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domingo, 23 de julho de 2017

A herança desprezada

"Grandemente se regozijará o pai do justo; o que gerar um sábio, se alegrará nele.” Pro 23;24

Há um provérbio asiático que diz: “A terra não é um bem que possuímos; mas, que tomamos emprestado dos nossos filhos.”

A ideia é que, o que pensamos possuir, na verdade é só o bastão na “corrida de revezamento” da vida; um dia legaremos aos descendentes. Paulo expressou assim: “...não busco o que é vosso, antes, a vós: porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas, pais para os filhos.” II Cor 12;14

Essa é a ordem natural das coisas. Pais entesouram, filhos usufruem. Contudo, no provérbio inicial temos os pais usufruindo as riquezas dos filhos. “Grandemente se regozijará o pai do justo; o que gerar um sábio se alegrará nele.” Acontece que, se, bens materiais se transmitem, simplesmente, sem retorno, os morais e espirituais quando legamos ainda ficam conosco; nossos ensinos e exemplos guardam uma réplica na pasta dos “itens enviados”.

Essa coisas, não precisamos morrer, para que os sucedâneos herdem, antes, podemos ver e conviver com nossos enriquecidos que, de posse da herança nos fazem sentir ricos também.

Os japoneses dizem: “Se teu filho for bom não carece tua herança; se for mau, não merece.” Não se trata aqui, de desprezar as posses simplesmente, antes, de priorizar a formação do caráter, pois, se, bem feita essa tarefa, as demais perdem a relevância.

Duas correntes filosóficas se opõem desde muito no que tange ao saber: Empirismo e Racionalismo. A primeira advoga que nascemos com nossas almas como um CD virgem, e, mercê do aprendizado, das vivências, experiências, nosso saber e valores são “gravados.” A segunda, que certa dose de saber é inata; trazemos já ao estrearmos no palco da vida; recorrendo à razão, fonte desse saber, podemos chegar a sentenças justas e sábias mesmo não as tendo aprendido.

Não pretendo adotar um rótulo, nem empirista, nem racionalista, pois, acho que ambos os conceitos têm sua porção de verdade, não são excludentes, mas, complementares. Pois, se somos grandemente moldados pelos ensinos, sobretudo, pelos exemplos que miramos em nosso existenciário, muitas vezes tivemos que lidar com situações desconhecidas, e, certa intuição espiritual nos conduziu bem; de modo que parece lícito concluir que alguma centelha de luz espiritual, trazemos, em nosso HD original.

Quantas vezes aconteceu-me de sonhar algo inédito, e tempos depois isso acontecer! Qual o papel da experiência em casos assim? Agora que a coisa é pretérita se fez uma experiência, a qual, ensina que, para algumas coisas basta o espírito, não careço experiência.

Acho que, como os pais humanos legam riquezas abstratas aos filhos e se alegram no usufruto comum, Deus colocou uma centelha espiritual em nós, que devidamente avivada nos enriquece e O alegra juntamente. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior até o mais íntimo do ventre.” Pov 20;27

Por ser espiritual, a riqueza é eterna; sendo atemporal prescinde da experiência que é um incidente pontual na linha do tempo. Dessas coisas que O Mestre falou quando disse que devemos ajuntar Tesouros no Céu. Na verdade devemos alegrar Nosso Pai nos exercitando desde já, nas riquezas que Ele nos legou. “Filho meu, se teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu; sim, o meu próprio. Exultarão meus rins, quando os teus lábios falarem coisas retas.” Prov 23;15 e 16

Não se trata de rejeitar bens materiais, reitero, tampouco, o valor do ensino e dos bons exemplos; antes, de situá-los devidamente na prateleira dos meios, invés de exaltá-los no pódio dos fins, como a imensa maioria tem feito. Seria insano ganharmos determinadas ferramentas para execução de um trabalho e no fim do nosso período de labor constatarmos que multiplicamos nossas ferramentas por cem, contudo, o trabalho que era nosso alvo não foi feito.

Assim fazem os que usam todos os meios para a multiplicação de coisas, e seguem tão desprovidos de valores que nada resta para legarem aos filhos. Constroem até um berço de ouro, muitas vezes, ouro sujo de sangue dentro do qual criarão um suíno, invés de um ser humano.

O que trazemos ao nascer precisa ser fomentado, avivado, senão, definha. E, nosso cenário familiar e social, carece de referenciais de valor, decência, moral. Vivemos dias de inversão tal que o poste mija no cachorro. A pornografia e o mau gosto se travestem de arte. Em nome da liberdade de expressão, os biltres vomitam contra homens dignos; e quem se indispõe contra isso é um “reaça” “moralista radical”.

