domingo, 24 de março de 2024

Os fugitivos


“O que anda na retidão teme ao Senhor, mas o que se desvia de seus caminhos O despreza.” Prov 14;2

Dois tipos de relação com Deus; um teme, outro, despreza. Em geral, as pessoas pretendem demonstrar com palavras, coisas que demandam atitudes.

Afirmam crer, dizem pertencer a Ele; lugar comum, onde a maioria se pretende abrigar. Alguns chegam a “filosofar”; “Deus É Pai, não é padrasto; também sou filho de Deus.”

O que cada um é, evidencia-se pelo seu modo de andar, agir, não, de falar. O que “anda” na retidão o teme... o que se desvia, O despreza. O resto é apenas a presunção enfeitando vitrines; hipocrisia, para apreciação superficial dos incautos.

Aos que se apressam a atribuir títulos, de Senhor e de Pai, ao Eterno, vivendo de modo indigno, O Santo questiona: “O filho honra ao pai, o servo ao senhor; se Sou Pai, onde está Minha honra? Se Sou Senhor, onde está Meu temor? diz O Senhor dos Exércitos...” Mal 1:6

O lapso de substância entre as ousadas afirmações e a realidade, fazem gritante a hipocrisia, para perda dos que assim se enganam.

Paulo também colocou as escolhas como aferidoras da filiação espiritual, a despeito do que, possamos dizer. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6:16

Os caminhos logram mostrar o que as falas, em geral, tentam esconder; a verdade.

Palavras são uma necessidade, sobretudo, para quem foi capacitado a ensinar. Contudo, nossa fé deve ser evidente sem nossos ditos. Algo que precisa saltar aos olhos de quem contempla nosso viver. “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:14 a 16

Aquilo que outros veem em nós, não carece ser dito, uma vez que já terá a “eloquência” necessária, pelo testemunho que enseja.

Quem, de um passado ruim, ao ser transformado pelo Senhor, a simples transformação, (não que seja simples) dará gritos; se tornará uma mensagem para quem ousar ver a realidade, admitindo-a. “Esperei com paciência no Senhor, Ele se inclinou para mim, e ouviu meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40:1 a 3

Quem andara no lodo, de repente, ser visto mudado, louvando a Deus, fala muito alto.

A transformação de um errante assim, se torna um desafio a outros que seguiam da mesma maneira, e que, nem sempre ousam dar a mesma guinada na vida. Há um preço de renúncias a pagar, a cruz, da qual a maioria foge.

Lembro de quantos “amigos” deixaram de frequentar minha casa, quando, em lugar das bebedeiras e chocarrices afins, o ambiente foi “salgado” pela Palavra de Deus. De uma vez, se afastaram todos. Eu que sempre fora tão “legal” de repente adotara um comportamento que, por si só se tornara uma censura ao deles; não puderam suportar e se afastaram. A conversão veraz faz isso.

Ao transformar-nos, acaba mudando nossas relações, de modo automático. Há no mundo uma inimizade com Deus, adormecida pela cegueira e hipocrisia que grassam; se alguém, de determinado grupo, se reconciliar com Ele, presto, os outros, verão melhor suas próprias situações. Se apressarão a manter “distância segura” do Santo.

Os que prezavam nossa companhia, na inimizade comum, não nos suportarão mais, pelas nuances de Cristo em nós; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

Por medo dessa palavra, os que, antes nos ouviam em tudo, sumirão.

A autonomia para valoração das coisas ao bel prazer, foi a “obra-prima” do canhoto, que levou a morte toda a humanidade. Os que aceitam o convite do Príncipe da Vida, abdicam dessa insana pretensão e voltam a viver, em submissão ao Senhor; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10:23

Chamam de liberdade a escravidão a toda sorte de vícios, onde erram os mortos-vivos do canhoto. Quem treme à ideia de se aproximar da luz, da verdade, é antes, um fugitivo que alguém livre. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8:32

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