domingo, 29 de setembro de 2024

O difamador


“Não estais estreitados em nós; mas, estais estreitados nos vossos próprios afetos.” II Cor 6;12

Alguns que se diziam apóstolos não sendo, iam após o trabalho de Paulo, desqualificando-o; cristãos na cidade de Corinto estavam, como que, envergonhados por terem se convertido pelo ministério do apóstolo.

Entre outras coisas, os difamadores diziam que era um valentão, apenas de longe. “Porque suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, a palavra desprezível.” Cap 10;10 então, assegurou: “Pense o tal isto, que, quais somos na palavra por cartas, estando ausentes, tais seremos também por obra, estando presentes.” V 11

O “estreitamento”, uma espécie de “vergonha de ser honesto” como versou Ruy Barbosa, era derivado de darem crédito aos difamadores, não a algum lapso do apóstolo, um testemunho vexaminoso. Disso se defendeu, quando disse: “Não estais estreitados em nós...” Não dei nenhum escândalo, nenhum motivo para vergonha.

Nem todos se convertem a ouvir a boa nova do Evangelho. A fé é um dom particular, uns abraçam-na, outros, não; assim era naquela cidade.

Familiares dos que se convertiam, não tendo eles crido, se faziam adversários, insinuando coisas constrangedoras que, os mais tímidos sofriam; essa timidez, esse falar da própria conversão a boca miúda, como se fosse um erro, Paulo definiu como “estreitamento” derivado dos afetos deles.

O Salvador prevenira que seria assim: “Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, dois contra três. O pai estará dividido contra o filho, o filho contra o pai; a mãe contra a filha, a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, a nora contra sua sogra.” Luc 12;52 e 53

Então, aconselhou que assumissem a plenos pulmões sua decisão por Cristo. “Ora, em recompensa disto, (falo como a filhos) dilatai-vos.” V 13

A “dilatação”, por certo, aumentaria a aversão daqueles; então, preceituou uma postura mais radical, dos santos em relação aos que descriam. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem luz com trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; serei o seu Deus, eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, vós sereis para Mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” Vs 14 a 18

Sociedade, concórdia, comunhão, consenso, óbvio que são coisas boas! Nem sempre essas são possíveis; pois, se uma outra coisa ainda melhor, a verdade, carecer ser sacrificada para a possibilidade dessas existirem, então, já não são mais desejáveis. 

Mesmo a paz, tão boa nem sempre encontra assento, quando as escolhas espirituais divergem. Devemos buscá-la quando possível, não como um bem supremo, acima da submissão ao Senhor; “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Rom 12;18

Se, o preço para estarmos em paz for negarmos ao nosso Senhor, então será caro demais. Que se vá a paz, mas fique O Salvador.

As diferenças diametrais, no campo dos valores, não podem ser ignoradas, como se, a união entre opostos fosse algo possível, desejável. Aristóteles dizia: “A pior forma de desigualdade, é considerar iguais, às coisas diferentes.” Paulo não fez assim; antes, considerou a ideia de ver convertidos andando junto com os que não tinham os mesmos valores, um “jugo desigual.”

E isso, até no tocante aos animais, foi vetado por Deus; “Com boi e com jumento não lavrarás juntamente.” Deut 22;10 São dois animais de estatura diferente e forças desproporcionais; de igual modo, o crente e o incrédulo não podem formar uma “junta” em questões espirituais.

A ideia em gestação, do ecumenismo, onde todas as religiões estão “certas” são apenas linguagens diferentes da mesma fala, segundo O Papa Francisco, propõe que se faça as mais desconexas juntas imagináveis. Boi com jacaré; jumento com avestruz, leão com esquilo, etc.

O Salvador, por um pouco, se fez do “nosso tamanho”, e nos convida a formarmos uma junta com Ele, que nos capacita, para o peso da obediência necessária. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

O mesmo jugo que propõe uma cruz, para o corpo, enseja descanso à alma, pela salvação que propicia. Qualquer coisa fora disso, seja oriunda do Papa, pastor, ou reverendo que for, é uma fraude do capeta. O difamador que atua para destruir, pois nada sabe construir.

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