domingo, 22 de setembro de 2024

Os escândalos


“Ai do mundo, por causa dos escândalos; é inevitável que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” Mat 18;7

Há dois aspectos nos escândalos: um, social, outro, particular. Ambos, estão advertidos com um lamento. “Ai do mundo... ai daquele...”

O que é escândalo? “fato ou acontecimento que contraria e ofende sentimentos, crenças ou convenções morais, sociais ou religiosas, estabelecidas; indignação, perplexidade ou sentimento de revolta provocados por ato que viola convenções morais e regras de decoro; aquilo que pode levar a erro, mau procedimento ou, pecado.”

O potencial de induzir ao erro pela imitação, é o viés mais nocivo. O mau exemplo e seus desdobramentos. “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.” Albert Schwitzer. Quem escandaliza acaba sendo um “pregador” da maldade.

Quem age segundo Cristo se faz um ponto de luz, cujo fulgor resulta na Glória de Deus, “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16 um escândalo, um mau exemplo se torna um elogio às trevas, justificador da maldade, indutor à rebeldia, para “glória” do trevoso mor.

Desgraçadamente, a natureza humana caída tem mais olhos para o mal que, para as coisas virtuosas. Basta ver de que são feitos nossos jornais; assassinatos, roubos, acidentes, corrupção, traições, etc. invés de perdão, regeneração, abandono de vícios, conversão, mudança de vida, reconciliação e similares. Se aqueles fatos deixassem de figurar, e esses últimos ficassem em evidência, o referido veículo perderia seu apelo junto ao público.

Se, numa congregação de cem pessoas, 90 andarem bem, e dez saírem para o outro lado, será esse “dízimo” infiel que receberá as maiores atenções, estará na boca do povo; sua infidelidade em ambientes onde se espera o contrário, como que, “justifica” aos que, mesmo convidados, se recusam a entrar.

Para efeito de melhor compreensão, cogitemos o venturoso milagre de termos uma congregação totalmente avessa à maldade, cujas vidas seguem cabalmente a Doutrina do Senhor, bebendo apenas da Água da Vida, levando um viver exemplar.

A mera existência desse venturoso rebanho seria uma “pregação”, uma denúncia eloquente contra a maldade dos ímpios, que, ou se deixariam atrair, abandonando à impiedade, ou, pelo menos se manteriam a uma “distância segura”, daquela sucursal dos Céus sobre a Terra, daquele oásis de virtude no vasto deserto dos vícios;

Não teriam coragem de falar mal de tão convictos santos, que deixaram os caminhos tortos, e escolheram para si um lugar onde a retidão impera. Pois, o que escandaliza é um que se misturaria a esse ambiente santo, sem deixar de lado seus hábitos tortos. “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade, não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10

Não que a igreja seja esse ambiente dedetizado, onde nenhum inseto possa voar. Toda sorte de males e vícios estão em nosso meio. Assim como um hospital não existe em função de pessoas saudáveis, antes das doentes, também onde se ensina a virtude, ocorre em contraponto aos vícios que permeiam as vidas dos que carecem aprendê-la.

Mas, levei a obediência e a santificação ao superlativo, em meu hipotético exemplo, para, pelo contraste, expor a grandeza da maldade daquele que não se importa em causar escândalos, onde o modo oposto de viver é ensinado. 

Não deveríamos ter apenas os exemplos circunstantes como motivos para nossos passos.
Como vimos naquele que não se importa de entortar na “Terra da retidão”, ele “... não atenta para a Majestade do Senhor.” Pois, em última análise, não importa o que façam as pessoas de meu convívio, meu alvo é a santificação; ser imitador do Santo, não dos ímpios. “como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;15 e 16

Diuturnamente, temos escândalos para todos os gostos; financeiros, sexuais, perfídias, mentiras, invejas, corrupção, abuso de poder... quem desejar “se lavar com lama” terá farta matéria-prima.

Mas, qual o proveito de eu fazer mal à minha própria alma, perder a salvação, apenas, porque outrem, assim o faz? Teria inveja porque ele estaria “curtindo” enquanto me esforço pela santificação? “Não tenhas inveja dos homens malignos, nem desejes estar com eles.” Prov 24;1 Pedro pergunta: “Se o justo apenas se salva, onde aparecerá o ímpio, o pecador?” I Ped 4;18

Enfim, escândalos são inevitáveis; como reagiremos a eles, depende de nós. “Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se pegará a mim.” Sal 101;3

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