segunda-feira, 3 de junho de 2024

Sal estragado


“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” Ef 5;8

O convertido foi algo ruim noutro tempo; não mais é, agora. “... noutro tempo éreis trevas...”

Nenhum problema, pois, termos passos ruins em nossos pretéritos. Todo o convertido tem um passado ruim; diferente dos ímpios que ainda têm um presente ruim, admitindo ou, não.

Paulo evocou os dias antigos, dos romanos, quando não tinham compromisso pra agir de modo justo. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Ou seja: Antes de Cristo, podíeis fazer o que lhes dava vontade.

Mas, antes de alguém concluir que aquela “liberdade” era melhor, demandou pelos resultados daquele modo de vida: “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Se, olhando de fora, aquele viver envergonhava, sendo, o fim do mesmo, a morte, certamente, não havia nenhum argumento que o justificasse.

Assim, pouco importa de onde viemos, o que fizemos em tempos idos. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40;2
O que somos e o que fazemos agora é que conta, diante de Deus; “Mas agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação, e por fim, a vida eterna.” V 22

Gente que bate a porta na cara de alguém, agora, porque esse deu passos ruins em outros tempos, condena a si mesmo em sua rejeição. Pois, conta com o perdão Divino para os próprios pecados, embora, seja juiz severo dos alheios. “Com a mesma medida com que medirdes, tornarão a medir a vós.” Ensinou O Salvador.

“... andai como filhos da luz”, é o preceito para todos os que pretendem ter deixado as trevas espirituais, sedo agraciados com a iluminação do Senhor.

Como andam os filhos da luz? O salmo 15, diz: “... anda sinceramente, pratica a justiça, fala a verdade no seu coração. Aquele que não difama com sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo; a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Vs 2 a 4

Infelizmente, no quesito, “Fala com dano seu, contudo, não muda”, é onde mais se identifica falhas entre os que se declaram cristãos. Vestem suas mudanças mesquinhas com desculpas esfarrapadas; coam moscas, (picuinhas ultrapassadas) e engolem camelos; dando um testemunho de gente indigna de confiança, malgrado, se pretendendo cristã. Spurgeon dizia: “Ninguém precisa se dizer um cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta.” Aja como um.

Muitos, infelizmente, lembram a música “Metamorfose ambulante”, do Raul Seixas; dizia: “Se hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor, lhe tenho horror”.

Que ele, ímpio e drogado, vivesse dessa forma e ainda afirmasse em prosa e verso, vá lá. Mas, nós que fazemos menção do Santo Nome do Senhor, de nós, o esperável são coisas mais valiosas. “... de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, coisas que acompanham a salvação...” Heb 6;9

Paulo pontua a responsabilidade que incide sobre os que se dizem, de Cristo: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Esse sal insípido, que só serve para ser pisado pelos ímpios carece urgente entender o que está em jogo. Ninguém é obrigado a crer na Palavra de Deus, tampouco, fazer menção de porções dela; mas, se o fizer, tenha em mente que será responsabilizado por isso. “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti?” Sal 50;16 e 17

Nossa pregação é uma coisa boa, quando, nosso modo de agir se faz uma testemunha da mensagem que pregamos; senão, como disse Jó aos tagarelas imprudentes que o cercavam, “Quem dera que vos calásseis de todo, pois, isso seria vossa sabedoria.” Jó 13;5

Muita vergonha grassa no seio de igreja, fruto de gente tíbia, sem coragem de se render a Cristo. Como terá autoridade para pregar à Palavra que transforma, aquele que ainda não exibe traços de que tenha sido transformado?

A timidez, não é inócua como pode parecer; “Mas, quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, que se prostituem, feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; a segunda morte.” Apoc 21;8

Externa mente



“... se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.” Luc 17;3

A repreensão não encontra muito trânsito nesse mundo amoral, infelizmente. Estamos preparados para “curtidas e coraçõezinhos” nas coisas que partilhamos; mas, repreensão soa a intromissão, atrevimento; a maioria não suporta. “Quem não paga minhas contas não se meta na minha vida!” defendem-se, como se, dinheiro fosse o príncipe dos valores.

