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domingo, 8 de março de 2020

Audiência com Deus


“Ah, se eu soubesse onde O poderia achar! Então me chegaria ao Seu tribunal. Exporia ante Ele minha causa; a minha boca encheria de argumentos.” Jó 23;3 e 4

Embora, no sentido vertical “não há um justo sequer”, nenhum inocente perante Deus, digo; Jó era justo, tanto quanto se pode ser, vivendo num corpo de carne após a queda, refém da imperfeição pelo pecado. A “justiça” de um assim se dá quando reconhece os erros que comete e, no caso dele, que viveu antes de Cristo, Advogado dos pecadores arrependidos, sacrificava em sinal de arrependimento e pedido de perdão, por si, e até mesmo pelos seus filhos.

Por isso O Eterno o adjetivou como “Sincero e reto, temente a Deus que se desviava do mal.” O efeito colateral dessa justiça, ainda que imperfeita, era um relacionamento de confiança com Deus. Se, após o primeiro pecado os gritos da consciência assustaram, e Adão apressou-se a se esconder, em Jó tivemos um “justo” padecendo injustamente, desejando defender-se perante Deus.

Necessário evocar uma sentença de Salomão: “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Judas após trair e ver que O Salvador nada fizera para evadir-se à morte, acusado pelo mesmo “Promotor de Justiça” que Adão, a consciência, fugiu e foi se enforcar. Ninguém o perseguia, exceto a culpa de sangue. De novo, Salomão: “O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28;17

Acontece que essa fuga só é “possível” ao ímpio, cujas escolhas de vida o fazem servo do inimigo que “... cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4

Ora, sendo O Criador, Onipotente, Onisciente e Onipresente, como e onde se esconder? “Porventura Sou Eu Deus de perto, diz o Senhor, não também de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho Eu os céus e a terra...” Jr 23;23 e 24

Por isso, depois de ter tentado ocultar alguns pecados bem feios, Davi denunciado pelo profeta Natã, finalmente, arrependido teve nova percepção sobra a Ciência Divina; “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua mão me guiará e Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.” Sal 139;7 a 11 Se deitasse com a mulher do próximo, como fez, Deus estaria vendo também.

Então, a postura de alguém que deseja uma audiência com O Santo, invés de se esconder, embora testifique em parte de um bom relacionamento, acaba chovendo no molhado, pois, “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13

É que, mesmo sabendo que Deus contempla a tudo e está em todos os lugares, às vezes desejamos uma intervenção pontual sobre algo que nos aflige; numa linguagem antropocêntrica, (centrada no homem) nos leva a evocar a “vinda”, ou a “presença” de quem já está, como fez Isaías, por exemplo: “OH! se fendesses os céus e descesses; os montes se escoassem de diante da Tua Face, como o fogo abrasador de fundição, fogo que faz ferver as águas, para fazeres notório Teu Nome aos teus adversários; assim as nações tremessem da Tua Presença!” Cap 64;1 e 2

Não poucas vezes ouvimos acusações dos que se escandalizam com pessoas de passados bem ruins frequentando igrejas. Fez isso e aquilo, e agora anda pra cima e pra baixo com Bíblia na mão querendo ser santo, dizem. 

Pois bem, fez mesmo coisas más; todos nós fazemos. A diferença é que uns fingem não ver as próprias maldades, ou, cegados pelo inimigo descansam em pretensa “justiça própria” como se, não carecessem da de Cristo.

Os errados que, de alguma forma buscam uma “audiência com Deus” nisso estão certos. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Os que vendo de fora os julgam por isso usam mal sua capacidade de julgar. Têm uma série de maus passos em si mesmos esperando por um bom julgamento, que nunca acontece; quando acontecer, talvez se aproximem também do Santo em busca de perdão. Pois, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

sábado, 26 de outubro de 2019

O vírus e as miragens


“Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então o deserto se tornará campo fértil; o campo fértil será reputado por bosque.” Is 32;15

Uma coisa basilar sobre o feito de Jesus gerido pelo Espírito Santo, é que a Obra de Deus atina à vida, não ao prazer. O ministério do Espírito vindo após o Calvário seria como uma “chuva” vivificante, onde, o deserto ganharia vida; a vida já recebida mediante a Doutrina do Mestre, o novo nascimento, seria ampliada muito, como se, um campo fértil se tornasse uma bosque.

