sábado, 2 de março de 2024

A busca pelo ouro


“Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua! Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro...” Lam 4:1 e 2

A Bíblia interpreta-se. Ela mesma deixa ver, quando determinado método literário é usado, qual o sentido tencionado pelo autor.

A alegoria do ouro que escurece, perde suas qualidades é interpretada no contexto imediato, no próximo verso.

O ouro era uma metáfora avaliando às pessoas aos Olhos Divinos; por terem caído em desobediência foram entregues ao juízo. Perderam suas qualidades, como se, o ouro degenerasse e passasse a ser apenas terra. “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro.”

Também compõe a breve alegoria, o extravio das pedras; “Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua!” Embora pudesse ser uma reportagem literal, da destruição do templo pelos babilônios, também era eloquente figura da dispersão das pessoas que deveriam estar no lugar santo, para adorar.

Pedro explica: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2:5

Assim, a dispersão dos adoradores, na morte ou, escravidão, também poderia ser figurada como “pedras do santuário, espalhadas”.

Quando Deus compara alguém a ouro, não significa que esteja apreciando o valor intrínseco desse. Antes, tem a ver com o quanto aprecia a comunhão em obediência dos Seus filhos, coisa que só é possível atuando O Bendito Espírito Santo em nosso espírito regenerando-o.

Paulo pontuou: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4:7 Os salvos contêm um tesouro, invés de serem um. Embora, O Amor do Pai os reputa como tais.

Então, quando andamos em espírito, preservando nossa comunhão mediante consagração, Deus nos vê como coisas valiosas, não obstante, tenha sido Sua misericórdia, que nos regenerou, salvou e legou Seu Espírito, para em nós agregar valor.

Poucas pessoas conseguem aquilatar, quanto vale um bem como a vida, em comunhão com O Criador, tendo como pano-de-fundo, a eternidade. O Salvador ensinou: “Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16:26

O Salmista também meditara acerca do valor da vida, e qual o devido resgate; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele. Pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49:6 a 8

Ouçamos Pedro: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o Precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” I Ped 1:18 e 19

Não raro, pregadores do Evangelho são rechaçados como gente incômoda que se intromete nas alheias vidas. Duas coisas as pessoas ignoram: Suas vidas não são estritamente suas, pertencem ao Criador; e foi Ele que mandou entregar Seu convite para salvação; a fim de que, o tesouro da regeneração no Espírito também seja posse desses alvos do Amor Divino.

“... Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Mc 16:15 e 16

Deus os quer honrar e valorizar; porém, requer antes que lhe deem ouvidos, honrando-o também; “... aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2:30

Deus criou filhos para que fossem sábios; não esperemos agradá-lo, agindo como tolos; afinal, “Como o que arma a funda com pedra preciosa é aquele que concede honra ao tolo.” Prov 26:8

Segundo a mitologia grega, o rei Midas, tudo o que tocava virava ouro. Daí a figura do “toque de midas” tipificando a pessoa de espírito empreendedor, talhada para prosperar no que faz.

Pois esse “toque” é um Dom Divino; o fiel que evita maus caminhos e companhias, meditando na Lei do Senhor, “... será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1:3

Não entendamos prosperidade, porém, como entendem e ensinam os mercenários da terra. Prosperaremos naquilo que conta para a vida eterna; “Ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, onde ladrões não minam nem roubam.” Mat 6:20
Não nos deixemos seduzir pelo ouro que acaba virando terra.

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