“Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21
A revelação deveria ser tratada como uma joia de ímpar valor. O povo se deixaria moldar pelos Divinos Estatutos, e certamente seria admirado. Relações interpessoais seriam sadias; com Deus, puras e santas.
Depois de entregar Seus preceitos mediante Moisés, pelo mesmo expoente, Deus ensinou sobre as consequências da fidelidade; “Guardai-os pois, e cumpri-os, porque isso será vossa sabedoria e entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como O Senhor nosso Deus, todas as vezes que O invocamos?” Deut 4;6 e 7 Sábios, entendidos e íntimos do Eterno, era o propósito.
Lhes foi facultado conhecer a Deus pela Sua Sabedoria. O problema é que o conhecimento espiritual não é a mesma coisa que o intelectual. Mais que saber algo, como bastaria ao intelecto, requer andar, viver conforme. Um homem inteligente e conhecedor sabe que está escrito: “Ficarão de fora os mentirosos;” um sábio não mente.
Quando algo valioso nos é dado, certamente demanda zelo à altura, pela preservação; se alguém achar que a vigilância para conservação desse bem superior é demasiado custosa, pela sua falta de apreço, fatalmente deixará coisas de rara incidência e ímpar valor, e buscará simulacros; a preguiça de cuidar do que é precioso, necessariamente lançará os relapsos a alternativas mais fáceis, malgrado, fúteis.
Infelizmente o “povo eleito” incorreu nesse grave erro: “Espantai-vos disto, ó Céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor. Porque Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;12 e 13
O conhecimento do Santo não seria patenteado na capacidade de alguém recitar os Estatutos dados por Ele; antes, em viver o povo, de modo a produzir os frutos que evidenciariam isso.
Isaías explica: “Que mais se podia fazer à Minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? Agora, pois, vos farei saber o que hei de fazer à Minha vinha: tirarei sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei sua parede, para que seja pisada; a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor.” Is 5;4 a 7
A vide degenerada, incapaz dos frutos tencionados pelo Eterno agricultor resultou de serem relapsos ante os Divinos Ensinamentos. Por isso, para contraponto a essa “vinha” que se tornara falsa pelos frutos produzidos O Salvador disse: “Eu Sou a Videira Verdadeira, Meu Pai É O Lavrador. Toda a vara em Mim, que não dá fruto, tira; limpa toda aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2
O intelecto com suas noções “lógicas” tem tudo para pôr os pés pelas patas, pois suas cogitações são, como disse Tiago, “terrenas animais e diabólicas.” Tg 3;15 Há muitos de cérebros privilegiados que são ateus. Sua luz mostra muitas direções, exceto, a da vida.
Por isso Paulo fez distinção entre a Sabedoria de Deus e a pretensão mundana; disse: “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;6 a 8
A “loucura da pregação” é refinada ironia; o modo retórico do apóstolo dizer aos “sábios” daqueles dias; aquilo que avaliais como loucura, é a Sabedoria Divina que vos escapa, por estardes presos numa “lógica” maligna, que veda coisas que são de outro âmbito; a fé.
“Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, Poder de Deus, e Sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;24 e 25
Não carecemos ser gigantes intelectuais; nos basta sermos como crianças, e crer; depois, pouco a pouco somos iluminados. “A vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18
Muito muito profundo...falamos ainda neste culto sobre o real significado de crer,e as implicações disto.Texto precioso,que continuemos a nós desprender dos caminhos distorcidos da sabedoria e nos voltemos para quem é a fonte da escandalosa e maravilhosa sabedoria
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