É humilhante do ponto de vista do intelecto, ter que, realçar o óbvio; mas, no prisma espiritual, que é o que conta, trata-se de necessidade diária. A Obra de Cristo visa a regeneração da vida, não, de adorno e fomento da morte como muitos pregoeiros têm feito parecer. “O ladrão não vem senão roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.” Jo 10;10

O erro de perspectiva foi fatal para muitos, na primeira vinda do Senhor; esperavam um libertador do jugo do império romano; não, um Santo Humilde que daria Sua vida para derrotar Satanás com seu feito mais notório, o pecado, e sua nefasta consequência, a morte.

Como o Messias não preencheu essas doentias expectativas, invés de leão veio Cordeiro, deixaram patente sua decepção crucificando-O.

Se diz que, quem não aprende com os erros históricos tende a repeti-los. Assim, outra vez se pretende entender a Obra de Deus de uma perspectiva rasteira, carnal e divorciada dos próprios vaticínios das Escrituras.

O cristianismo professo, em sua ampla maioria é como certa igreja da qual O Senhor disse que, tendo nome de viva estava morta; não poucos frequentam templos, oferecem seus “sacrifícios” acalentando os mais doentios anseios como se, o Sangue de Cristo tivesse o fito de nos trazer conforto, não, vida.

Quantas vezes ouvimos que, Deus sendo amor não mandaria a ninguém para o inferno. De certo modo isso é veraz. Ele não manda; antes, chama a si para salvar, pois, nunca foi Seu propósito ver criaturas que ama padecendo em castigos que foram preparados para o Diabo e seus anjos. Porém O Eterno respeita nossas escolhas, seja para o bem, seja para o mal.

A Intervenção Divina mediante O Salvador, como Seu Nome já diz foi porque todos estavam perdidos; “Eu vim para que tenhais vida...” Se, já a tivéssemos sem Ele, sequer seria necessária Sua Obra Redentora.

A condenação vem desde a queda; “... Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti...” Gên 3;17

A repetição dos erros históricos da humana rebelião contra O Eterno só se acirrou, mesmo depois de Ele ter ensinado Seus Termos e proposto aliança com o povo que escolheu. Assim, a maldição consequente ampliou-se também; “Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Então, O Salvador não veio aperfeiçoar “gente boa” como parecem pretender os que confiam em justiça própria, que a Bíblia compara com vestes imundas.

Seu ministério O colocou a falar com mortos, gente sob maldição; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Mesmo mil vezes indignos, O Bendito Salvador aceitou ser amaldiçoado para que recebêssemos a bênção da vida; “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo; para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.” Gál 3;13 e 14

Esse, O Espírito do Alto que traz vida ao “deserto” o faz tornando compreensível o sentido; porfiando conosco para que nos abriguemos sob a Cruz de Cristo, na qual são pregados nossos “direitos” junto com nossas culpas.

Dizer-se um dos tais e usar a fé em demanda dos mesmos vícios de sempre é mentir a si mesmo; ignorar que O Cordeiro agora É Leão com “todo o poder, nos Céus e na Terra”.

A hipocrisia consegue a proeza de mentir para si mesma; seu paciente engana-se presumindo que “senhas” que dão acesso aos Céus abrem o paraíso na Terra.

O pecado como modo de vida é o vírus de Satã que enlouquece todo o “sistema”; os loucos, por ele cegados, abdicam do “Oásis” Santo e morrem lentamente após suas suicidas miragens.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Os sem noção e os salvos

“Pois, reconsidera, converte-se de todas transgressões que cometeu; certamente viverá, não morrerá.” Ez 18;28

Recorrentes, textos de pretensiosa justiça humana, insinuando como falsa a salvação de alguém, cujo passado foi tenebroso, mas, arrependido voltou-se a Deus.

“Roubou, matou, adulterou etc. foi para a igreja está salvo; só porque eu... ( citam um de seus pecados favoritos) vou pro inferno?” Mais ou menos isso circula. Vamos a uma breve autópsia para ver a causa da morte.

Ninguém é salvo por ir à igreja. Infelizmente há muitos nela que jamais tiveram contato com O Salvador. Morar numa garagem não transforma ninguém em carro; igualmente, habituar-se à igreja não faz de ninguém um filho de Deus.