O Pai amoroso ainda deseja que mais filhos tomem posse de Suas riquezas; e, demonstra Sua alegria fortalecendo espíritos daqueles que O alegram. “A alegria do Senhor é a nossa força.”

sábado, 19 de março de 2016

Corrida de Revezamento

O coração entendido buscará o conhecimento, mas, a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15;14

Aqui temos um princípio bom, direcionando a um alvo excelente: “O coração entendido buscará conhecimento...” Natural concluir que tal “entendido” o é, no sentido de entender a própria carência, da qual, sai em busca; conhecimento. Em momentos assim, Sócrates se impõe: “Tudo o que sei, é que nada sei”.

Por outro lado, temos o que “apascenta” a si mesmo com o que possui, parece seguro de não precisar mais nada: “... a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Só um completo imbecil, cujo horizonte cognitivo em pouco excede ao seu parco existenciário, onde, muitas coisas que supõe conhecer, ignora, só um assim, digo, se sentiria seguro de que é o sabichão, que a galera pode ir por ele e estará indo bem. Agora, Shakespeare pede passagem: “Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia.

Um cachorro recebe com festa ao seu dono e tende a latir ameaçador para estranhos; seu parâmetro é: Sentir-se seguro com o que já conhece, e ameaçado ante o ignoto, o desconhecido.

No fundo, toda aquisição encerra uma perda. Se sempre fiz determinada coisa como meu pai fazia, esse atavismo era meu “patrimônio intelectual” sobre aquilo, e, em algum momento for convencido que há maneiras melhores de fazer o mesmo, quiçá, que a coisa era errada, para aceitar a nova percepção, preciso “latir ameaçador para meu dono” meu conhecimento até então; e festejar à chegada de um “estranho”, o novo. É demais para um cachorro tão manso, acostumado aos seus.

A alma filosófica, a do entendido, tem comportamento diverso do cão de nosso exemplo. Tem certo enfado do conhecido, do lugar comum, o chavão, o clichê; e sede de aprendizado, coisas novas que a desafiem; uma vez aceito e vencido o desafio, inda que, apenas em parte, ela se alegrará ostentando a “medalha” do novo conhecimento adquirido.

Agora, me ocorre Spurgeon: “Os melhores homens que conheci – disse – estavam descontentes consigo mesmo; em constante busca, como se lhes faltasse algo que os poderia tornar ainda melhores.” Não são, esses, exemplos de entendidos buscando conhecimento? Quantos homens abastados, ainda fazem tudo usando até meios ilícitos para buscar mais fortuna? Assim agem os entendidos em foco; mesmo possuindo, saem sôfregos em busca de mais; só que esses, dos valores verdadeiros, que permanecem.

As paixões, motrizes dos tolos, cegam-nos às coisas mais diáfanas, ensejam o fanatismo e os levam a agir como cães, dóceis ao lugar comum, à mesmice decorada, e furiosos ante o estranho, à nova percepção, à luz dissipando fumaça. As pessoas assim defendem bandeiras, invés de valores, pessoas invés de comportamentos. O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém”.  ( Dalai Lama ) A perda que falamos ameaça ao fanático, ele recrudesce em seu fanatismo e segue reafirmando sua estultice, cioso dela como se estivesse guardando um tesouro.

Ora, ante à Fonte da Sabedoria, bem se nos aplica a frase que a samaritana disse a Jesus: “Não tens com que tirar, e o poço é fundo”. A corrida do saber é como a de revezamento dos jogos olímpicos, onde, alguém percorre sua parte e passa o bastão a outrem que segue. Nosso curso equivale aos dias de nossas vidas, o “bastão” nossas aquisições durante a passagem.

Nesse breve raciocínio recebi ajuda de Salomão, Sócrates, Shakespeare, Spurgeon, Dalai Lama; eles correram antes de mim, aprenderam e transmitiram seu saber adiante; meu “trabalho” consistiu em entender minha carência de conhecimento, e buscá-lo nas devidas fontes.

A doutrinação ideológica estreita cérebros, atrofia-os. Invés formar homens livres, pensantes, formata títeres pensados. Agora, Plutarco me ajuda: “A mente não é uma vasilha para ser cheia; é um fogo a ser aceso.”  E esse fogo, diverso da paixão que explora o calor, arde mais em função da luz.

