barco da nossa fé, no mar da existência. Paulo usa essa figura; “Conservando a fé e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, naufragaram na fé.” I Tim 1;19
Ao mesmo Timóteo, Paulo expressou em que consiste a eficácia da piedade: “Rejeita as fábulas profanas e de velhas, exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8
Contrapôs a piedade ao exercício corporal, mostrando que esse, pouco aproveita; para a vida terrena apenas; a piedade toca o devir. Nos garante um viver digno enquanto aqui, e nos credencia a estarmos com Deus, quando a vida daqui deixar de ser.
Então, os que aparentam piedade negando sua eficácia, são os que fingem acreditar num futuro reino de justiça, mas vivem como se tudo se resumisse à terra apenas.
Pela pressa de obter vantagens, acessos, considerações devidas às pessoas probas, esses ocos envernizados tolhem a si mesmos das venturas porvir. Apostarmos todas as fichas aqui, certamente é o caminho mais fácil; entretanto, somos desafiados ao caminho apertado, à porta estreita, onde riquezas eternas nos esperam. Dos imediatistas está dito: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19
“... Desses, afasta-te.” A Mesma Palavra que manda irmos em busca dos pecadores, anunciando a mensagem do Amor de Deus, preceitua que nos afastemos dos dissimulados que, tendo aprendido a vereda da vida, preferem seguir pelas amplitudes ímpias da morte.
Tais, não são apenas perdidos carecendo salvação; antes, são infiltrados, com potencial para arrastar aos de bom porte para a mesma perdição. Então, o conselho: “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11
Diferente de Santo Agostinho, que disse: “Lendo a Bíblia encontrei muitos erros; todos, em mim.” Esses encontram erros nos pastores, no sistema, na existência dos templos, em porções pontuais da doutrina, na Palavra como um todo que careceria ser “atualizada”, etc.
Se tivessem usado suas aguçadas percepções de erros para correção das próprias vidas, seriam os santos que buscam encenar. Porém como disse alguém: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.”
Embora o enganoso reino das aparências sempre faça suas vítimas, os que são de Cristo podem mais que o visível apenas; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” I Cor 1;14 e 15
Se alguém tenciona fazer menção do Santo Nome, pois, tenha em mente que, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar.” Heb 4;13
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