As pessoas não vão à igreja para ser salvas; mas, congregam-se nelas para adorar a Deus porque são salvas; lhes faz bem a comunhão dos santos. O encontro com a Salvação pode ser em qualquer lugar; inclusive, na igreja, pois, lá, a Palavra da Salvação é ensinada. Mas, não necessariamente lá.

O perdão Divino não é oferecido de acordo com certo número ou, qualidade de pecados que cometemos; Como se, alguns fossem perdoáveis, outros, não. Para Deus com muitos, ou poucos, “pecadões” ou, pecadinhos, estamos todos no mesmo barco. “Não há um justo sequer.” E “Aquele que não nascer de novo não pode ver O Reino dos Céus.” Sério assim.

Paulo, perseguidor da igreja embrionária, cúmplice do assassinato de Estevão sentia-se o “Príncipe” dos pecadores. Contudo, disse que sua chamada servia também para isso; por em relevo a longanimidade e misericórdia Divinas. “Esta é uma palavra fiel, digna de toda aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer Nele para a vida eterna.” I Tim 1;15 e 16

Um homem estava com as mãos sujas e foi instado a lavar-se para assentar-se à mesa com O Rei; outro estava todo sujo dos pés à cabeça; serviçais o palácio requereram dele um banho antes do banquete. Ciente de sua sujeira aceitou de bom grado; depois foi recebido na mesa Real para o manjar; mas, o de mãos sujas resistia às “imposições“ do Rei achando que, lavar ou não as mãos era problema seu; sentia-se suficientemente limpo. O Rei achou que banir ao tal rebelde de Sua Presença era direito Seu; e baniu.

O de muitos pecados, arrependido e contrito se assentará com O salvador, enquanto o petulante e arrogante cheio de justiça própria terá sua sorte com o mentor da arrogância e petulância, Satanás.

Deus nunca se preocupou com os “danos à auto-estima” que a Verdade poderia fazer; antes, coloca patentes as coisas como são; a estatura da justiça própria dos seres humanos não ajuda muito. “Todos nós somos como o imundo; as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha; nossas iniquidades, como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Os que desprezam às demandas de Cristo para salvação colocando suas próprias visões como alternativas precisam urgente aprender uma coisa: quem faz isso não apenas rejeita Deus; antes, se faz consorte dos ensinos do Diabo. Sim foi ele que disse que os humanos não precisavam levar tão a sério a Divina Vontade; poderiam decidir eles mesmos sobre bem e mal.

Ademais, como disse o Padre Paulo Ricardo; “Queres conhecer a situação espiritual de alguém? Observe contra o quê, o contra quem ele está lutando”. Quem se opõe veemente à Palavra de Deus e Seus servos faz isso por quê?

A Bíblia ensina nos Salmos que a língua do ímpio pode ser suave como manteiga, e, ainda assim, afiada como navalhas. Um salvo exercita antes de tudo os ouvidos, pois, o “negue a si mesmo”, condição indispensável à salvação o faz, ajudado pelo Espírito Santo e orientado pela Palavra de Deus, a lutar na trincheira certa fazendo ao arrogante e sem noção que o habita engolir a própria língua, para não atrapalhar os ouvidos quando O Salvador está falando.

Os três amigos de Jó torturaram ao infeliz, com suas venenosas línguas cheias de razão; quando, Deus resolveu intervir, o desprezado Jó teve que orar por eles para que fossem perdoados. Quem pertence ao Senhor, pois, não precisa provar nada; o próprio Senhor deixa isso patente quando oportuno.

Os atrevidos que muito batem com a língua nos dentes é porque ainda não bateram com os joelhos no chão. Todos terão que fazer isso um dia. Felizes os que fizerem em tempo, voluntariamente.

“... como Eu Vivo, diz o Senhor, que todo joelho se dobrará a mim...” Rom 14;11

segunda-feira, 13 de maio de 2019

A Saúde da Fé; ou, Doença

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”

A fé nem sempre, corretamente compreendida; muitas vezes vista como uma coisa eficaz em si, como se, bastasse alguém tê-la para possuir uma força operadora de milagres. Interpretação rasa de frases do Salvador que dizia: “A tua fé te salvou”.

É diferente dizer: “A fé te salvou”; e,”A ‘tua fé’ te salvou”. Quando diz a tua fé refere-se a uma fé específica exercida por alguém, não algo genérico sem alvo ou conteúdo. Era como se Ele dissesse: Você confiou em mim; gostei disso, por isso te ajudei.

