domingo, 1 de setembro de 2024

A censura


“O lábio da verdade permanece para sempre, mas a língua da falsidade, dura por um só momento.” Prov 12;19

Sempre houve distinção entre o verdadeiro e o falso. O Pai da mentira já gerava seus filhos no Éden. Porém, em momento algum para “cura” da mentira, foi proposta a censura. A condição biodegradável dela, faria papel ridículo em cotejo com a vida eterna da verdade. Enquanto essa permanece para sempre, aquela “dura só um momento”.

Tivemos no início da Igreja uma “censura” aceitável; Lucas registrou: “Muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram seus livros, e queimaram na presença de todos; feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.” Atos 19;19 Alto preço, por duas razões: Então, livros eram caros, e eram muitos.

Não foi uma imposição de Paulo, por meio de quem Deus fazia sinais extraordinários, entre os que criam no Evangelho. Não ordenou que queimassem os livros pelos quais tinham sido enganados nos dias em que neles creram; foi uma decisão espontânea dos novos convertidos, que, no frêmito do novo amor recém descoberto, ansiavam cortar vínculos com o passado.

Essa é a bendita “censura” que cada um deve impor a si mesmo, se, liberto pelo conhecimento da verdade em Jesus Cristo.
 Romper relações com toda sorte de engano.


Imaginarmos que, devamos tolher a alguém o direito de crer no que quiser, e expressar livremente o que crê, ou pensa, seja um modo de “proteger” à verdade, como fazem os atuais “protetores da democracia”, é admissão implícita que, o que defendem é tão frágil, tão desprovido de fundamentos, que meras palavras bem ordenadas podem destruir. A verdade não é raquítica assim. Paulo adverte: “Porque nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Sempre que a Bíblia foi queimada nas praças, nos dias da inquisição, o foi, contra a vontade dos que criam, pela imposição violenta dos que detinham o poder terreno, e temiam as consequências da difusão da Luz de Cristo.

Todo tipo de censura, pois, traz anexa a confissão da fragilidade argumentativa, ideológica, espiritual, filosófica, de quem precisa recorrer à força, para conter o que não pode, na arena dos argumentos. Se Deus não levasse a liberdade de expressão às últimas consequências, Cristo não teria ido até à cruz.

Todavia, Simeão preveniu Maria, de que seria assim; O Eterno toleraria que os corações maus fossem até o fim das suas maldades; disse: “Uma espada traspassará também a tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35 Prepara-te para sofrer, pois, Deus o permitirá.

Quando alguém falar coisas contra nós, sua fala só poderá verter de duas fontes: verdade ou mentira. Se for verdade, nada a fazer. Se, mentira, poderemos facilmente desmanchar o dito, mostrando o outro lado. Mesmo que não façamos isso, os fatos, mais dia menos dia, deixarão exposto, quem é quem. Na hipótese remota de nem isso acontecer, ainda assim, não precisamos ser pacientes por causa das enfermidades alheias.

Assim, a imposição visando tolher à liberdade de expressão de alguém, é um casamento espúrio da fraqueza com a força; a fraqueza pela incapacidade de sustentar um interesse escuso, onde a verdade triunfar, suplementada pela força ilícita que faculta calar sob o peso da lei, o que não se pode desfazer na arena dos argumentos.

Todo o “defensor da democracia” onde ela já vige, é um canalha, que furta “roupas” moralmente aceitáveis, para encenar sua canalhice, como se, a própria hipocrisia na qual encena, devesse ser contagiante, para que a plateia, inda que timidamente, aplaudisse ou aceitasse resignada, ao que, naturalmente se inclina a vaiar.

Quando vemos párias como Alexandre de Morais, o “defensor da democracia”, e Nicolás Maduro, o autoproclamado “guerreiro do amor”, lutando “pela garantia das liberdades individuais”, somos forçados a pensar, sobre quem defenderá a essas garantias, dos seus “defensores?”

Acho que o calhorda tupiniquim foi longe demais, e mesmo um Congresso letárgico e venal como o nosso deve ter seus limites em algum lugar. A normalização da anomalia jurídica, onde ritos processuais, competência da primeira e segunda instância são ignoradas e tudo se decide, com ou sem foro especial, no STF, está com os dias contados.

O que o “defensor” fez no verão passado começa a ser posto sobre a mesa, e a coisa é de gravidade tal, que mesmo os passadores de pano para as safadezas sistêmicas, não encontrarão uma tecelagem que dê conta.

O momento que a língua da falsidade poderia vigorar expirou, e a dona verdade, sóbria, solene, imbatível, presto tomará seu assento, para desespero dos defensores do quanto pior, melhor.

“A censura é o imposto da inveja sobre o mérito.” Laurence Sterne

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