sexta-feira, 21 de junho de 2024

Os inimigos


“Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem se regozije o teu coração quando ele tropeçar; para que, vendo-o O Senhor, seja isso mau aos Seus olhos, e desvie dele Sua ira.” Prov 24;17 e 18

Quanto mais sincero, probo, relevante alguém for em seu modo de viver, mais sujeito a inimizades. Principalmente, no âmbito espiritual. A inveja granjeia desafetos pelas qualidades, não, pelos defeitos, logo, termos inimigos não significa, necessariamente, que estejamos agindo de modo ímprobo.

“Vi que todo trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4

O nosso inimigo com I maiúsculo é Satanás; “Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas contra principados, potestades, príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12

Os versos em apreço tratam de inimigos de carne e sangue, gente como nós. Tanto que, um regozijo excessivo de nossa parte levaria O Senhor e remover o juízo dele, como freio à maldade nossa. “... isso seja mau aos seus olhos, (de Deus) e desvie dele Sua ira.” Não veríamos espíritos sob a punição Divina; eventualmente, vemos nossos semelhantes.

O fato de não termos que lutar contra carne e sangue, não tolhe que tenhamos grandes embates com seres dessa natureza. Esses gládios são lícitos no campo das ideias, doutrinas, ensinos, valores... nada abona nenhuma espécie de violência, tampouco, deslealdade, desonestidade moral, intelectual.

Certo regozijo é inevitável, quando um mau colhe do seu plantio, ainda aqui; “Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; em alguns manifestam-se depois.” I Tim 5;24 Esse gozo deriva do senso de justiça implantado em nós; traz anexa, uma espécie de confirmação oblíqua das nossas escolhas, por sabermos que todas terão consequências. Muitos se gloriam: “Quem sabe o que planta, não teme à colheita.”

A alegria que zomba, comemora a plenos pulmões a queda dos maus, sem nenhuma pontada de tristeza no âmago, desejando que tivesse sido diferente, malgrado, a resiliência no mal impossibilitou, pode ser um sintoma de desumanidade, falta de empatia, amor ao próximo... coisas que faríamos bem em escrutinar, caso estejam em nós. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” I Jo 4;20

Nosso interesse deve ser de conquistar os que nos aborrecem, dando-lhes, quando oportuno, motivos para reverem sua aversão; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Lutarmos contra principados e potestades espirituais, não significa derrota-los em si mesmos; isso O Salvador já fez. “Despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em Si mesmo.” Col 2;15

Devemos lutar contra o “produto” desses, que, mediante seu marketing agressivo visa tomar o lugar dos valores de Cristo que A Palavra da Vida, incutiu em nós. “Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Nossa mais incisiva arma é a cruz, que mortifica tendências carnais, as quais, facilmente abraçariam aos conselhos da oposição. “... a carne não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Logo, a “batalha espiritual,” termo que tantos “guerreiros” gostam, requer escolha de valores, caminhos, mais do que exorcismo, tomada de “territórios” espirituais e outras jactâncias afins.

A inversão de valores nunca foi tão agressiva quanto agora. Nossa “trincheira” foi cavada para que resistamos, firmados no Senhor e na Sua Bendita Palavra. Se não estivermos armados disso, melhor que nem sejamos vistos no front. Quando, da conquista da terra de Canaã, já foi assim; “Disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; quem estiver armado, passe adiante da Arca do Senhor.” Js 6;7

Muito mais, estando o Céu em disputa, devemos nos revestir da Armadura de Deus. Verdade, justiça, fé; os pés calçados num testemunho que evidencia os valores de Cristo e desafia outros a abraçá-los, e a Espada do Espírito, A Palavra de Deus, genuína, honestamente interpretada, sem edições, rasuras...

Respondendo favoravelmente ao Divino apelo, O Espírito do Senhor atuará mediante nós. Como fez com Ezequiel: Deu uma ordem, ele se dispôs, O Senhor atuou. “... Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo, me pôs em pé, e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

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