Mesmo alguém pagando meus boletos, se, depois tencionasse me inclinar a agir contrário ao que acredito, não teria minha adesão; poderia, o suposto comprador de almas, tomar seu dinheiro de volta e fazer melhor uso.

Viçam preceitos voláteis, “valores” camaleônicos que mudam, mudando o ambiente; repreensão visando corrigir, não raro, traz anexa alguma “fobia”; melindres do vitimista da vez se fazem a “Lei” à qual transgrediria quem ousasse repreender. A Palavra do Eterno é clara: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o...”

A destruição de fundamentos grassa como peste voraz; porém, o texto trata de dois que supostamente adotam os mesmos valores; irmãos, o que requer filiação espiritual comum. Quem foi chamado por Deus, deve se fazer dique, não, água corrente a levar consigo, as sujidades adjacentes. A Palavra do Pai é categórica: “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

A violação dos fundamentos, abafa à justiça. “Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Sal 11;3 Isso nos deixaria “no pincel”, sem apoio.

Então, pra quem leva O Criador a sério, a grama segue sendo verde; o céu, em dias de tempo bom, azul; homem permanece homem; mulher, continua, mulher; perversão também não deixou de ser o que é, porque alguém assim o deseja.

Urge que se pare com essa balela de achar que anseios legitimam atitudes ímpias; narrativas substituem fatos. As coisas ainda são o que sempre foram, exceto, o sistema ímpio que perdeu os resquícios de pejo que tinha, e apodreceu mais. Para os que, a decência e a vergonha são lembranças remotas, um conselho: “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Eventuais atitudes más, por nossa parte, são passíveis de reprovação contra nós, tanto quanto, as dos outros, de admoestação, correção, por nosso intermédio. “Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.” Prov 8;12

Cada humano traz em si, uma “luz no painel” chamada consciência, que “acende” quando age mal. Contudo, mercê de interesses rasos, podemos ser tomados por rasgos de miopia, deixando de ver o que poderíamos. Outros, cauterizam-na, têm danificados seus “painéis” pela fiação dos valores, desconexa. Enfim, sempre que as advertências internas, por alguma razão não bastam para tolher nossas atitudes más, careceremos de outra, externa, em forma de repreensão. “Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

Como os que fazem hemodiálise, pelo não funcionamento satisfatório dos rins, carecem de uma máquina que lhes filtre o sangue. Nesses casos, ninguém reclama da “intromissão” daquela no que seria um “direito” dos rins. Pois, os omissos quanto às luzes das próprias consciências, tendem a rechaçar quem evidencia suas miopias, uma vez que não se trata de poder ver, mas de querer; em geral, não querem.

Não são todos, felizmente. “... se ele se arrepender...” nalguns casos, a repreensão inda é bem-vinda, embora, esses ditosos eventos sejam cada vez mais raros.

Foi, precisamente por desejar aprovação, vivendo, cada um à sua maneira, que os religiosos rejeitaram O Salvador, na Sua época; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;20 e 21

“... perdoa-lhe”.
Muitos visando realçar o perdão, esquecem de colocá-lo, no nicho correto. É mandamento que devemos cumprir; mas, só é possível quando, quem está endividado, se arrepende. Essa coisa leviana de “botar uma pedra em cima”, duma maldade recebida que ainda não encontrou arrependimento, é como negar uma doença, achando que a negação trará cura.

Perdão faz mais bem, para quem o dá, que, para quem o recebe. É medicina para nossas almas. Mas, reitero, é via de mão dupla. Setenta vezes sete, em caso de arrependimento; ou, atrofia da alma, do que se recusa a admitir seus erros. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

domingo, 2 de junho de 2024

Seguidores seguidos



“Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Sal 23;6

Baseado em quê, o salmista afirmava que, essas duas senhoras, bondade e misericórdia, o seguiriam? Ele não tinha isso como uma possibilidade; antes, uma convicção que assim seria. “Certamente...”

Suponhamos que, estejamos viajando num trem que, o primeiro vagão comporte passageiros comuns, nos vagões de trás, viajem essas distintas senhoras; uma vez que estamos no mesmo trilho, puxados pela mesma locomotiva, natural concluir que, onde formos, aquelas que estão no mesmo comboio, nos seguirão.