A incredulidade é blasfema, pois, tendo se revelado como fez, O Eterno, Sua Existência e Vontade não ficaram numa nebulosidade filosófica onde, só os cérebros privilegiados poderiam, quiçá, “descobrir”. A dúvida coloca ao incrédulo em oposição diametral à Palavra, o que implica chamar ao Santo de mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I João 5;10

A própria criação se encarrega de gritar a existência do Criador; “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento anuncia a obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro; uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala onde não se ouça sua voz. A sua linha se estende por toda a terra; suas palavras até ao fim do mundo.” Salm 19;1 a 4 Ou, “As suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20 etc.

Cada um que ouve O Evangelho terá que lidar pessoalmente com o dilema de Pilatos: “O que farei de Jesus chamado O Cristo?”

Aliás, o “problema” que a fé enfrenta em muitos corações é que ela é muito específica, tem conteúdo claro e é muito “negativo” no que tange ao orgulho natural. Declara a todos injustos, nossa pretensão de justiça própria equipara a andrajos de leprosos; “Todos nós somos como o imundo; todas as nossas justiças como trapo da imundícia...” Is 64;6

No dilema entre agradar a Deus e satisfazer a si mesmo, adivinhe quem os incrédulos escolhem! “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Assim, a fé bíblica é muito mais traumática que mera abstração mental, ou, aquiescência intelectual. Requer o enfrentamento do maior e mais difícil adversário, o ego. O “negue a si mesmo,” demanda da fé sadia parece fácil, mas requer ousadia que poucos conhecem, infelizmente. Salomão dissera com propriedade; “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso; o que controla seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

Logo, são só os “melhores” que abraçam à fé; melhores no quesito humildade, por ruins que sejamos ao apreço da escala de valores mundana; aliás, talvez seja essa ruindade que não nos custa assumir, dado que a sociedade já nos exclui por ela, que nos “qualifica” à fé como disse Paulo: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;27 a 29

Sendo o alvo da fé, como vimos, agradar a Deus, e Ele “Galardoador dos que O buscam” também isso pode ser torcido por interesses rasos como se, desse para manipular ao Altíssimo fingindo buscá-lO pelas recompensas materiais, uma leitura rasa de “Galardão”. Ouçamos o que O Senhor disse a Abraão: “Não temas, Abrão, Eu Sou Teu Escudo, Teu Grandíssimo Galardão.” Gn 15;1

Desse modo, O Eterno galardoa aos que O buscam de modo sincero deixando-se encontrar. A fé que nos faz agradá-lO faz Nele descansar; esse é seu fim. Circunstâncias favoráveis ou adversas são os meios, apenas. Se, Ele se agradar de nós passará conosco pelas adversidades necessárias; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Fé seletiva que escolhe em quais partes crer não é fé; é só velhacaria orgulhosa de ímpios maquiando-se e enganando a si mesmos. Fé saudável crê que somos tão maus e perdidos quanto A Palavra diz, antes de crer que seremos abençoados como O Senhor promete.

domingo, 21 de abril de 2019

Força para a paz

“O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará Seu povo com paz.” Sal 29;11

Falemos a um “cristão” moderno sobre bênçãos; presto evocará grandezas materiais, mini impérios terrenos que alguns “ministros” constroem tendo a “fé” como matéria-prima. Eis a noção vulgar! Ir ao Salvador pela comida que perece. “Promover” o “Pão dos Céus” a pasto da terra.

Para o salmista o usufruto da paz era uma bênção que demandava ser fortalecido pelo Senhor. Embora, ser robustecido pode parecer providência para guerra foi alistado como consorte da paz.

Sol e chuva incidem sobre justos e injustos; não são estritamente bênçãos Divinas; antes, provisões graciosas do Criador para manutenção da vida. Por essas coisas se darem a todos, malgrado muitos estejam em guerra contra Deus, isso as diferencia das bênçãos estritas que dá aos Seus filhos. Entre essas preciosidades especiais está a paz.

