domingo, 23 de junho de 2024

A excelência da força


“Corroborados em toda fortaleza, segundo a força da Sua Glória, em toda a paciência, e longanimidade com gozo;” Col 1;11

Paulo escrevendo aos cristãos de Colossos, entre outras coisas, desejando essas. Que eles fossem confirmados em toda fortaleza, segundo a força da Glória de Deus.

Em geral, pensamos em força como a aptidão para fazer as coisas difíceis, que escapam aos fracos; não é errada essa ideia. Entretanto, para entendermos quais são as que nos são demandadas, precisamos algo que vai além de força; luz espiritual.

É mais difícil dominar-se, que exercitar-se em mansidão, crucificar às próprias paixões, que dominar outros. “Melhor é o que tarda em irar-se que o poderoso; o que controla seu ânimo, que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

Soren Kirkegaard, o filósofo dinamarquês versou sobre dominar a muitos: “Para dominar às multidões - disse - basta conhecer as paixões humanas, certo talento e boa dose de mentiras.” 

Para ser mentiroso com conhecimento sobre as inclinações naturais, não é preciso força; com um reles talento para o engano, qualquer um arrebanha muitos; como a realidade mostra, infelizmente. Há tantos patifes que eu não receberia em minha casa, que montam verdadeiros impérios apenas com esses “dons.”

Qual tipo de força, O Senhor, através de Paulo, estava requerendo? “... a força da Sua Glória em toda paciência, e longanimidade com gozo.” Ora, a força da paciência é a capacidade de suportar; não, de fazer acontecer. A longanimidade é um paralelismo; desdobramento da mesma ideia.

Deus espera muito pela mudança dos errados de espírito; embora essa espera não perdure indefinidamente. “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21 Isso contra um, que, fazendo menção de Deus, escondia muitos “esqueletos” no armário. Vivia à sua ímpia maneira, achando que o silêncio Divino significava aprovação.

O Senhor nos capacita à paciência, para que lhe sejamos imitadores. “Sede vós pois, perfeitos, como É Perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;48

Por isso, Paulo encorajou-nos a fazer como ele; “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

No âmbito espiritual as coisas não se desdobram como no aparente. Eventualmente, lutamos quando parece que fugimos à luta. Um dos ladrões crucificados ao lado do Senhor desejava que Ele mostrasse Seu poder, descendo da cruz, e os tirando também. Essa seria, para ele, a demonstração cabal da Força de Jesus. Aos Olhos de Deus, levar a Sua Vontade até às últimas consequências, no caso, à morte, foi a excelência, a Vitória Maiúscula do Salvador.

Aos mesmos colossenses, Paulo interpretou o significado da “não resistência” de Jesus Cristo. “Despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em Si mesmo.” Col 2;15 

A “filosofia” do Capeta, exposta no caso de Jó: “Pele por pele, tudo que homem tem, dará pela sua vida”, Jó 2;4 Foi desmentida, quando, O Filho do Homem deu Sua Vida pela observância da Vontade de Deus. Eis uma força, até então, desconhecida!

O problema que confunde aos obtusos, é que desejam nos ver lutando segundo a carne, quando o estamos fazendo, em espírito. Pois, “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Paulo aconselhou aos irmãos colossenses, pois, que sofressem o necessário por amor ao Senhor, “... com gozo.” 

Não se trata de masoquismo; que tenhamos algum prazer com a dor. Antes, que devemos ter em mente, quão honroso é, sofrermos pela nossa identificação com O Homem de Dores, que sofreu por nós; como fizeram os apóstolos quando açoitados por isso. “Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo Nome de Jesus.” Atos 5;41

Se a resiliência deles em defesa da verdade provocou a fúria da oposição, isso significava que estavam no caminho certo. Pedro aconselhou que imitemos àquelas pisadas: “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente.” I Ped 2;19

Invés da capacidade para vingarmos uma injustiça, sofrermos à mesma, sem permitirmos que nossa confiança no Justo Juiz seja abalada; eis a força que nos foi dada, na qual, devemos nos exercitar!

Enfim, “cristãos” que “não levam desaforos para casa”, certamente precisam avaliar com honestidade, para ver se Cristo está nas suas casas. Se Ele, tão esplêndido, não aparecer no seu modo de agir, talvez nem esteja; pois, “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;” Mat 5;14

Nenhum comentário:

Postar um comentário