O cântico número 23 do saltério mostra seu autor como um seguidor, não, como alguém que é seguido. “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu Nome.” Vs 1 a 3

O Senhor é a “Locomotiva” do referido trem; tanto guia à fonte dos suprimentos necessários, águas e pastos, quanto, às normas de um viver probo, dado estar O Santo Nome envolvido. “... guia-me pelas veredas da Justiça, por amor do Seu Nome.”

Bondade e misericórdia são duas qualidades do Senhor. Natural a conclusão, pois, se nos deixamos guiar por Ele, que essas nos seguirão. Fazem parte do “pacote.”

Uma vez que nos fez arbitrários, O Senhor não nos coopta; antes, desafia-nos a fazermos as melhores escolhas, as quais, trarão consigo, consequências ditosas. Se, pretendemos descansar na certeza, que essas bênçãos nos seguirão o tempo todo, devemos, para isso, fazer firme nossa escolha, enquanto vivermos; “... habitarei na casa do Senhor por longos dias.”

Impossível pensarmos nas “veredas da justiça”, sem lembrar ensinos do Salvador: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição, muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Sendo essas veredas um caminho que poucos encontram, necessariamente, muitos de nosso convívio estarão fora delas. Nosso modo de viver em Cristo se lhes tornará um desafio, uma escolha “esquisita” que causará espanto; “acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;4

Se, andando após O Senhor, se faz natural que as qualidades Dele nos sucedam, também é, que, vivendo entre outros que ainda não O seguem, esses nos resistam, incomodados por não compactuamos com as escolhas deles.

A bondade e misericórdia do Senhor, não contam, necessariamente, com a aprovação e compreensão humanas. Não raro, nos acusam se “soldadinhos-do-passo-certo”, “donos da verdade”, quando não, rotulam nossas crenças como “discursos de ódio.”

Por isso, o mesmo “trem” que apresenta O Santo Pastor cuidando de nossos suprimentos, também traz à luz a existência incomodada dos que não participam das nossas escolhas, embora estando nos mesmos espaços que nós. “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” V 5

No caso de Davi, quando um banquete especial lhe foi feito e ele foi ungido rei, os que estavam à mesa com ele, eram seus familiares.

Quantas vezes isso acontece conosco também! Sermos rejeitados pelos do nosso sangue, por causa que O Senhor está em nós?

Jesus preveniu: “Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, dois contra três.” Luc 12;52 Miqueias dissera também: “Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa.” Miq 7;6

Claro que laços sanguíneos são especiais, de grande valor; todavia, quando se fizerem obstáculos entre nós e O Senhor, não deve ser difícil nossa escolha. “Quem ama o pai ou a mãe mais que a Mim não é digno de Mim; quem ama o filho ou a filha mais que a Mim não é digno de Mim.” Mat 10;37

Não esqueçamos nunca que, misericórdia e verdade da parte de Deus, nos seguirão, à medida que, nós O seguirmos, pelas “Veredas da justiça”.

Essa tendência moderninha de superestimar à misericórdia, “Deus É Amor”, em prejuízo da justiça, é uma forma requintada de trair a si mesmo, em consórcio com a oposição, “transferindo” para Deus, a responsabilidade pelas nossas irresponsabilidades.

Devemos escolher as coisas difíceis, que atinam ao viver probo; caminho estreito. As coisas fáceis, misericórdia e bondade não são frutos de uma escolha direta; antes, consequências das escolhas corretas, malgrado, difíceis. “Aquele que oferece o sacrifício de louvor Me glorificará; àquele que bem ordena seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.” Sal 50;23

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Faz diferença



“Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18

Seria essa afirmação uma espécie de “impiofobia”? As palavras de ordem são, “inclusão, tolerância”, a denúncia de posturas adversas a Deus, são tidas como “discursos de ódio”; a ideia de patentear a diferença espiritual, num tempo em que todos os credos parecem igualmente válidos, e a menor discordância acerca deste ou daquele, comporta certa “fobia”, faz, no mínimo ousada, a afirmação que haja diferença diametral entre um e outro, tipos.