Difere da calmaria que o incauto presume ser paz; antes, é a remoção das causas da guerra: “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, sois invejosos, nada podeis alcançar; combateis, guerreais e nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;1 a 3

Quando, persuadindo João a batizá-lo O Salvador disse que “convém cumprir toda a justiça”; era às nossas injustiças que aludia; batizava-se não por ter pecados, mas por identificar-se com os nossos dos quais nos remiria. Sua Força (justiça) nos foi dada para que Nele tivéssemos paz. “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Sendo a paz um “efeito colateral” da Justiça, natural que os injustos desconheçam, mesmo que usufruam calmarias eventuais. “Os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22 “Os ímpios são como mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Se, justiça e paz estão casadas, misericórdia e verdade foram testemunhas do casamento; (Em Cristo) “Misericórdia e verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.” Sal 85;10

Todas as pelejas de ímpia iniciativa são subprodutos, de estarem seus agentes, em guerra contra Deus e Sua Vontade. Por isso, o Evangelho da Paz é antes de tudo, uma mensagem de arrependimento e reconciliação. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

A força necessária à paz com Deus não melhora nossos bíceps, tríceps, ou, outro músculo qualquer; antes, liberta-nos dos grilhões da mentira, da desonestidade intelectual, da hipocrisia que nos mascara; se, tão somente recebermos O Salvador e abdicarmos o trono enganoso do ego, da doentia e sem noção, justiça própria.

O fato de ser própria é já uma injustiça, pois, deriva do conselho de Satanás que, disse que, não precisando obedecer à Justiça Divina, poderiam os humanos estabelecer à própria. Portanto, justiça própria dos ímpios nem é tão própria assim; é filha do Pai da mentira.

Ser de novo filho de Deus demanda um poder que a carne não tem; O Espírito Santo atua mediante à Palavra persuadindo quem ouve, para que receba Àquele que venceu por nós; “A todos quantos o receberam, (Cristo) deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, ou, do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Sem novo nascimento, nada feito; não contam religiões, boas obras, intenções, etc. “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar...” Jo 3;3 e 5

Em momentos emergenciais, como estepe, paz com Deus é lembrada; muitos vivem impiamente; quando falecem, parentes pretendem ouvir palavras de esperança no auto-fúnebre...

Colocam uma estrela na data do nascimento, uma cruz na da morte, na lápide de quem parte; porém, “identificar-se” com Cristo, então, está um pouco fora de tempo; “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo...” Heb 9;27

“Concilia-te depressa com teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que ele te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.” Mat 5;25


Como será quando o adversário for o próprio juiz??

sábado, 12 de agosto de 2017

Ciúme, zelo, emulação...

“... o amor é forte como a morte, duro como sepultura o ciúme; suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas.” Ct 8;6

Ciúme, ou, zelo é inevitável, como a ira. Mas, torna-se mau quando fora do lugar. Paulo testificou que os judeus contemporâneos seus eram assim. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas, não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus.” Rom 10;2 e 3

Assim, o ciúme está a serviço das obras da carne. Uma das derivações dele é a emulação. Uma espécie de rivalização, de competição, que em seu aspecto negativo recai para a inveja, desfeita; por outro lado, pode ser estímulo a buscar o mesmo; ser igual a outrem do qual nos sentimos emulados.

Paulo disse que investia em seu ministério entre gentios, esperando com isso, que alguns judeus também fossem salvos. “Para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles.” Rom 11;14

Denunciou os judaizantes que transtornaram a graça do Evangelho entre os gálatas; tinham ciúmes, pois, os consideravam ovelhas suas. Não andarem as ovelhas de Cristo, como se, deles, lhes incomodava; perdiam a sensação de guias. “Eles têm zelo por vós, não como convém; mas, querem excluir-vos, para que tenhais zelo por eles. É bom ser zeloso, mas, sempre do bem; não somente quando estou presente convosco.” Gál 4;17 e 18

Essa concessão ao zelo, ou, ciúme, pois, está condicionada ao bem; o que conceituaríamos como tal, senão, a Vontade de Deus. Aliás, foi exatamente o não discernir a Santa Vontade, das coisas mundanas, que Tiago referiu como motivo de ciúmes do Espírito. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;4 e 5

Ciúmes a ponto de ensejar inimizades, como dissera Salomão. “...suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas...”