Sabedoria não é uma frescura pernóstica para diversão de quem a possui. Tem implicações práticas vitais, como ensina o mesmo Salomão: Também vi esta sabedoria debaixo do sol, que para mim foi grande: Houve uma pequena cidade com poucos homens, veio contra ela um grande rei, a cercou, levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força...” Ecl 9;13 a 16

A perfeição, apenas, não demanda mudanças, mas, essa encontra-se em Deus. De nós se espera que não sejamos tão avessos ante “estranhos”, para fugirmos da estupidez. Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam.” ( Confúcio )

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Integridade,a pedra de toque do profeta

“Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos. Disse-lhes, Pilatos: Levai-o, julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Jo 18; 30 e 31

Pilatos, cioso do direito de defesa dos réus num tribunal quis saber qual era a acusação apresentada contra Jesus, porém, invés disso recebeu como garantia a pretensa integridade dos acusadores; “Se este não fosse malfeitor não te entregaríamos.” Que tribunal no mundo aceitaria esse tipo de “acusação”?

Todavia, se o achavam malfeitor, - disse – “julgai-o segundo vossa lei.” Aí, apresentaram seu “Problema”: “A nós, não é lícito matar...” Resumo da ópera: Já o julgamos e condenamos à morte, mas, como não nos é lícito fazer isso, mata ele pra nós, por favor!

Mas, que estranho tribunal era o deles, que prescrevia uma pena que não poderia cumprir? Na verdade, mentiram; pois, sua Lei previa pena de morte sim, em caso de adultério, feitiçaria, blasfêmia... Por quê precisavam da espada de Roma, então? Porque sabiam que Cristo tinha muitos seguidores, temiam uma insurreição do povo, mas, se fosse condenado por Roma, o povo temeria seu exército e se manteria comportado.

Essa mania tão atuante de fazer a coisa com a mão alheia pra ficar “inocente” é bem idosa, pois. Na verdade era, então, pois, nos seus dias, Davi desejando a morte de Urias o mandou para o combate sem proteção na retaguarda para que fosse morto “fortuitamente”; porém, o profeta Natã apresentou ao rei, a visão do Eterno: “Mataste com a espada dos filhos de Amon”.

Em suma, podemos mascarar responsabilidades, diluir culpas, hipocritamente instigar outrem a fazer o que desejamos, mas, esse teatro todo, tem alguma eficácia à plateia humana, ante Deus só nos agrava; acrescenta à maldade motivadora, a covardia como meio e a hipocrisia como refúgio. Não sem razão, que “Um abismo chama outro abismo”, segundo a Palavra.

Desgraçadamente tememos mais a reprovação humana que a Divina. A hipocrisia, outra coisa não é, senão, máscara que tenta ocultar nossas chagas morais aos olhos humanos. Antes Deus estamos nus. Na verdade, a maioria do engano religioso que grassa atualmente deriva de nossa culpa; a omissão em conhecer a Palavra de Deus, pois, nela, temos a “mente de Cristo” como disse Paulo, além da Bendita Assessoria do Espírito Santo que dá discernimento a quem O busca.

Se, a Palavra obra por desnudar, quem a conhece e vive, pode também ver além da superfície. Ouçamos: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4; 12 e 13

Entretanto, se, Pilatos desconfiou de uma acusação cuja garantia era a vontade dos acusadores, a maioria da geração atual recebe sem questionar promessas fáceis, “bênçãos” cuja fonte, são, interesses dos propositores, sem nenhum fundamento Bíblico; da Bíblia devidamente interpretada, pois, são mestres em perverter à Palavra fazendo parecer que preceitua o que rejeita.

Uma palavrinha que deveria ser melhor observada é: Integridade. Embora seja tida como sinônimo de idoneidade, probidade, caráter, quero-a, no sentido de, inteireza, invés de fracionada alguma coisa.

É que ouço com frequência defesas tipo: “Fulano fala algumas besteiras, coisas fora da casinha, mas, tirando isso, prega muito bem”. Cáspita!! Se inda é aprendiz não deveria ser pregador; se é pregador não pode falar besteiras mescladas à verdade. Como saberia o simples, qual parte é comestível, e qual, venenosa?

Uma coisa aprendi observando pregadores: Quem prega pequena heresia aqui, acaba incorrendo numa grande logo adiante. Nem sempre o pregador está “no óleo”, e, a mensagem flui naturalmente; mas, mesmo nesses dias em que prega, “carregando pedras”, sua mensagem não contém engano, heresia, frações contaminadas.

Como numa corrida de revezamento em quê, cada atleta passa o bastão após correr sua parte, assim, os pregadores legam uma mensagem à geração vindoura ao findarem a carreira; não importa quantos corram, no final, o bastão conduzido será o mesmo. Esse, é a Palavra de Deus, no Qual, não há “mudança, nem sombra de variação.” Se, os meios e a forma se modernizam constantemente, o teor segue inalterável.

