quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Os nãos, de Deus


“... se pedirmos alguma coisa, segundo Sua vontade, Ele nos ouve.” I Jo 5;14

Alguns entendem mal o ensino para perseverar em oração. O “pedi, pedi...” não encerra o assunto. É um conselho atinente à perseverança.

O Mestre ensinou a submissão ao querer do Eterno, quando os discípulos pediram: “ensina-nos a orar.” Entre outras coisas, disse: “... seja feita a Tua vontade, na Terra, como é feita nos Céus.”

Devemos ter consciência que nossas petições não se opõem ao Divino propósito. Tiago explicou: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;3 e 4

O Eterno não gosta tanto assim de oração, a ponto de “amolecer” e dar o que alguém deseja, apenas porque esse orou. Podemos pecar orando. Basta pedir coisas segundo o mundo; na linguagem de Tiago, adultério espiritual. “O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é Seu contentamento.” Prov 15;8

Mais que a oração, um culto, onde o ímpio ofereceria sacrifícios, se fazia abominável ao Senhor; portanto, antes do predicado da oração, entra o sujeito e seu caráter. Sendo ímpio, tem coisas a consertar antes de pretender acessar O Santo. “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Assim como a oração depende sua eficácia, de um alinhamento com Deus, tanto quanto ao que está sendo pedido, quanto à comunhão do que ora, de igual modo, o exercício dos dons espirituais. Não são arbitrários podendo ser usados ao bel prazer de quem os recebe.

Por ocasião da pandemia, muitos desafiaram aos que supostamente têm o dom de curar, para que fossem nos hospitais e curassem aos atingidos. Ora, um desafio assim poderia ser feito em qualquer tempo; sempre os hospitais estão repletos de enfermos, não carecemos “ajuda” duma pandemia.

Certo que há muitos charlatães, “agitando águas” que não curam, por “testemunhos” de abalados emocionais, onde nada além disso, de um abalo aconteceu. Entretanto, supor, por causa disso que não haja dons autênticos, seria como parar de crer no ensino das Escrituras, porque há muitos farsantes nesse meio.

A Palavra ensina: “... havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos, em parte profetizamos; mas, quando vier O que É Perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.” I Cor 13;8 a 10

O próprio texto deixa ver, que a cessação dessas coisas acontecerá, mediante um “upgrade” espiritual, um aperfeiçoamento que, tornará essas nuances imperfeitas, desnecessárias. “Quando vier O que É Perfeito; (Jesus) o que é em parte, será aniquilado".

Dons espirituais seguem vigentes, segundo o propósito do Espírito Santo, que se manifesta mediante eles.

Alguns cessacionistas interpretam a vinda do “que é perfeito”, como sendo o Cânon Sagrado; os dons seriam necessários apenas quando A Palavra estava incompleta. Porém, cessaria também o conhecimento, ou a ciência. Assim, todas as exortações para estudarmos à Palavra, meditarmos na Lei do Senhor não fariam sentido, ante a impossibilidade de crescermos em conhecimento.

Menos sentido ainda, a perdição dos que perecem pela ignorância espiritual. “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de Mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também Me esquecerei de teus filhos.” Os 4;6

Mais importante que o júbilo de vermos enfermidades curadas, podermos operar isso ou aquilo, mediante um dom do Espírito em nós, devemos buscar a alegria de estarmos em comunhão como Senhor; pertencermos a Ele. “Não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes, por estarem vossos nomes escritos nos Céus.” Luc 10;20

Quanto mais estreita for nossa intimidade com O Pai, mais facilmente entenderemos as coisas pelas quais orar, e outras pelas quais, não.

Eventualmente O Eterno prefere passar conosco por alguma dificuldade, da qual nos ensinará lições, que nos livrar dela sob o risco de alimentar em nós a presunção. Então, diz: “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Muitas vezes, recebemos coisas pela quais nem oramos; sequer, pedimos. Outras tantas, pedimos e não recebemos. Dizemos que Deus não as respondeu, quando, na verdade respondeu, não!

Quem tenciona com O Santo algum relacionamento mercantil, ainda não O conhece. “Deus É Amor.” “As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.” Can 8;7

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