domingo, 3 de março de 2024

Os ungidos


“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de Mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também Me esquecerei de teus filhos.” Os 4:6

A rejeição de um sacerdote, que, por ter recusado o conhecimento, levara o povo pelo mesmo caminho, colocando-o a perder.

Impossível exagerar a importância de um líder espiritual, para a edificação e preservação dos seus liderados.

Havia três tipos de “ungidos” na Antiga Aliança; reis, sacerdotes e profetas.

Os reis, embora fossem autoridades civis, tinham dever de levar um modo de vida aceitável diante de Deus, tornando-se parâmetros para o comportamento do povo. Deveriam ter consigo uma cópia da Torá; viver segundo ela. “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta Lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas.” Deut 17:18

Essa história que religião e política são excludentes como água e vinagre é uma falácia. Uma boa formação nas coisas atinentes a Deus, certamente patrocinará um bom comportamento também perante os homens.

Os profetas eram paladinos da Justiça Divina, veementes vozes a denunciar os desvios comportamentais, fosse dos pequenos, fosse dos grandes.

Jeremias, quando sua mensagem de arrependimento foi rejeitada, pensou que falara nos lugares errados, apenas entre o populacho de pouca relevância. Então, decidiu dizer o mesmo na alta sociedade. Entre os elevados encontrou a mesma indiferença; “... estes são pobres; são loucos, pois não sabem o caminho do Senhor, nem o juízo do seu Deus. Irei aos grandes, e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o juízo do seu Deus; mas estes juntamente quebraram o jugo, romperam as ataduras.” Jr 5:4 e 5

Os profetas estavam para aqueles dias, mais ou menos como os pregadores idôneos, para hoje. Eram intrépidos combatentes dos descaminhos, vozes e vidas consagradas à defesa da verdade, mesmo que tivessem que defendê-la perante reis, como fizeram Elias, Eliseu, Natã e outros.

Infelizmente, muitos se arvoravam em profetas sem terem sido chamados. Não sei se, por confundirem suas “boas intenções” com a Vontade Divina, por gostarem da status, por inveja dos verdadeiros, ou a serviço da oposição apenas, mas eram como ervas daninhas, abundantes onde deveriam estar, apenas, os comprometidos com O Senhor.

Eventualmente O Eterno chamava um Profeta, para falar contra os “profetas”; “Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam, e dize aos que só profetizam de seu coração: Ouvi A Palavra do Senhor;” Ez 13:2

Por fim, os sacerdotes. Além de mediadores entre o homem e Deus, ofereciam os sacrifícios e oravam pelo perdão dos arrependidos, deveriam ser mestres, versados no ensino para conduzirem os pecadores rumo às veredas direitas. Mais ou menos como os teólogos atuais. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2:7

Quando um sacerdote se corrompia, como foi o caso de Eli, por exemplo, todo o povo padecia. Além derrotados pelos inimigos, naqueles dias, até a Arca da Aliança foi parar nas mãos dos filisteus. Tanto uma liderança saudável preserva um povo, quanto, outra doentia, põe a perder.

O caso do verso inicial denunciado por Oséias. Um sacerdócio rejeitado e um povo destruído.

Como cresce o rabo do cavalo, cada vez mais para baixo, hoje a apostasia cresceu. Para cada ministro idôneo, há algumas dezenas de falsários, que não dão a mínima se estão levando quem lhes ouve para a perdição.

São mercenários imediatistas, alheios à mensagem de salvação; lhes bastam os resultados terrenos dos seus enganos; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e repito chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; cuja glória é para confusão deles, só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3:18 e 19

Se, outrora foi necessário que profetas falassem contra “profetas”, hoje desesperadamente carecem, os pregadores probos, pregarem contra os réprobos que pervertem tudo o que podem, deixando um sujo rastro por onde passam.

Invés de ouvir quem prega a verdade, as pessoas costumam escolher aqueles, com cuja mensagem se identificam, nem que seja mentirosa; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4:3 e 4

Invés de aprender com erros históricos, muitos, por preferirem o engano dos sentidos, à sobriedade do conhecimento espiritual, irão repeti-los. “Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento...”

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