sábado, 8 de junho de 2024

O oásis



“Não acrescentareis à Palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que vos mando.” Deut 4;2

Imutabilidade e perfeição são atributos esperáveis de um Ser Onisciente, como O Criador. Se, muda alguma coisa, em relação a nós, o faz em Sua Misericórdia, atento às nossas fragilidades; não por que, algum preceito Seu tenha sido precipitado, imperfeito, carente de alguma emenda. Isso é a segurança dos que se achegam a Ele. “Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Ml 3;6 Esse sistema é líquido, mutante, volátil, inconstante; Ele É Rocha.

Fosse O Eterno dado a rompantes emocionais, iras pontuais, como nós, bem poderia Ele, num momento de rejeição aos nossos descaminhos, irritado, anular Suas promessas, “fechando a conta” a nosso respeito. Todavia, são age assim; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Toda e qualquer emenda à Sua Palavra, por bem intencionada que pareça, visando uma adequação ao presente, dado que, “os tempos são outros”, não passa de uma temeridade profana. Por ousarmos contra algo infinitamente maior que nossos entendimentos, e trazermos O Todo Poderoso, para o nível raso das coisas imperfeitas.

Qualquer advertência para não ousarmos nisso, mais que um zelo pela Integridade Divina, é também, uma cerca para nossa própria proteção. “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6


Quando determinadas partes da Palavra da Vida, nos soarem obsoletas, incompreensíveis, por questão de noção e prudência, bem faremos em investigar melhor; tanto à Palavra para aprimorar nossa compreensão, quanto, nossas vidas, quiçá, elas careçam de mudanças, como disse Agostinho: “Lendo A Palavra de Deus, encontrei muitos erros; todos, em mim.”

Paulo também abordou as “discrepâncias filosóficas”, entre a humana compreensão e a Divina Revelação: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Em geral, ante à Palavra de Deus, devidamente interpretada e contextualizada, (coisas que eram rudimentares a mesma Palavra aperfeiçoou, ou descartou, na “plenitude dos tempos”) se alguma porção soa muito invasiva, é porque o leitor em apreço deparou com preceitos que o desafiam a deixar práticas pecaminosas que lhe são caras; tão caras, que prefere ousar “atualizando” ao Eterno, a negar a si mesmo.

Embora ame como ninguém, O Salvador foi categórico: “... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” Luc 4;33

A renúncia de tudo não é o PHD espiritual, a maturidade cristã; antes, mero rito de passagem, a matrícula na escola do Senhor, para, doravante aprender como discípulo, os Divinos pensamentos. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Imaginemos um imenso deserto, no meio do qual, há um generoso oásis, que, pode matar a sede de todos os que desejarem. Caso alguém se afaste do tal, e em determinado tempo seja acossado pela sede, terá que voltar; embora podendo portar consigo certa quantia de água, não existe possibilidade de levar a fonte para o rumo em que quer peregrinar. Assim, A Palavra de Deus, nesse deserto de valores, verdade, que se tornou esse mundo alienado da Água da Vida.

Mudando do temporal para o eterno, a sina é similar ao que constatou o filho pródigo após sua prodigalidade inconsequente; “... Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;” Luc 15;17 e 18

Ele não cogitou pleitear por novas regras para herança; tampouco, requerer algum direito “esquecido” mínimo que fosse. Somente, voltou para casa, com a postura correta, humildade e arrependimento. “Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.” V 19

À medida que o tempo passa, A Palavra de Deus ficará cada vez mais distante das vontades humanas; pois, tendem ao lixo, mais que à virtude. O fato de O Eterno não mudar, para proteção dos que agem de modo temerário, eventualmente, seria esquecido e “forçaríamos” à mudança Dele?

A mudança deve acontecer de nossa parte. “... perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

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