sexta-feira, 8 de março de 2024

Necessária reverência


“Guarda teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” Ecl 5:1

“Guarda teu pé...”
ou, pondera teu caminho, pensa antes de agir. Embora os pés sejam meros veículos, figuradamente são tratados de modo a ilustrarem outros aspectos.

Como a escolha dos que anunciam O Reino de Deus: “Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, anuncia o bem, faz ouvir a salvação, e diz a Sião: O teu Deus Reina!” Is 52:7

A beleza apreciada não está nos pés, literalmente; antes, nas escolhas, dos que se fazem pregoeiros da salvação. Que proveito levam, palmilhando a terra pela causa do Mestre!

Se, mesmo nas coisas vulgares é bom ponderarmos bem, antes de escolher, o que dizer das de repercussão eterna, as espirituais? Eis as consequências das escolhas, possíveis: “... o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:32 e 33

“... quando entrares na casa de Deus...”
Acaso entramos inadvertidamente na casa de nosso semelhante? Mesmo sendo pessoas de nossas relações, esperamos pela gentileza do convite.

Se, a casa de Deus for também de nosso Pai; digo, se reconciliamos com Ele mediante Cristo, invés de nos esbaldarmos por isso, devemos temer; sabedores do custo que foi pago para que essa reconciliação fosse possível, uma razão mais, temos, para a postura comedida, reverente. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1:7

Aos que iam ao lugar santo de qualquer jeito, com suas vidas tortas, sem um arrependimento sincero, tentando compensar isso com sacrifícios, como se Deus fosse um mercador, foi dito: “... De que Me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz O Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e gordura de animais cevados; não Me agrado de sangue de bezerros, cordeiros, nem bodes. Quando vindes para comparecer perante Mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar Meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs...” Is 1:11 a 13

Invés de pecar mais, confundindo coisas santas com profanas, O Eterno mandou que fossem se lavar primeiro; “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então...” vs 16 a 18

“... porque chegar-se para ouvir é melhor que oferecer sacrifícios de tolos...”
Os sacrifícios de tolos, vimos acima; uma alternativa superior é proposta aqui; “ouvir é melhor...” 

Tiago ensina: “Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, para se irar.” Tg 1:19 Salomão fez considerações sobre isso; “Melhor é ouvir a repreensão do sábio, que ouvir alguém a canção do tolo.” Ecl 7:5

Desgraçadamente, quase todo mundo tem algo a dizer, sem ter, antes, aprendido. Nem tudo vem de berço; “bondade se aprende”, ensinava Demócrito. “Instrui ao menino no caminho que deve andar...” Prov 22;6 prescreve a Palavra.

Há vozes demais e ouvidos de menos num mundo desesperadamente carente de conteúdo, tanto pelo lapso do conhecimento, quanto, pelo da virtude. Falta saber; falta caráter.

Se soubéssemos, ao menos, as consequências do falar ocioso, precipitado, seríamos mais morosos com nossas línguas; “Mas Eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12:36

A língua alinhada à vontade de Deus é feita uma espada; “... a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus;” Ef 6:17 A do homem por conta própria, mesmo que se esforce em ser aveludada, acabará se revelando danosa como foi a de Judas. “As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração...” Sal 55:21

“... pois, não sabem que fazem mal.”
Se “Deus não toma em conta os tempos da ignorância...” Tenciona fazer os ignorantes conhecerem Sua Vontade, para que sejam salvos. Ignorância não é sinônimo de inocência; pode matar também. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4:6

Quando O Senhor orou na cruz, “Pai perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem.” Não significa que estava perdoando-os para salvação. Rogava para que não fossem consumidos, sem possibilidade de arrependimento; para efeito de salvação deveriam trilhar o mesmo caminho que todos. Reconhecimento, arrependimento, perdão, submissão.

Quando entrarmos na casa do Senhor, que o façamos numa ousada aproximação, desejando que Sua Luz penetre mais em nós.

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