“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;22
A loucura deriva de algum lapso biológico; uma enzima qualquer, uma vitamina, necessária ao equilíbrio cerebral se mostra ausente, ensejando uma atuação desconexa com a realidade, nos que são tidos por loucos. Claro que essa é uma suposição grosseira, cujo fim é situar à loucura, comum, junto a algum déficit biológico, sem pretensão de explicar (o que eu não poderia) à rigor, em quê, ela consiste.
Contudo, há outra loucura derivada da alma, com teor moral, espiritual, que é forjada pelo agir inconsequente de quem, por erro de avalição, superestima de potencial, minimiza consequências, ignora riscos, ousa além do saudável.
Desse viés, os que, “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Se, os primeiros “saem da casinha”, por não conseguir ver a diferença entre ela e a vida “outdoor”, esses saem resolutos, por acreditar que a casinha é pequena demais para eles, que mereceriam um palácio. Sua loucura eleva seus supostos potenciais ao superlativo.
A queda de Satanás, embora irônico, se deu pela beleza do mesmo, apreciada por uma lupa enlouquecida. Invés de gratidão por ter sido criado formoso, presumiu que mereceria um lugar mais alto que o ocupado então.
“Elevou-se teu coração por causa da tua formosura, corrompeste tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.” Ez 28;17
Felizes os que sabem muito e continuam a aprender! No entanto, se nossa sapiência desviar o foco das nossas limitações, sonegar que aprendemos pela Divina misericórdia, corremos o risco que, nossa luz se torne em trevas. “... Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23 O caso do querubim formoso que, se tornou o príncipe das trevas.
Os que se dizendo sábios se tornaram loucos, negaram-se a ver a Glória de Deus através das Suas Obras; preferiram criar cultos alternativos; dando às criaturas a honra que deveria ser tributada ao Criador.
Não são pessoas limitadas intelectualmente que cometem loucuras assim. Não raro, de QI elevado, com vasta bagagem cultural, de repente se tornam expoentes de ensinos que contrariam À Palavra de Deus.
Sempre que alguém se atreve assim, aceita requentada, com uns seis milênios de atraso, a velha mentira do Éden; “Desobedecendo sereis como Deus; podereis decidir por vós mesmo acerca do bem e do mal.”
Tal apostasia lança seus agentes sob maldição: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes, morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6
Todo aquele que tencionar saber alguma coisa, comece aprendendo que “A sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade nem hipocrisia.” Tg 3;17
O saber que serve para fomento do orgulho, da arrogância, atuando como alimento do egoísmo se faz combustível dos partidarismos de toda ordem, não procede do alto; não vai além dos anseios da alma doentia; é de espúria origem. “se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” Tg 2;14 e 15
O verdadeiro sábio não se diz o tal; antes, age consoante ao saber que tem. “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.” Tg 2;13
Antes de voarmos nas asas de suposta sabedoria, devemos atentar para qual direção ela aponta; uma vez que, no apreço do mais sábio dos homens, “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra O Senhor.” Prov 21;30
Ele não condicionou a salvação à posse de intelectos privilegiados; antes, tornou bem simples, acessível a todos. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21
Assim, a preservação da simplicidade no temor de Deus, se faz mais preciosa que os saberes vastos de gigantes intelectuais, cujos frutos portentosos separam do Eterno, fomentam presunção, invés de ensejar submissão. “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, também sejam de alguma sorte corrompidos vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3
Nada valerá enxergarmos longe, coisas de relevância duvidosa, se outras vitais, bem perto, não podemos ver. Assim a vista apurada veria alvos pequenos, e se omitiria ante os grandes; coando mosquitos e engolindo camelos.
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