Qual sentimento movera O Eterno a chover fogo sobre o sacrifício no Desafio de Elias, senão, o Santo Zelo pelo Seu Majestoso Nome que estava indignamente suplantado por fantoches de humana feitura; imagens de Baal? Por Isaías disse: “Eu sou o Senhor; este é meu nome; minha glória, pois, a outrem não darei, nem, meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Nos dias de Ezequiel a apostasia assumira proporção tal, que colocaram imagens de escultura no átrio do Templo do Senhor. Aquilo O irritava tanto que, se afastava do lugar de culto que Ele mesmo escolhera. “...levantei meus olhos para o caminho do norte, e, ao norte da porta do altar, estava esta imagem de ciúmes na entrada. Disse-me: Filho do homem, vês o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário?...” Ez 8;5 e 6

Usamos dizer: O incomodado que se mude. Pois, bem, O Eterno incomoda-se profundamente com a idolatria, não só culto às imagens como simplificam alguns. Avareza é equacionada com idolatria; adoração, bajulação de ministérios, pregadores e cantores também; tudo mais do mesmo; onde arde essa febre, O Espírito Santo se afasta, por zelo Ao Majestoso Nome de Deus.

Pois, se o homem foi projetado para a comunhão com O Santo, amando a justiça, a verdade, a retidão, dominando sobre a criação, mas, em submissão, respeitando certo limite posto, o homem assim, digo, era “Imagem e semelhança de Deus;” o que resultou após a queda, egoísta, enxerido, independente, insubmisso, infelizmente se fez a imagem e semelhança de outro, que lhe dissera: “Vós sereis como Deus; e sabereis o bem e o mal.”

Em suma, por detrás dos ídolos, de qualquer espécie, O Eterno vê a imagem do canhoto em relação promíscua com aqueles que Ele Ama; isso lhe desperta ciúmes. Por isso requer santidade dos Seus servos; Isso significa consagração, separação dos valores perversos do mundo, pela adoção dos Divinos.

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão, luz com trevas? Que concórdia entre Cristo e Belial? Que parte o fiel com o infiel? Que consenso, o templo de Deus com ídolos? Vós sois templo do Deus Vivo como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; serei seu Deus e eles, meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, Eu vos receberei; serei para vós Pai, vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6;14 a 18

domingo, 4 de dezembro de 2016

Queima de arquivo

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” Tito 3;5

Paulo realçou a benignidade de Deus em salvar-nos, e, pintando o que foi necessário, mostrou como éramos antes. Se, careceu lavagem, óbvio, estávamos sujos; regeneração, renovação, porque, degenerados, velhos. Assim, pecadores não convertidos estão sujos, degenerados, envelhecidos.

Sujeira espiritual decorre de nossa incapacidade para justiça, sem O Espírito de Deus. João usa a mesma linguagem: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda...” Apoc 22;11

Isaías acentua mais a inépcia da pretensa justiça própria dizendo que ela, nos exclui da sociedade dos santos, como a lepra excluía suas vítimas da sociedade dos homens; “Todos nós somos como o imundo, nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades, como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Então, Graça não é uma alternativa de salvação, antes, a única possibilidade, pois, sem ela, restaria a justiça, nosso salário apenas. “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna...” Rom 6;23

Se, a ideia de estar espiritualmente, moralmente sujo, fere os brios de alguém, que pretenda méritos próprios, sem entrar em minúcias, Jesus diria a ele o mesmo que disse a Pedro: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo.”

O lavar resolve a questão de nossa sujeira pretérita, pois, uma vez, dela convencidos, pela ação do Espírito Santo, em consórcio com a Palavra, somos instados ao arrependimento; logrado isso, recebemos perdão, nossa sujeira desaparece dos arquivos de Deus. Entretanto, essa “queima de arquivo” não basta, pois, habituados que estávamos à prática do pecado, tendemos a incorrer nos mesmos, muitas vezes, ainda.

Porém, além de lavar-nos, O Espírito Santo nos fez nascer de novo, regenerou.

O que era impossível ao homem natural, agir como filho de Deus, Ele faz mais que possível, desejável. “...a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus...” Jo 1;12 “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;3 e 4

A justiça da Lei demandaria a morte; porém, na conversão, o preço pago por Jesus é atribuído a todos que O servem, que aceitam a renúncia do antigo modo de vida, a cruz, e negam-se. Para os tais, O Eterno considera que foi feito justiça, pois, a Justiça do Salvador lhe basta, desde que, os salvos se identifiquem com a morte do Senhor, mortificando, pelo Seu Espírito, as más inclinações. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3

