segunda-feira, 17 de junho de 2024

As fontes


“... todas minhas fontes estão em Ti.” Sal 87;7
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Temos uma aparente contradição. Primeiro, o salmista esposa que todas suas fontes estão em Deus; depois, o pensador filosofa sobre guardarmos nossos corações prioritariamente; dado, procederem dele, as fontes da vida. Qual afirmação está correta?

Se devemos guardar nossos corações, mais que, qualquer outra coisa, nas entrelinhas entendemos que convém agir assim, para evitarmos infiltrações más, que nos levariam a agir para dano das nossas vidas. Se, as fontes de nosso viver procedem dos nossos corações, eles não são herméticos, vacinados contra influências circunstantes.

Uma despensa oferece opções de alimentação ao gosto de quem vai prepará-las; porém, não pode essa “fonte” disponibilizar nada que, não tenha sido previamente depositado nela. Assim, nossos corações. Guardamo-los, quando tolhemos que conselhos espúrios, malignos, se alberguem neles. Sempre que fazemos o “bom depósito” de valores, ensinos oriundos do Senhor, podemos dizer como o salmista: “Todas minhas fontes estão em ti.”

Depois de ensinar a Sã Doutrina ao jovem Timóteo, Paulo o exortou: “Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.” II Tim 1;14

Pregando junto ao Poço de Jacó, O Salvador, entre outras coisas disse: “... aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Invés de apontar para suposta “bondade natural” do ser humano, como fazem na psicologia, O Senhor ensinou a necessidade de se fazer, pelo Espírito Santo, uma nova fonte, o que Ezequiel vaticinara como novo coração.

“Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.” Ez 36;26 Desse modo, nossas fontes, tanto estão em Deus, pela origem, quanto, em nossos corações, pela acolhida afetiva que o novo nascimento possibilita-nos, em relação à Palavra da Vida.

Reitero; nossos corações são mais, depósitos, que fontes. Por isso a seriedade da advertência de Jeremias: “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto. Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;5 a 10

Então, antes de nos apressarmos a esposar que fazemos o que fazemos, de todo o coração, convém avaliarmos à luz da Palavra de Deus, para que vejamos, que tipo de coração é o nosso. Mesmo que uma escolha nos pareça idônea, a princípio, devemos lembrar sempre de quem vê mais distante que nós; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Convém sermos prudentes, cautelosos com o que aprovamos, “Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração e conhece todas as coisas.” I Jo 3;20

Será sadio nosso coração, se não pretender ser fonte em si mesmo, emanando escolhas dos próprios desejos desorientados. Davi, malgrado suas muitas falhas, foi agradável ao senhor, por um detalhe importante. Seu coração sabia da condição de mero depositário das coisas, que, na imensa maioria das vezes, recebia do senhor. “... Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o Meu Coração, que executará toda a Minha vontade.” Atos 13;22

Quando falhamos, em geral desejamos que as consequências das nossas falhas sejam removidas, purgadas, perdoadas; Davi falhou vergonhosamente; no entanto, uma vez arrependido desejou a remoção das causas; da maldade do seu coração. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da Tua presença, e não retires de mim o Teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da Tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.” Sal 51;10 a 12

Pois, “... quanto ao Senhor, Seus olhos passam por toda terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cron 16;9

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