sábado, 28 de setembro de 2024

O "poder" da fé


“... Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa. Não podia fazer ali nenhuma obra maravilhosa; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.” Mc 6;4 e 5

Textos como esse podem dar azo a erros de interpretação. Alguns esposam que se não tivermos fé, Deus “não pode” fazer o que carecemos; seja, legar uma cura, prover uma necessidade, salvar.

Marcos menciona incredulidade e escândalo, até, daqueles que conheciam à família de Jesus, e se assustavam com as coisas que Ele fazia. Sem, contudo, darem crédito às Suas Palavras.

Há o risco de darmos à fé, um poder que ela não tem. Imaginemos, uma conta bancária muito vultosa, com recursos para suprir a todas as demandas; a qual, só estará disponível a quem necessitasse, se esse alguém digitasse determinada senha. Não seria a senha que potencializaria a conta, colocando recursos; eles já estariam lá. Assim, a fé é a “senha” que permite aos fiéis, acessar ao Poder de Deus, que não carece da minha fé para ser o que é, mas se agrada dela.

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Se a fé agrada a Deus, a incredulidade desonra; traz consigo um efeito colateral mui grave; a resiliência incrédula implica uma blasfêmia; pois, o que duvida da Divina Palavra, é como se chamasse ao Santo de mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso O fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10

Honra é algo que O Eterno preza, como disse desde dias antigos: “... aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Disse mais: “... porque Eu clamei e recusastes; estendi Minha Mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão; também de Minha parte, rirei na vossa perdição e zombarei em vindo vosso temor.” Prov 1;24 a 26

O Senhor não disse que não podia fazer milagres em Sua terra, por causa da incredulidade adjacente. Antes queixou-se de ser desonrado. “... Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre seus parentes, na sua casa...”

Então, O Salvador fez algumas curas que julgou mais urgentes e os deixou. Não estava disposto a ser abençoador de incrédulos.

O Eterno criou a tudo que existe; bem poderia transferir a cada um de nós, as perguntas que fez a Jó: “Onde estavas tu, quando Eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?” Jó 38;4 e 5

O Criador não precisou de nossa fé para fazer nada; tampouco, precisa. Acontece que, a queda da humanidade representada no primeiro casal, se deu, justamente por duvidarem eles, da Palavra de Deus abraçando a sugestão do “profeta” alternativo que estimulou à desobediência, acenando com resultados que não aconteceram. Prometeu que eles seriam como Deus, desobedecendo-o e se tornaram como o capiroto; caídos, desgraçados, privados da comunhão com O Santo.

A causa de todos os males de então, e os derivados, foi a negação da Palavra de Deus, a regeneração requer a negação de tudo o que esse mundo vive e ensina, que contraia à Palavra do Santo; além, é claro, do inefável Resgate de Jesus Cristo.

Por isso, Paulo ensina: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Quando O Salvador dizia, a um abençoado por Ele: “Tua fé te salvou”, não estava corroborando um suposto “poder da fé”. O “Tudo é possível ao que crê”, deve ser entendido em consórcio com outro verso: “... a Deus tudo é possível.” Mat 19;26

Nossa fé nos salva, quando a depositamos Nele. Se alguém acha que é um poder independente, creia em qualquer coisa, “todos os caminhos levam a Deus” como disse o Papa.

Porém, entre o que o Chico fala e o que Jesus Cristo disse, não me é difícil escolher. O Senhor pontua: “a vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

O resto, com ou sem fé, não passa de casulos vazios, incapazes de gestar as necessárias asas.

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