Assim, o “velho” que nos habitava não é renovado, antes, é morto, para dar espaço, pro novo, oriundo da regeneração. “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.” Rom 6;6 Antes, dissera: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos nós também em novidade de vida.” V 4

O novo homem, lavado, regenerado, ainda peca; entretanto, agora, com nova consciência no Espírito, identifica presto seu pecado, e corre buscar socorro onde há. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” I Jo 1;9

Com certo discernimento, fica fácil identificarmos onde houve novo nascimento, pela dieta de cada um. Quem se diz convertido e vai aos encontros espirituais com motivações carnais, do velho homem, não chegou nem perto da cruz. A alimentação do novo é distinta: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Paulo, que, perseguira a Cristo, precisou três anos de isolamento para reaprender o que, pensava saber; foi ele que apregoou uma mudança cabal como necessária.

Conversão que não rompe com o passado, não tem futuro. Quem nasce de novo, não quer mais do mesmo. “Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos. Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e queimaram na presença de todos...” Atos 19;18 e 19 “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis, que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

sábado, 23 de abril de 2016

Os Campeões de Deus

“Então, também eu a ti confessarei que a tua mão direita te poderá salvar.” Jó
40;14

O advérbio, “então” refere-se a determinado caso, ou, momento. As palavras acima são de Deus, que, após propor a Jó algumas tarefas Divinas, disse que, se ele as executasse, O Próprio Criador reconheceria que o desafiado poderia salvar a si mesmo.

E, olha que Jó era um homem justo, tanto que, o Mesmo Senhor dissera que era reto, temente, e se desviava do mal.

Acontece que o mais alto padrão de justiça humana ainda fica mui aquém do parâmetro Divino. Isaías chutou o pau da barraca: “Todos nós somos como o imundo, nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Mesmo que sejamos justos em nossas relações interpessoais, e devemos ser, ainda estaremos distantes das aspirações do Santíssimo. O salmista expressou nossa impossibilidade redentora: “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Esse valor, entretanto, não se mensura em bens, riquezas materiais, mesmo, justiça horizontal; pois, nesse caso, um justo como Jó serviria para desfazer o mal feito por Adão.

A demanda celeste era “um pouco” mais alta. Buscou para o Sumo Sacerdócio um, “Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;16, 26 e 27

Gostemos da assertiva ou não, os melhores de nós, humanos, não passam de layouts, esboços grosseiros da arte final almejada por Deus. “Os melhores homens que conheci, - disse Spurgeon - estavam sempre descontentes consigo mesmo, em busca de algo que os tornasse ainda melhores.”  Eis uma virtude que Deus preza: Humildade, reconhecimento de nossas imperfeições, falhas, e, anseio por aperfeiçoamento.

Afinal, nosso parâmetro proposto não é Jó, malgrado sua justiça, mas, Cristo, Sua Justiça e Santidade. “Querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;12 e 13

Um dos traços mais marcantes da Estatura Espiritual de Cristo era sua capacidade de manter-se Íntegro, Santo, em meio às adversidades. Nós, por nossa natureza frágil e comodista tendemos a querer facilidades, mesmo em ambientes adversos.

Os vencedores da Terra ganham coroas, faixas, troféus, medalhas... os do Céu, chagas, perseguições, calúnias, ódio... Nossa vitória, enquanto na Terra, não consiste numa chegada, antes, numa travessia perseverante.

Quantas vezes contemplamos alguém sofrendo por causa da justiça e “ajudamos”: “Confie, vai dar tudo certo”. Ora, quem sofre injustiças, perseguições, danos, e não abdica de seu temor a Deus, da prática das melhores obras, não carece que “dê tudo certo”, para tal, já deu. Cristo vence nele!

Uma canção, cujo autor, ignoro, traz: “Um campeão se mostra na derrota”. Não sei qual a luz espiritual tem quem escreveu, mas, se refere-se aos campeões de Deus, com certeza, disse muito bem. Aquilo que soa derrota aos olhos naturais é o triunfo dos de visão espiritual. Foi no auge da “derrota” que o Campeão do Campeões disse: “Está consumado”. Eu venci, acabou.

Paulo, na iminência de sua execução, invés de portar-se como perdedor, sua despedida foi de um grande campeão: “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual, o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas, a todos os que amarem sua vinda.” II Tim 4;6 a 8

Em momento algum rogou pela sua vida, antes, descansou seguro na Justiça de Deus, mesmo em face à morte. Vencedores assim são os mais eloquentes. Nenhum deles carece sair apregoando que venceu, pois, a própria vitória se encarrega de esculpir isso em alto relevo na rocha do testemunho.