Outro dia assistindo uma “live” de certo “apóstolo” que se diz profeta, que teria acertado alguns vaticínios bem impressionantes, meus dois neurônios começaram a despertar, no momento em que ele fazia nova previsão catastrófica. Depois de um ai, ai,ai; chamou católicos para que rezassem, espíritas para que fizessem suas preces e evangélicos para que orassem, cada um conforme suas crenças.

Conclusão necessária: O sujeito, mesmo se dizendo apóstolo de Jesus Cristo, é ecumênico; não vê diferença entre crenças antagônicas, podendo, cada um, chegar a Deus à sua maneira; será?

Mas, e as previsões que teria acertado? Desde quando o carisma supera o caráter, na escala de valores dos Céus?

O Eterno ensina em Sua Palavra que provaria seu povo, permitindo que um farsante fizesse sinais miraculosos, para depois, atrair quem lhe desse ouvidos a ensinos errôneos. “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, te der um sinal ou prodígio, e suceder isso, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo vosso coração, e toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

O catolicismo, embora, eventualmente nos chame de “irmãos separados”, aos protestantes, segue com seu dogma que “fora da Igreja Católica não existe salvação.” Seu culto às imagens de escultura continua pujante como sempre, malgrado, todos os vetos da Palavra.

O espiritismo, embora use a terminologia de cristão, traz em sua doutrina a negação de Cristo, O Salvador, uma vez que, para eles, a salvação não deriva do que Cristo fez na cruz, e nossa obediência a Ele, pós conversão, como ensina A Palavra.

Assim, como devido respeito às pessoas que creem numa ou outra doutrina, a Palavra de Deus não concorda com nenhuma; antes, condena ambas, em várias partes. Darei dois exemplos de erro, de cada; embora, haja diversos textos. Do culto às imagens, diz: “Eu sou o Senhor; este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8 e “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

Do espiritismo diz: “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares, os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” Is 8;19 e “... aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Heb 8;27

Se alguém se diz apóstolo, profeta do Senhor e ignora coisas claras e sérias como essas, não sabe nada sobre nosso Deus também; não importa quantas “profecias” entregue, quantas adivinhações acerte. A pitonisa de Filipos acertava muitas coisas, e era pela adivinhação do capeta, não, pela revelação de Deus.

A primeira coisa que devemos aprender, quando passamos a conhecer a Deus e Sua Palavra, é que existe grande diferença entre o justo e o ímpio, aos olhos de Deus, e expressas claramente.

Carecemos urgentemente, de mais profetas que saibam as Escrituras, que esses fraudulentos adivinhadores, cujos frutos afastam de Deus, invés de aproximar.

Bem sabemos qual música esse sistema ímpio dança; ecumenismo. Todos os credos, por antagônicos e diversos que sejam, no fundo buscam a “mesma coisa”, levam ao “mesmo lugar”. Pode parecer palatável, principalmente, para quem não leva a santificação a sério; mas, é crassa mentira.

Vivemos numa geração adoecida, que por avessa à Palavra de Deus, consome mentiras; por religiosidade inconsequente, precisa profanar ao Nome do Santo, fabricando simulacros pobres, que só enganam quem se recusa a aprender o que nos foi dado na Palavra.

A juízo mostrará a todos os olhos, a diferença entre o justo e o ímpio; para quem ouve ao Espírito Santo e aprende Dele, bem pode ver, desde agora. “... o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.”

Afinal, já dizia Aristóteles: “A pior forma de desigualdade, é considerar iguais, às coisas que são diferentes.”

O que Deus mostrou


“Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Amós não tinha as credenciais “esperáveis” para profeta. Qualquer um está pronto a escutar mensagens de promessas, de coisas que Deus, supostamente fará por dele.

Amós acenava com juízo, contra a casa de Jeroboão; a morte do rei. E contra a nação toda, que acabaria em cativeiro. Ver cap 7;11

Salvo, um grande e coletivo arrependimento, como fora em Nínive, nos dias de Jonas, a profecia se cumpriria, trazendo à luz seus severos vaticínios; eventualmente, a dureza dos corações, alvos das mensagens, acossa-os contra quem os adverte, invés de rever seus caminhos.

Falar contra a casa real, era demais, para alguns; “Depois Amazias disse a Amós: Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá; ali come pão e profetiza; mas em Betel daqui por diante não profetizes mais, porque é o santuário do rei, casa real.” Am 7;12 e 13

“Queres seguir contando tuas lorotas, faça-o na terra de Judá; em Betel, não mais; fora daqui!”

