sexta-feira, 28 de junho de 2024

Os fiéis e os oportunistas


“Filho do homem, estes homens levantaram seus ídolos nos seus corações, o tropeço da sua maldade puseram diante da sua face; devo Eu, de alguma maneira ser interrogado por eles?” Ez 14;3

Viviam cultuando aos ídolos da sua predileção, alienados do Eterno e Seus preceitos. Todavia, em momentos de crise, de ameaças contra o sossego, pretendiam vir ao profeta do Senhor, então, Ezequiel, e através dele, consultarem ao Eterno sobre suas ansiedades.

O Senhor falou as palavras acima, deixando ver que, Ele não se deixa usar assim, pela maldade e o cinismo de gente espiritualmente obscena. Em horas amenas, cada um segue do seu jeito, alheio a Mim; em tempos de angústia pretendem que Eu lhes sirva por defesa?

Sempre foi assim, infelizmente. No usufruto de saúde, poder, fazem as coisas como lhe dão na telha; em momentos de enfermidade mortal, infortúnio, “Deus”. Hugo Chavez, o finado ditador venezuelano fazia e acontecia contra vidas e direitos alheios de quem se lhe opunha; visitado por um câncer mortal, se dizia, “convalesciendo con Cristo.” Se tivesse vivido com ele, certamente teria Sua ajuda.

Mesmo que morresse, o faria em paz com Ele e com os semelhantes. Não foi o caso.

Nós que tentamos reparar o telhado em dias de tempo bom, somos tidos por fanáticos, fundamentalistas, quando não, expositores de discursos de ódio. Afinal, Deus seria como um pneu reserva, para emergências apenas; será? Em horas de calmaria, por que perturbar às pessoas, com nossa mania de levar A Palavra, tão a sério?

O Criador pretende ser mais que lenitivo nas horas difíceis; “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 8

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Ainda que Ele seja, “socorro bem presente nas angústias”, pretende estar presente em nossas horas de paz. Quem O “teme” apenas nas emergências, não O conhece. De Levi, O Senhor disse: “Minha Aliança com ele foi de vida e paz; Eu as dei para que temesse; então temeu-me, assombrou-se por causa do Meu Nome.” Ml 2;5 Não careceu uma enfermidade, uma calamidade para que temesse ao Eterno. O Santo Nome bastou.

Os ensinos do Eterno são diretrizes para pautar nosso viver, em todos os dias; sejam ensolarados ou, tempestuosos. Quem devaneia com uma relação “utilitária”, engana a si mesmo, privando-se dos cuidados amorosos do Pai; por sua aversão à disciplina, que visa “compensar” com religiosidade cínica e oportuna, nos seus momentos soturnos.

Deus, malgrado seja Criador, e de nada careça, porque nos ama, toma iniciativa em nos buscar mediante Sua Palavra. “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada; nas entradas das portas, nas cidades profere suas palavras: Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? Vós escarnecedores, desejareis o escárnio? Vós insensatos, odiareis o conhecimento?” Prov 1;20 a 22

Esse “até quando” busca pelo termo da loucura humana; Einstein dizia: “Duas coisas são infinitas; o universo e a estupidez humana; não estou muito certo, quanto ao universo.”

Embora, a longanimidade Divina, a Santa Paciência uma hora se cansa de chamar os errados ao arrependimento; “... porque clamei e recusastes; estendi Minha Mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo Meu conselho, não quisestes a minha repreensão, também de Minha parte rirei na vossa perdição e zombarei vindo vosso temor. Vindo o vosso temor como a assolação, e vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia. Então clamarão a Mim, mas Eu não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não Me acharão.” Prov 1;24 a 28

Assim, voltamos ao caso dos oportunistas dos dias de Ezequiel. Sua alienação nas horas de calmaria, os colocava alheios, em seus pretensos clamores, nas angústias.

Não significa que o fiel não sofra enfermidades, calamidades, etc. Está sujeito às mesmas coisas que todos. Mas, por ter uma relação sadia com O Criador, certamente terá o socorro Nele, seja para o sarar, seja, para permitir repousar em paz. Há casos em que a morte é mais desejável que a cura; Deus, que sabe todas as coisas, certamente escolhe o melhor para os Seus.

Leva a liberdade humana às últimas consequências; permite que cada um creia, expresse, o que quiser. Porém, quando as consequências das escolhas forem danosas, deixa que as recebamos também.

Ama a pureza. Misturas religiosas estão fora do Seu conselho; “... Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

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