sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Errando as medidas

“Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Rom 12;3

Pensarmos com justa medida, ou, pelo menos não irmos além do que convém; tarefa difícil.

Embora, alguns ineptos na interpretação afirmem que o pecado original seria o sexo, que é abençoado no matrimônio, dentro dos parâmetros Divinos, o referido pecado, em sua essência foi desobediência; o “algo mais” que estimulou, foi o orgulho; “sereis como Deus”, prometeu o traidor mor, que transferiu um anseio seu, ao casal edênico. 

No que era possível uma criatura ser como Deus, nos Seus atributos comunicáveis, Adão e Eva já eram, à Imagem e Semelhança Divina. Quem estava descontente com o que se tornara era o canhoto.

O orgulho conseguiu vitimar a dois inocentes, por um apelo calcado na mentira; depois, passou à toda a descendência humana em proporções assustadoras. Mesmo pessoas que se dizem cristãs, publicam coisas opostas à Palavra de Deus, apenas porque essas “patrocinam” alguma independência, certo individualismo, coisas alinhadas ao orgulho, não à humildade dos que são desafiados com um soturno, “negue a si mesmo.”

As postagens estilo “guerra dos sexos” são, derivados doentios do feminismo; que é uma perversão da criação, colocando a mulher a competir com o homem, sendo que ambos foram criados para se completarem. Sementes do orgulho cultivadas palas próprias vítimas, desse monstrengo de Satã.

François de La Rochefoucauld versando sobre o orgulho humano, disse: “O melhor negócio da terra seria, comprar aos homens pelo que eles valem, e revendê-los pelo que pensam que valem”

Salomão também versou sobre o cuidado que devemos ter, com o hábito pernicioso de buscar elogios por atalhos indevidos; disse: “Que um outro te louve, não a tua própria boca; o estranho, não os teus lábios.” Prov 27;2 supondo que existam motivos para louvores, óbvio!

Não significa que devamos ser avessos aos elogios, quando verdadeiros; apenas, não devem ser o motivo das nossas obras corretas. Ousemos fazê-las, pela saúde da nossa consciência diante de Deus, por respeito ao semelhante e seus direitos, e também, como uma placa a indicar como gastaríamos de ser tratados. “Como quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei.” Luc 6;31

A uma pessoa equilibrada emocionalmente, intelectualmente saudável, muitas vezes um revés da vida, ou uma correção de outrem fazem muito mais bem, que um elogio inconsequente, desses que costumam verter dos lábios de mercadores de interesses.

Certa vez, um entrevistador perguntou ao cirurgião cardíaco, o Dr. Ivo Nesralla, sobre sua filosofia de vida, numa profissão tão delicada, onde um revés poderia custar uma vida, e um trabalho bem feito, salvá-la; ele respondeu: “Peço a Deus que me dê sucesso bastante, para que eu mantenha o entusiasmo, e os fracassos necessários, para que eu não perca a humildade.” Me pareceu uma visão sobremodo hígida, algo a ser adotado por todas as pessoas decentes e sensatas. Tanto, que decorei a frase.

Pode que tenhamos algumas qualidades que sequer atentamos para elas, como também pode, o que acredito seja mais frequente, que sejamos bem piores do que pensamos em nossos pensamentos mais acertados.

Assim, como certamente erraremos a medida, se ousarmos medir a nós mesmos, que erremos para menos, não para mais, sob o risco de sermos envergonhados, como ensinou O Salvador.

“Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno que tu; e, vindo o que convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar. Mas, quando fores convidado, vai, assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa.” Luc 14;8 a 10

Honra não é uma coisa que devemos buscar; mas, agir de modo honroso sempre faz bem à saúde das nossas almas.

Paulo foi frequentemente atacado por uns que se diziam maiores que ele; que sequer apóstolo seria. “Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.” I Cor 9;2

Não se tratava de pelejar por honra; antes, pelo restabelecimento da verdade. Depois, considerou: “... estes que medem a si mesmos, se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento.” II Cor 10;12

Em última análise, o louvor que conta nem verte da terra; “Porque não é aprovado quem a si mesmo louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva.” II Cor 10;18

Nenhum comentário:

Postar um comentário