sexta-feira, 22 de março de 2024

O dízimo ainda vale?


“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, juízo, misericórdia e fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.” Mat 23:23

Dízimos têm sido combatidos de forma recorrente por “mestres” que, invés de extraírem o real sentido da revelação bíblica, como requer a boa exegese, usam exemplos de gente que malversa o dinheiro, ou, apenas advogam que a prática era da lei, e que vivemos na “Era da Graça”; a Lei teria sido abolida por Cristo.

Cristo aboliu a lei dos sacrifícios expiatórios do sacerdócio levítico. “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7:12

Os Dez Mandamentos, O Salvador resumiu a dois, tendo seu princípio espiritual ainda vigente; “... Amarás O Senhor teu Deus de todo teu coração, toda a tua alma e todo teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22:37 a 40

Os que advogam que o dízimo era coisa da Lei, poderiam dizer em qual dos dez mandamentos ele está? Existia nos dias de Abrão, alguns séculos antes de Moisés. “Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” Gn 14:20 Abrão deu a Melquisedeque, sacerdote de Salém.

O Sacerdócio de Cristo é dessa ordem. “Porque ele assim testifica: Tu És Sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.” Heb 7:17 Então, “Por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.” Heb 7:9 e 10

A lei cerimonial apenas regulamentou uma prática existente, de que, os que semeiam as coisas espirituais, recebam as temporais. O sustento para a manutenção da obra é o sentido bíblico do dízimo. “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?” I Cor 9:11

Acima vimos que, os fariseus eram ciosos com os dízimos até das ervas que produziam; entretanto, desleixados com as coisas mais importantes. Invés de seletivos escolhendo qual parte obedecer, O Salvador censurou-lhes a hipocrisia e sentenciou: “... deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.”

Foi no contexto dos impostos demandados pelos romanos que O Senhor disse a clássica sentença: “Dai a César o que é de César; e a Deus o que é de Deus.” O que é de Deus, no prisma de “impostos”, é o dízimo.

Mas e os mercenários da fé, os marajás espirituais que malversam o dinheiro da igreja? A desonestidade desses não justifica a impiedade dos cristãos, assim como, o fato de sermos presididos por um notório ladrão, não legitima que todos se façam sonegadores de impostos; são assuntos separados.

O foco é deixar patente que o dízimo é mandamento ainda em vigor. Não uma condição para salvação; essa deriva dos méritos de Jesus. Mas, é um convite à participação eficaz na Obra Divina, uma possibilidade honrosa, pela qual, O Eterno se responsabiliza em abençoar aos fiéis.

Quem direciona sua capacidade de amar, ao dinheiro invés de a Deus, deixa uma ventura recompensadora, e toma para si uma missão impossível; correr atrás da sombra. “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda...” Ecl 5:10 “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7:12

Há muitos “teólogos” defendendo o amor ao dinheiro com argumentos tão rasos, que, uma formiga passaria andando sobre, não precisaria nadar em tais águas. Ninguém é obrigado a nada; cada um é mordomo das próprias finanças.

Todavia, a interpretação honesta da Palavra, é o mínimo que se espera de um intérprete. Trabalhamos cinco meses por ano para pagar impostos extorsivos para corruptos, que laboram pela destruição da família, disseminação das drogas, perversões sexuais, e vida que segue.

Agora dez por cento do líquido para um trabalho que se esmera na reverão dessa destruição de valores que grassa gera gritaria? Arde um quê de vergonha alheia.
Confesso certa preguiça intelectual de evidenciar o óbvio.

Não há problemas doutrinários com o dízimo. Apenas os que levantam esses supostos problemas, o fazem como camuflagem de seus problemas sentimentais; “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” 6:10 e 11

Nenhum comentário:

Postar um comentário