quinta-feira, 21 de março de 2024

O engano


“Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.” Ef 5:6

Essa característica do engano dá o que pensar. Quem se deixa enganar, de certa forma estende sua mão à desobediência. Ou seja: A pessoa sabe o que deve ser feito; mas, seduzido por algum arranjo alternativo, ou, eventual negação das consequências, capitula traindo a si mesmo. Opta pelo caminho fácil, onde deveria escolher o verdadeiro.

Não importa se as palavras que moveram ao tal, rumo à desobediência são vãs; se, der a elas um peso de verdade, o dano será inevitável. O que é vão no prisma da virtude, acaba eficaz na perspectiva do vício.

O inimigo precisa de um consórcio com a vontade humana, para lograr êxito, mesmo no seu labor favorito de cegar suas presas. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4:4

O ímpio oferece a “cabeça-de-ponte” para desembarque do arsenal do canhoto, pela incredulidade; o que, de certa forma é um aspecto de desobediência; pois, a fé sempre nos desafia a andarmos conforme cremos, uma vez que, a mesma, sem obras seria morta.

A incredulidade traz anexa uma blasfêmia, por atribuir mentiras ao Santo: “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso O fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10

O engano, não raro, se estabelece por um lapso de vontade, não de entendimento. Os que, ouvindo ao Salvador, preferiram se manter à distância, o fizeram conscientes; bem sabiam as implicações de se aproximarem do Senhor; “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3:19 a 21

O engano é voluntário; a decisão de se manter longe da luz, para poder ficar “seguros” perto dos seus pecados. Basta a esses os rótulos piedosos, dado que estimam certa reputação, mas se afastam da piedade, pois, seu exercício demanda uma renúncia que não é para covardes.

Certamente, o pior tipo de perfídia é do que trai a si mesmo, cegado pela própria hipocrisia.

Assim, quando um produtor de enganos se aproxima de um pérfido assim, não o está violentando, desviando-o à força de um alvo que esse esteja buscando; antes, está suprindo um “nicho de mercado”, oferecendo a esse amante das aparências, os rótulos piedosos que ele precisa, para camuflagem da sua apostasia.

Os de consciência cauterizada buscam pela aceitação mais que pela verdade, se tornam “seletivos” num sentido negativo; visam cercar-se de gente que jamais lhes colocará numa “saia justa” de confronto; antes, acalentará suas preferências, fazendo parecer que essas doenças são alinhadas à vontade Divina.

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições...” II Tim 4:3 a 5

Se, a primeira advertência quanto aos cuidados necessários nos últimos dias, foi: “Vede que ninguém vos engane.” O melhor antídoto, é a obediência irrestrita do que, sabemos ser a vontade de Deus. 

O primeiro agente de engano coabita com cada um de nós, a vontade natural, a carne; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7

Sempre que a verdade for resistida, algum tipo de engano, de injustiça estarão concorrendo para essa resistência. Enquanto a obediência enseja comunhão, a impiedade, não importa quão rebuscada seja sua camuflagem, resulta em Ira Divina, contra os inimigos da doutrina. “Do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou.” Rom 1:18 e 19

Quando A Palavra assevera que não será possível o inimigo enganar aos “escolhidos”, não significa que haja uma elite espiritual, que Deus guindou acima das tentações. Antes, que Ele escolheu aos que escolheram obedecer; a esses, o inimigo não consegue enganar, pois, O Espírito Santo guarda-os. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8:5

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