Em suma, a justiça própria é incapaz, como Deus dissera a Jó, mas, a de Cristo imputada ao Seus, satisfaz ao pleito dos Céus. Nossa justiça é necessária, como servos de Deus; porém, redentora é apenas a Dele, a do “Senhor, Justiça Nossa.”

sábado, 20 de junho de 2015

Porque se lavar faz bem

“E destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre; enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra...” Is 25; 7 e 8 

Quatro coisas saltam nesse texto: A destruição da cobertura da face, ou, máscara dos povos; aniquilação do poder da morte; extinção da tristeza e remoção do opróbrio, ou, vergonha do povo de Deus. 

Essa ordem posta em outras palavras é de uma coerência cristalina. Primeiro Deus expõe o pecador, desmascara; depois salva, vivifica, resgata da morte; a seguir, dá alegria espiritual, remove as lágrimas; por fim, glorifica trocando vergonha por honra.

Atrevo-me a dizer que, se a ordem fosse inversa muito mais gente acetaria ao “Evangelho”, mas, de que valeria se, no último capítulo os “abençoados” terminassem, enfim, desmascarados apenas? 

A Palavra de Deus nunca teve trânsito fácil, pois, sendo o que É, Luz, expõe todos por belos que pareçam, sujos e feios, tais quais são; Sabedores disso, muitos mascarados preferem guardar distância “segura”.

O Salvador denunciou: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, mas, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 19 e 20 

A reprovação da impiedade, pois, os nomes aos bois, rasga as máscaras da presunção hipócrita, das religiões humanistas e da pretensa justificação via obras. A dupla identidade do “herói” é revelada; abdica de seus “superpoderes” abrigando-se sob as asas do Todo Poderoso, ou, segue sua fuga inglória, forjando novas máscaras com folhas, como Adão. 

Porém, quem se deixa conduzir pela Palavra, já não carece cobertura estranha, uma vez que recebe outra superior. Cobertura, aliás, que o mesmo profeta denunciou sua nação de ter abandonado. “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; que se cobrem, com uma cobertura, mas não do meu espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado;” Is 30; 1 

Dos crentes se diz diferente: “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1; 13 

Assim, os mortos deixam suas máscaras e passam para nova vida mediante Jesus Cristo; ainda recebem a cobertura do Espírito Santo para os consolar e fortalecer. 

A extinção das lágrimas não deve ser tomada literalmente; uma vez que, até de alegria, gozo, é possível chorar. Então, a lágrimas no texto figuram a tristeza. Embora a remoção cabal só seja possível no porvir, dado que o Reino de Deus, de justiça e paz, ainda concorre com o mundo de mentira, violência, corrupção... ainda assim, os salvos desfrutam alegria espiritual como antegozo do virá na restauração final. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Rom 14; 17

Finalmente, a remoção do opróbrio, a glorificação. Nem mesmo as competições humanas premiam no início, antes, ao cabo; afinal, como identificar os vencedores antes do jogo acabar? Como premiar quem não venceu sem cometer injustiça? 

Então, somos peregrinos em plagas inóspitas, plenas de adversidades, tentações, provações, calúnias, privações, injustiças... Na corrida espiritual não são premiados os que chegam primeiro, mas, os que chegam. Paulo alegorizou usando nosso modo de prática esportiva para exortar à perseverança: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.” I Cor 9; 24 

Concluindo; quem equaciona amor com mero sentimentalismo nunca entenderá ao Amor de Deus. Diverso de certa marca de sabão em pó que diz; “Porque se sujar faz bem”, o Senhor depois de rasgar as máscaras dos sujos os manda a Siloé, O Enviado, para que se lavem. Se o orgulho “santo” não se submete ao que lava, sentencia: “Se eu não te lavar não tens parte comigo”. 

Tiago aludiu aos que olham no espelho, mas, não se lavam; “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; contempla a si mesmo e vai-se; logo se esquece de como era.” Tg 1; 23 e 24 

Deus fez o que prometeu; o homem recusa-se a fazer o que precisa. A esbórnia do pródigo acaba ao findarem seus bens; porém, nesse caso é a vida; finda esta, já não dá pra voltar à casa do Pai.