O profeta reconheceu sua “falta de credenciais”; “Respondeu Amós, dizendo a Amazias: Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicômoros. Mas, O Senhor me tirou de seguir o rebanho, e me disse: Vai, e profetiza ao Meu povo Israel.” Vs 14 e 15
Logo, “... Falou O Senhor Deus, quem não profetizará?”

No entanto, isso, invés de ser tido como uma banalização do ministério da profecia, como fazem parecer os muitos falsários da praça, vemos a condição estrita indispensável para tanto: “Falou O Senhor Deus...” Sem isso, nem mesmo um experimentado no exercício profético terá algo a dizer, da parte do Eterno.

Quem expõe o que está escrito, pelo Espírito de Deus, observando as devidas regras de interpretação, num sentido amplo, profetiza; uma vez que coloca em relevo algo que Deus falou. No entanto, os que, alheios à Palavra escrita, seguem enchendo ouvidos de incautos com o que “Deus lhes mostra”, não devem ser tidos por profetas, necessariamente.

Além da ortodoxia bíblica, deve passar, a mensagem, pelo devido cumprimento, em tempo, se é que falam mesmo da parte de Deus.

Além disso, muitas “platitudes góspeis” também costumam desfilar como profecias; coisas elementares, que até meu cavalo sabe, são entregues onde houver incautos para receber. Tipo, “Deus tem um plano em tua vida”; Ora, tem isso na vida de todos. “... é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão, que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;9 Ou, “Deus tem ouvido tuas orações;” “Aquele que fez o ouvido não ouvirá?” Sal 94;9

São exemplos, há muitos outros semelhantes, de farsantes posando de profetas sem nenhum mandado Divino para isso.

Todavia, a mais cretina de todas as farsas nesse meio, é o “arremesso de buquê”. Figurando aquele momento da cerimônia nupcial, quando a noiva joga para trás seu arranjo florido, e quem pegar pegou. 

Há muitos patifes assim, usando o Nome de Deus. “O Senhor me mostra alguém que...” então, ousam nos detalhes, falam de minúcias; “Há um carro cinza diante da tua casa...” Cáspita!! Afinal, lançando algo assim ao vento, tem boas chances de “acertar”; pouco importa o arremesso; sempre haverá quem o pegue.

O Eterno, Onisciente, não fala com “alguéns.” Chamou a Josias pelo nome antes dele nascer. “... um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso...” I Rs 13;2 O Santo não adivinha as coisas; avisa o que irá fazer.

Quando Sua Palavra usa pronomes indefinidos, aquele, alguém, quem, qualquer, a ênfase está no predicado. “Todo aquele que Nele crer não pereça...” “Se alguém quiser vir após Mim...” “Se alguém está em Cristo, nova criatura é...” etc.

Tenho meus motivos para supor que, muitos analfabetos bíblicos se “apoiam” no que supostamente Deus lhes “mostra” pela preguiça de estudar com empenho a Palavra que Ele mostrou a todos. Não se conclua, que, sou contra o dom de profecias, autêntico; tenho minha aversão contra farsantes.

Quando Deus fala, deveras, como no caso de Amós, não adianta ficar brabo, como ficou Amazias. Pois, contra ele também, Deus bradou mediante ele; “... Tu dizes: Não profetizes contra Israel, nem fales contra a casa de Isaque. Portanto assim diz O Senhor: Tua mulher se prostituirá na cidade, teus filhos e tuas filhas cairão à espada, a tua terra será repartida a cordel, tu morrerás na terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra.” Vs 16 e 17

É dito proverbial que não ponhamos o carro adiante dos bois; os falsos profetas colocam seus carros onde nem bois, há.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Limpeza parcial


“Fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo que fizera Amazias, seu pai. Tão-somente os altos não foram tirados; porque o povo ainda sacrificava e queimava incenso neles.” II Rs 15;3 e 4

Há muitas passagens semelhantes, relativas a outros reis. Fez o que era reto, porém...
Suas atitudes eram probas; mas, para algo que estava posto antes deles, e que todos sabiam que era errado, faziam vistas grossas, não tocavam naquilo. No caso, altares espúrios dedicados à idolatria.

