quinta-feira, 26 de setembro de 2024

O tão falado, amor


“Tenho, porém, contra ti que deixaste teu primeiro amor.” Apoc 2;4

Fragmento, enviado mediante João, à igreja de Éfeso.

“deixar o primeiro amor”, não significava deixar a Deus colocando outro no lugar; antes, abandonar o zelo com o qual servia, permitir que a relação esfriasse. “sofreste, tens paciência; trabalhaste pelo Meu Nome, não te cansaste.” V 3

Notemos que os verbos que arrolam as virtudes estão todos no pretérito; sofreste, trabalhaste, cansaste... conclusão necessária que não fazia as mesmas coisas. Ainda diz: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras...” v 5

O abandono do amor a Deus era o desleixo com as coisas espirituais, como se, as tivesse feito por alguma recompensa imediata; não a tendo recebido, o interesse tivesse esfriado. Paulo ensinou: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Há um barateamento do amor, nas relações interpessoais, que não o diminuem, no que ele é; antes, evidencia o mau uso daquele excelso nome, rotulando paixões egoístas, como se o produto fosse o mesmo.

Alguns ostentam número de casamentos na casa de dois dígitos, segundo eles, sempre, porque o “amor acabou”. A Palavra de Deus ensina diferente: “O amor nunca falha...” I Cor 13;8 Tanto que, ao se firmar um compromisso de amor entre dois cônjuges, o ministrante diz; “Até que a morte os separe,” invés de, até que o amor acabe.

Que seja mera chama, “eterno enquanto dure” como disse Vinícius de Morais, pode ter sua beleza poética; mas, falta vínculo com a verdade. Descreve à efêmera paixão, colocando na mesma, as vestes nobres do amor.

Quando inquiriam ao Salvador sobre o mais importante da Lei, Ele resumiu os Dez Mandamentos a dois, tendo o amor como traço comum. “... Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, toda tua alma e todo teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Mat 22;37 a 39

Acontece que o vero amor é uma decisão moral, não um sentimento inconstante. Se fosse reles sentimento, sequer poderia ser um mandamento. Deus nos mandaria sentir algo, Invés de agir conforme determinado princípio? Não temos controle sobre nossos sentires.

O amor que “não busca os próprios interesses, não folga com a justiça, mas, com a verdade”, envolve ter como caro a nós, aquilo que apraz ao Amado; “Se Me amais, guardai os Meus Mandamentos.” “Aquele que tem Meus Mandamentos e os guarda esse é o que Me ama; aquele que Me ama será amado de Meu Pai; Eu o amarei, e Me manifestarei a ele.” Jo 14;15 e 21 Claro que esse amor correspondido produz um sentimento de paz, harmonia. Mas, como derivado, não como a causa.

O amor a Deus deve moldar nosso agir conforme os Santos preceitos; nada tem a ver com loquacidade vazia, tampouco, com mero sentimentos que geralmente têm um viés egoísta. Dos marqueteiros do amor sem o produto, O Salvador disse: “Este povo se aproxima de Mim com a sua boca e Me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8

Enquanto não conseguirmos ver beleza em Deus, dificilmente O amaremos; precisamos conhecê-lo em Seus Benditos predicados, para entendermos o quão amável É; “Dai ao Senhor a glória devida ao Seu Nome, adorai O Senhor na beleza da santidade.” Sal 29;2 “Tributai ao Senhor a glória de Seu Nome; trazei presentes, e vinde perante Ele; adorai ao Senhor na beleza da Sua Santidade.” I Cron 16;29 etc.

A dissonância entre o que ama a Deus, e o que se engana, amando a si mesmo, acreditando amar ao Santo, é que aquele, busca ao Senhor; esse, busca coisas do Senhor, apenas. A Palavra ensina: “... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

A diferença entre requerer coisas do Senhor, e buscar a Ele é muito grande. Se, busco coisas viso minha vontade, meu deleite; se busco a Ele, espero aprender sobre Sua vontade ao meu respeito, à qual, procurarei me adequar, para que fique manifesto o meu amor.

O que mais nos incomoda? As coisas que pensamos que nos faltam, ou a adoração, reverência e respeito que esse mundo mau, blasfemo, nega ao Eterno? Dependendo de qual for nossa reposta, saberemos se amamos a Deus, ou apenas a nós mesmos. “... as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.” Sal 69;9

Quem precisa de um escândalo “gospel” para justificar-se na impiedade, ama aos lugares sujos, como os porcos, e folga quando encontra um.
Gosto
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