Enfim, se naquele tempo, a conveniência invejosa dos judeus matou Jesus com a espada de Roma, em nossos dias, o comodismo preguiçoso mata outra vez, com a espada mercenária dos falsos profetas. O morte Dele, então, era necessária para nossa salvação; essa segunda faz o caminho inverso e reconduz eventuais salvos, à perdição.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Despenseiros fabulosos



”Desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério. Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo.” II Tim 4; 4 a 6 

É parte da constituição humana a faceta espiritual; ninguém pode se evadir. Disse certo pensador cristão que temos dentro de nós um vazio com o formato de Deus; só Ele pode preencher. Tendo O Eterno nos criado para a comunhão consigo, seria de se esperar que fosse assim. 

Muitas vezes nos questionam: Se Deus é Um só, por que tantas religiões?  Porque acossados por esse vazio interior, homens que não conhecem a Deus e Sua palavra tentam preencher com um simulacro qualquer; inventam ídolos, ritos, crenças. 

Desse modo, a neutralidade plena como pretendem alguns é impossível. Os que se dizem ateus, sem crença, fazem disso sua crença e defendem com unhas e dentes, de modo que se endeusam prenhes de si mesmo; precisam mais esforços para negar, que os crentes pra confiar em Deus. Pois, nesses, o “encaixe” é melhor dada a adesão perfeita entre continente e contingente. Digo; o espaço reservado para Deus, neles, é preenchido justo, por Deus. 

Assim, se alguém abdica da fé, fatalmente colocará algo no lugar de modo a não sentir-se vazio espiritualmente. Os denunciados por Paulo no texto inicial deixaram a verdade e passaram a crer em fábulas.  Trocaram o precioso pelo vil, ficaram com algo falso no lugar. 

Assim fazem todos os que abdicam da fiel interpretação da Palavra e dão espaço às conveniências humanas. 

Israel no Velho Testamento, não raro, deixava de obedecer a Deus e cultuava ídolos; aliás, desde o início da relação temos essa distorção; vide, o grotesco e blasfemo bezerro de ouro. 

Nos dias de Jeremias o Eterno reiterou a denúncia do “mau negócio” que insistiam em fazer. “Espantai-vos disto, ó céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim deixaram, manancial de águas vivas; e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2; 12 e 13  Como há alegria nos Céus por um pecador que se arrepende, causa horror, espanto, outro que, tendo conhecido a Deus, troca-O por algo vil. 

Podemos inferir da exortação, que o apóstolo equaciona esses “negociantes” com embriagados, pois, diz; “Mas, tu, sê sóbrio...”  Assim como a embriagues deriva de ingestão excessiva de álcool, os sentidos espirituais entorpecem paulatinamente se ouvimos com frequência pregadores “liberais” que, com o fito de agradar aos ouvintes fazem concessões que a Palavra não faz. 

Do obreiro não se espera que seja “legal”, antes, fiel. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo,  despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4; 1 e 2 

Claro que a fidelidade a Deus gera rejeição no mundo e até, dentro da igreja. Mas, Paulo foi enfático. “...sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” 

O apóstolo deixou instruções graves, precisas, como que, passando o bastão a outro numa corrida de revezamento 4 x 100. Seus cem metros foram cumpridos com fidelidade, e, era a vez de Timóteo correr. “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo.” V 6
Queria ele, pois, comunicar o mesmo que recebera, sem espaço pra mistificações, inserções, fábulas... 

Uma brincadeira que, acredito, muitos conhecem chamada telefone sem fio serve para ilustrar isso. Brincávamos no colégio; consistia em, um aluno, o primeiro da fila, dizer uma palavra qualquer ao que estava atrás, de forma quase inaudível; aquele se voltava para o seguinte e dizia o que pensava ter ouvido e assim sucessivamente até ao último. As distorções eram enormes. Começava “andorinha” e terminava “martelo”. 

Tal qual essa diversão são as opiniões humanas. Nela, cada um repetia o que pensava ter ouvido; nas opiniões cada qual defende o que pensa ter entendido, mas, nem sempre entendeu deveras. 

Se a Bíblia fosse mero livro humano, como acusam uns, aliás, já a teríamos vertido igualzinha às nossas paixões mercê do “telefone sem fio” do tempo. 

Claro que, um despenseiro só pode dispor do que possui em depósito; se alguém o fizer de fábulas, será isso que servirá. Contudo, de seu discípulo Paulo esperava coisas melhores. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos, profanos; e às oposições da falsamente chamada ciência,” I Tim 6; 20   

Em suma, o bom depósito tanto nos mantém sóbrios contra a sedução das fábulas, quanto fortes em face à falsa ciência. Guardemos bem o nosso!