Embora pudessem evocar retidão no prisma pessoal, sendo reis tinham deveres mais amplos, que abarcavam todo o reino. Nos dias de Ezequias, o profeta Isaías foi enviado a ele com severa advertência: “Põe em ordem tua casa porque morrerás...” Is 38;1

O relato traz: “Então virou Ezequias seu rosto para a parede, e orou ao Senhor: Ah! Senhor, peço-te, lembra-te agora, de que andei diante de Ti em verdade, com coração perfeito; fiz o que era reto aos Teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.” Vs 2 e 3

O fato de ter recebido mais quinze anos de vida, deixa entrever que, deveras, andara em verdade diante de Deus. Entretanto, a advertência para que colocasse sua casa em ordem, evidencia que, responsabilidades atinentes ao governo ainda careciam ser devidamente tratadas. Não estavam em ordem. Fizera o que era reto, porém...

Nossa responsabilidade pessoal é importante que seja assumida. Todavia, a excelência assoma, quando, damos um passo além; quando coisas que sequer nos foram ordenadas, mas, sabemos que estão erradas, recebem nossa atenção e cuidado. “Assim também vós, quando fizerdes tudo que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Luc 17;10

Bem conheciam eles as Leis do Senhor e a aversão que O Eterno tinha pelo culto aos ídolos. Entretanto, entrava rei e saía rei, e aqueles locais permaneciam; tipo, não fui eu que fiz, que fique onde está; prefiro evitar polêmica.

Havia ordens expressas, sobre o trato com deuses de feitura humana das nações de antes deles; “Guarda-te de fazeres aliança com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti. Mas, seus altares derrubareis, suas estátuas quebrareis e seus bosques cortareis. Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso; é um Deus zeloso."

Pior que não purificar aqueles locais, os próprios, do povo do Senhor erigiam estátuas, como fizera Jeroboão, colocando dois bezerros de ouro; um em Dã, outro em Berseba.

Parecia uma postura esperta no prisma político, não confrontar os costumes do povo, mas, ficava mui aquém, no âmbito do devido zelo espiritual a ser manifesto pelos que se diziam servos do Eterno.

Nem todos os reis foram omissos; Josias subiu ao trono inda garoto, com oito anos; aprendeu as coisas de Deus durante uns tempos, depois colocou a casa em ordem; “Porque no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai; no duodécimo ano começou a purificar Judá e Jerusalém, dos altos, dos bosques e das imagens de escultura e fundição.” II Cron 34;3

O que muitos reis maduros e experientes não ousaram, um jovem de vinte anos fez; por ter aprendido que essa era a vontade de Deus. Não fora ele que colocara aquelas tranqueiras, mas seria ele a removê-las.

Cada um em particular “reina” sobre as escolhas que faz, ou deixa de fazer em sua vida. Não raro, acontece de fazermos o que é reto em determinadas coisas, restando um porém, nalgum aspecto que não ousamos enfrentar.

Com zelo e certo alívio até, banimos de nossas vidas erros grosseiros, quando aprendemos o Divino querer; todavia, no mais recôndito, algum pecado de estimação insiste em ficar, como ídolo herdado, como se não tivéssemos culpa pela sua presença, em nosso “reino.”

A Palavra de Deus é categórica: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

Não importa se, nosso pecado favorito é hereditário, nossos genitores também faziam assim; se o teólogo, a, o reverendo b, dizem que isso pode ser feito. Se, choca-se com os preceitos da Palavra da Vida, por incensado que seja no mundo, deve ser banido do viver de quem teme a Deus.

De certa forma, a mensagem dada a Ezequias nos seus dias é a mesma pertinente a cada um de nós, em nosso tempo. “Põe em ordem tua casa, porque morrerás.” Ou alguém não vai morrer?

O primeiro passo para fazermos isso é identificarmos as desordens que nela há, para a purificarmos. Como? “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

terça-feira, 28 de maio de 2024

Inventores espirituais



“Um abismo chama outro abismo...” Sal 42;7
“... quando um edifica uma parede, outros a cobrem com argamassa não temperada;” Ez 13;10

Inicialmente, o conceito que um erro costuma requerer outro para se manter; depois, a denúncia objetiva nos dias de Ezequiel, onde um profetizava falso, outro vinha e confirmava a profecia. Um edifica a parede, outro reboca, com material ordinário.

