domingo, 2 de junho de 2024

Seguidores seguidos



“Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Sal 23;6

Baseado em quê, o salmista afirmava que, essas duas senhoras, bondade e misericórdia, o seguiriam? Ele não tinha isso como uma possibilidade; antes, uma convicção que assim seria. “Certamente...”

Suponhamos que, estejamos viajando num trem que, o primeiro vagão comporte passageiros comuns, nos vagões de trás, viajem essas distintas senhoras; uma vez que estamos no mesmo trilho, puxados pela mesma locomotiva, natural concluir que, onde formos, aquelas que estão no mesmo comboio, nos seguirão.

O cântico número 23 do saltério mostra seu autor como um seguidor, não, como alguém que é seguido. “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu Nome.” Vs 1 a 3

O Senhor é a “Locomotiva” do referido trem; tanto guia à fonte dos suprimentos necessários, águas e pastos, quanto, às normas de um viver probo, dado estar O Santo Nome envolvido. “... guia-me pelas veredas da Justiça, por amor do Seu Nome.”

Bondade e misericórdia são duas qualidades do Senhor. Natural a conclusão, pois, se nos deixamos guiar por Ele, que essas nos seguirão. Fazem parte do “pacote.”

Uma vez que nos fez arbitrários, O Senhor não nos coopta; antes, desafia-nos a fazermos as melhores escolhas, as quais, trarão consigo, consequências ditosas. Se, pretendemos descansar na certeza, que essas bênçãos nos seguirão o tempo todo, devemos, para isso, fazer firme nossa escolha, enquanto vivermos; “... habitarei na casa do Senhor por longos dias.”

Impossível pensarmos nas “veredas da justiça”, sem lembrar ensinos do Salvador: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição, muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Sendo essas veredas um caminho que poucos encontram, necessariamente, muitos de nosso convívio estarão fora delas. Nosso modo de viver em Cristo se lhes tornará um desafio, uma escolha “esquisita” que causará espanto; “acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;4

Se, andando após O Senhor, se faz natural que as qualidades Dele nos sucedam, também é, que, vivendo entre outros que ainda não O seguem, esses nos resistam, incomodados por não compactuamos com as escolhas deles.

A bondade e misericórdia do Senhor, não contam, necessariamente, com a aprovação e compreensão humanas. Não raro, nos acusam se “soldadinhos-do-passo-certo”, “donos da verdade”, quando não, rotulam nossas crenças como “discursos de ódio.”

Por isso, o mesmo “trem” que apresenta O Santo Pastor cuidando de nossos suprimentos, também traz à luz a existência incomodada dos que não participam das nossas escolhas, embora estando nos mesmos espaços que nós. “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” V 5

No caso de Davi, quando um banquete especial lhe foi feito e ele foi ungido rei, os que estavam à mesa com ele, eram seus familiares.

Quantas vezes isso acontece conosco também! Sermos rejeitados pelos do nosso sangue, por causa que O Senhor está em nós?

Jesus preveniu: “Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, dois contra três.” Luc 12;52 Miqueias dissera também: “Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa.” Miq 7;6

Claro que laços sanguíneos são especiais, de grande valor; todavia, quando se fizerem obstáculos entre nós e O Senhor, não deve ser difícil nossa escolha. “Quem ama o pai ou a mãe mais que a Mim não é digno de Mim; quem ama o filho ou a filha mais que a Mim não é digno de Mim.” Mat 10;37

Não esqueçamos nunca que, misericórdia e verdade da parte de Deus, nos seguirão, à medida que, nós O seguirmos, pelas “Veredas da justiça”.

Essa tendência moderninha de superestimar à misericórdia, “Deus É Amor”, em prejuízo da justiça, é uma forma requintada de trair a si mesmo, em consórcio com a oposição, “transferindo” para Deus, a responsabilidade pelas nossas irresponsabilidades.

Devemos escolher as coisas difíceis, que atinam ao viver probo; caminho estreito. As coisas fáceis, misericórdia e bondade não são frutos de uma escolha direta; antes, consequências das escolhas corretas, malgrado, difíceis. “Aquele que oferece o sacrifício de louvor Me glorificará; àquele que bem ordena seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.” Sal 50;23

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