sexta-feira, 22 de março de 2024

Os "bons" e os salvos


“Jesus lhe disse: Por que Me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.” Mc 10:18

O Salvador não estava dizendo que não era bom; antes, demandando pelos motivos desse adjetivo. Se, apenas Deus é bom, acaso reconheces quem Sou? Não expressou essas palavras, mas estavam implícitas na pergunta.

Deparei com: “Se você precisa de uma religião para ser bom, você não é bom; é apenas um cão amestrado.” Essa “pérola” estava coberta de glórias nos comentários.

Dizer que os seres humanos não são basicamente bons, ofende aos brios de muita gente má. Talvez essa seja a principal razão pela qual, A Palavra de Deus é tão odiada. Ela chama aos maus pelo devido nome.

Tendo deixado a Justiça Divina pela insubmissão, caído da bendita comunhão com O Criador, restou ao caído sem noção, a pretensão de justiça própria. Como essa depende de “padrões” encontráveis em si mesmo, o sujeito pode ser um crápula, um patife e ainda assim, sentir-se “do bem”, vendendo saúde espiritual. Não significa que é. Apenas, que a submissão ao mal tolheu também a noção desse míope espiritual. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...” II Cor 4:4

A falta de absolutos, como seria um mundo alienado de Deus, criaria uma pluralidade inumerável de “deuses”, cada um legislando, valorando às coisas a partir da própria falta de noção. “vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Prometera o tentador.

“Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30:12 Porcos na lama invocando sobre si o rótulo de puros. Em Porcópolis, talvez; não, onde deveriam habitar os filhos de Deus.

Isaías foi usado para mensurar o valor da “justiça” dos pecadores; “Todos nós somos como o imundo, todas nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64:6

Mesmo ele, grande profeta se incluiu entre os impuros. Por ocasião da sua chamada dissera: “... Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.” Is 6:5

A Palavra diz: “Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, sequer um.” Sal 53:2 e 3

Deus não adestra cães; antes, transforma lobos em ovelhas. Sabedor dos “predicados” da carne, na qual os lobos atuam, sentencia: “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7

Então, apresenta Sua solução, nascer de novo, de origem espiritual na conversão; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” João 3:3 e 5

O novo nascimento vivifica a consciência, antes, cauterizada, morta. O sem noção que desejava, pensava e fazia tantas coisas más, “sem culpa” após a conversão tem as “escamas” removidas dos seus olhos, e finalmente consegue ver o quão mau é, quanto necessita do Salvador.

Embora pareça irônico, contraditório, os que vão sendo tornados bons, pela imersão nos Méritos de Cristo, se percebem maus; os maus que ainda acrescentam às maldades corriqueiras a da presunção, se sentem bons e postam ou aplaudem estultices como a que estou apreciando.

“Os melhores homens que conheci - disse Spurgeon – estavam inquietos, descontentes consigo mesmos, desejando aperfeiçoamento, buscando alguma forma de ainda ser melhores.” A noção real das coisas restabelecida, faz algo assim em nossas almas.

“Bondade se aprende.” Ensinava Demócrito. A Maldade também; faz ver, A Palavra de Deus. “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13:23

Qual o problema, pois, de ser alguém adestrado para as coisas virtuosas, na senda do dever? “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22:6

Enfim, quem vocifera arrotando bondade aos quatro ventos, além da ruindade ordinária, deixa patente também, o lapso da visão obtusa onde deveria habitar o discernimento; dom que só exercitados em Deus podemos desenvolver. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

Não são as religiões que transformam o homem. Todo mundo tem a sua, e a maldade campeia. Jesus Cristo, apenas Ele, regenera a Obra de Deus.

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