Vaticinavam paz, quando era tempo de guerra; “Porquanto, sim, porquanto andam enganando Meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz...”

Embora se diga que a mentira tem pernas curtas, penso que manqueja; carece sempre das “muletas” de nova mentira para se suster.

Nem sempre uma mentira, intencional; às vezes um erro, tido por acerto, torna-se mentira; requer mais do mesmo, digo, outro erro, que o “confirme”.

Por exemplo, o “Juízo Investigativo” dos adventistas. Uma vez que William Miller marcara a data da volta de Jesus para 1844, e nada acontecera, criaram a referida doutrina, dizendo que, a data estava certa, o evento não. Forjaram, então, a citada doutrina, sem nenhum apoio bíblico, ainda que remotamente.
A Obra redentora foi consumada na Cruz. Assim, invés de assumir e abandonar o erro, como fez Miller, criaram outro, para “suporte” daquele.

Mais; tendo decidido ancorados em suposta visão de Ellen White, que Deus requeria a guarda do sábado, ao longo do tempo recrudesceram nisso; “concluíram” que esse é o “Selo de Deus”, nos seus; embora, a Bíblia apresente a guarda do referido dia como desnecessária; selo dos salvos como sendo O Espírito Santo.

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados” Col 2;16 “... depois que ouvistes a Palavra da Verdade, o Evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com O Espírito Santo da promessa;” Ef 1;13

Assim, convencidos da sua errônea doutrina, como a Palavra ensina que o Anticristo “selará” também os seus, se fez “necessária” a doutrina do “Decreto Dominical”, como sendo a “marca da Besta”; apenas um reboco de má qualidade na “parede” que divide os que guardam o sábado, adventistas e judeus ortodoxos, dos demais; “Babilônia.”

Não é privilégio dos adventistas, descaminhos assim. O Catolicismo, em algum momento interpretou o “Pecado Original” como sendo o ato sexual. Tanto que, na “Ladainha” encontramos, sobre Maria: “Rainha concebida sem pecado original...” Pois, ela concebeu a Cristo pelo Espírito Santo.

Dessa “doutrina”, o dogma que ela segue virgem para sempre, malgrado tenha tido mais filhos. Já ouvi padres dizendo que textos que falam em “seus irmãos” para Jesus, refere-se a parentes próximos, ou convertidos. Quanto a convertidos, podemos excluir. “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Jo 7;5

Parentes próximos, como primos, por exemplo, eram chamados assim; “Eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice...” Luc 1;36 O fato de Jesus ter pedido para que João cuidasse de Maria, é porque Ele confiava mais nos laços espirituais, que nos carnais. “... qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é Meu irmão, irmã e mãe.” Mc 3;35

Ora, o pecado original foi a desobediência; tanto que, a mulher pecou sozinha, depois, chamou seu marido. Quanto ao sexo, no matrimônio, é abençoado. Deus ordenara que eles se multiplicassem, enchessem a terra; “Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” Gn 1;28 Como fariam isso sem a relação conjugal? Deus mandaria pecar?

Como vemos, um erro requer outros. Como mais de 50% do que o catolicismo ensina contraria a Bíblia, esposam dogmas, magistério e tradição, como “fontes” além da Palavra. Nos dias de Sua peregrinação, O Senhor foi categórico: “... nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra de Deus.” Luc 4;4 depois de ressurreto, ao encerrar o Cânon, sentenciou: “... se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida...” Apoc 22;18 e 19

A Reforma Protestante, na verdade, um padre pelejando pela cura da Igreja, se baseou em cinco pontos: “Sola Scriptura, somente a Escritura; Solus Christus, somente Cristo; Sola Gratia, só a Graça; Sola Fide, só a Fé; Soli Deo Gloria, somente a Deus, Glória."

Embora sejam requeridas boas obras como testemunhas da fé, para efeito de salvação, apenas a fé conta; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Enfim, quem vive e fala a verdade, não carece inventar nada; “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8