quinta-feira, 20 de junho de 2024

As vestes


“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.” Gál 3;27

Ser revestido de Cristo requer que tomemos Seu jugo de renúncias e submissão ao Pai, para que a justiça Dele, nos seja atribuída.

Paulo usou eloquente figura: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Não se trata de roupas novas estritamente, mas, em novidade de vida; deixando o modo raso de pensar e agir, para, doravante, nos portarmos segundo Deus.

Sermos revestidos de Cristo demanda que atuemos como Ele atuaria, estando em nosso lugar. Embora revestir traga a ideia de sobrepor uma veste a outras, não significa que devamos colocar vestes novas, de Justiça, na qual fomos ensinados pelo Salvador, sem antes tratarmos das nossas antigas vestes, nada elogiáveis, como versou Isaías: “Todos nós somos como o imundo, todas as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

O Salvador ensinou sobre o contrassenso de tentar mesclar coisas tão distintas; “Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura.” Mat 9;16

Logo, antes das vestes de Cristo, carecemos despir das nossas envelhecidas em maus hábitos, mediante arrependimento, confissão. “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.” Ef 4;22 a 25

A simples menção do Nome do Santo em nossos lábios, já enseja, um compromisso de atuarmos do modo que Ele aprovaria. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Um fato anexo à crucificação de Jesus Cristo figura o que nos convém; refiro-me a, terem os soldados romanos desejado para si as vestes do Senhor. Pois, falando de vestes espirituais, bem faremos, não se lançarmos sortes, mas, se negarmos a nós mesmos, em demanda por sermos revestidos Dele.

Pois, o banquete da salvação foi figurado como um casamento; que, entre outras peculiaridades requererá traje a rigor, que só O Salvador pode dar. Ele mesmo ensinou: “O rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? Ele emudeceu.
Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” Mat 22;11 a 13

Se, não estando de posse do devido traje, seremos “barrados no baile”, impossível exagerar a importância de estarmos em Cristo.

No Apocalipse traz mais detalhes sobre as bodas do Cordeiro, e o modelito dos convidados: “Regozijemo-nos, alegremo-nos e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro; já Sua esposa se aprontou. Foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro... Estas são as verdadeiras Palavras de Deus.” Apoc 19;7 a 9

Desnecessário lembrar que “vestes” são uma metáfora, “as justiças dos santos” são o pano que agrada ao Noivo Bendito da Igreja remida.

Nos revestirmos de Cristo, pois, demanda aprendermos Dele, imitarmos a Ele, e vivermos para Ele. Pois Sua vinda foi para mudar algumas coisas, nas vidas dos que O recebessem; “ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que Ele seja glorificado.” Is 61;3

Diferente dum evento terreno pontual, para o qual nos paramentamos apenas no dia, nas coisas espirituais devemos estar com as vestes certas em tempo integral, pois, não sabemos quando apareceremos diante do Noivo; daí, o conselho: “Em todo o tempo sejam alvas tuas roupas e nunca falte o óleo sobre tua cabeça.” Ecl 9;8

Se no início da saga o primeiro casal andava nu e não se envergonhava, agora, quem não for revestido pelo cordeiro, mais que envergonhado, terminará em perdição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário