“Muitos iam ter com ele, e diziam: Na verdade João não fez sinal algum, mas, tudo quanto disse deste, era verdade.” Jo 10;41
Normalmente pensamos que um grande profeta é um operador de grandes sinais, necessariamente, como foram Elias e Eliseu, por exemplo. Entretanto, de João Batista, do qual Jesus disse que não havia maior profeta que ele dentre os nascidos de mulher, dele, digo, se registra que não fez nenhum sinal, “apenas” falou a verdade sobre O Salvador.
Essa distorção de pensarmos que A Palavra de Deus não basta, que carecemos eventos extraordinários “corroborando” o ministério de quem fala-nos, tem feito a festa de muitos falsários. Primeiro, nem tudo o que parece milagroso é genuíno; há muitas fraudes desde sempre, como os magos de Faraó imitando parcialmente a Moisés, ou, Simão, que enganava incautos em Samaria e posava de poderoso, até o advento dos apóstolos, o que rasgou seu cartaz. Segundo, mesmo que o sinal seja autêntico, a fonte pode ser espúria, maligna, como as adivinhações da pitonisa de Filipos, que, liberta de seu “poder” ensejou a prisão de Paulo e Silas.
O inimigo, com permissão do Eterno pode fazer coisas espantosas, como a tempestade que derrubou a casa de Jó, ou, o “fogo de Deus” que consumiu as ovelhas daquele.
Então, impressiona ver pessoas de certa envergadura, posicional, pelo menos, avaliando “profetas” pelos sinais, invés de o fazerem à luz da verdade. O cumprimento cabal da Bíblia glorifica a Deus; a adivinhação precisa de algum evento grandiosos glorifica ao “profeta”.
Nesses tempos de esmero tecnológico, hologramas e afins, coisas inauditas são possíveis a quem tem acesso. Isso, no campo da fraude; no aspecto do consórcio maligno, basta “comunhão” com aquele, para ostentar parte de seus recursos, que, se, limitados, inda são grandes.
Embora, ( mesmo sendo Todo Poderoso ) Deus não se preocupe tanto em ser tido como Poderoso, quanto, em ser conhecido como Santo, achamos que, alguém íntimo Dele, deve ostentar poder, mais que santidade. Contudo, segundo Ele mesmo, espera que os Seus amem à verdade acima de tudo. Pois, aos que preferirem a mentira, fará do próprio “poder” da mentira, o juízo de seus amantes. “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12
Ora, todo o dilema da saga Divino-humana começou nos domínios da mentira. Deus dissera que desobediência culminaria em morte; o “profeta” alternativo, pai da mentira, que a coisa não era bem assim; o casal Edênico deu ouvidos a esse, a morte entrou, deitou e rolou, e inda faz. Natural, pois, que O Altíssimo na profilaxia moral do Reino vindouro extirpe tal câncer de Seu Novo Mundo. “...Ficarão de fora, os mentirosos...”
A verdade nunca teve trânsito muito fácil entre nós por duas razões: a) a queda nos fez imperfeitos, com muitos lapsos morais, espirituais, e aquela, sendo a luz que é, fatalmente colocará em relevo nossas imperfeições; b) uma parcela grande de nossa imperfeição é o ego, o orgulho, que nos impulsiona a mascararmos as faltas com a camuflagem da virtude, isso é impossível ser feito sem, antes, imolarmos em sacrifício às trevas, o cordeiro puro da verdade.
Esse apego ao erro, dado que, mau, fazia os ouvintes rejeitarem ao Salvador, para própria condenação. “A condenação é esta: A luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19
Desse modo, um profeta verdadeiro não labora para nos fazer bem, digo, à nossa natureza caída. Antes, denuncia nossos erros, inquieta-nos com a incômoda luz Divina, pois, como João Batista, fala somente a verdade a respeito do Senhor; Sua Palavra.
Vivemos num cenário de tanta mentira, que, para algumas nuances de saúde social precisamos comprar à verdade. O que são as ditas “delações premiadas”, senão, uma moeda de troca em busca da verdade? Isaías vira esses dias: “Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14
A Verdade é bem mais que um rasgo eventual, de honestidade; é um modo de vida. Por isso, O Salvador exortou à permanência em Sua Palavra, para sermos, verdadeiramente livres. “...Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” Jo 8;31 e 32
Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
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terça-feira, 25 de outubro de 2016
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Púlpito ou palco?
“E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado
o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também esse poder, para que aquele sobre quem eu
puser as mãos receba o Espírito Santo.” Atos 8; 18 e 19
Muito se falou sobre os
meios escusos da “Simonia”; pretender aquisição de valores espirituais via
compensação com vil metal. Como o incidente mais notório foi esse, com Simão,
em sua “homenagem” temos o nome. Além do meio ser blasfemo, o fim é estúpido,
carnal; a obtenção de poder.
Claro que, quem acha o poder um fim, facilmente
achará o dinheiro, um meio. Assim funcionam as coisas nos governos humanos. O
poder econômico sempre dá um jeito de lograr o poder político; daí, tantos
veios de corrupção com esse fim, além do enriquecimento pessoal; porque ninguém
é de ferro.
Acontece que, poder no escopo espiritual em muito diverge do
domínio humano, natural. Se esse se assenta sobre privilégios, benesses várias,
aquele, sobre dever, responsabilidade.
A parábola dos talentos deixa claro que
cada um deve multiplicar o que recebeu, seja um, dois ou cinco. Desse modo, quem
desfruta dons mais excelentes deve produzir os frutos correspondentes. Mais que
isso; quando do julgamento, a severidade será maior sobre o que dispunha de
melhores meios. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que
receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçam em muitas coisas. Se alguém
não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o
corpo.” Tg 3; 1 e 2
Aliás, a despeito de possuir dons excelentes, ou não, o mero
contemplar sinais de Deus já aumenta a responsabilidade da plateia. “E tu,
Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque,
se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela
permanecido até hoje. Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de
Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.” Mat 11; 23 e 24
Embora a conversão
seja pela Palavra, os sinais que seguem também testificam do amor e poder
Divinos; assim, quem ignora a Palavra e desconsidera sinais, despreza duas testemunhas;
trai a si mesmo.
Claro que, sendo a salvação o que é, peregrinação em território hostil, num mundo
que “jaz no maligno”, certa dose de
poder carecemos para nos mantermos fiéis. Deus, além de Santo É Prudente,
Sábio. Assim, aos que O recebem destina um “kit” emergencial para suprimento na
peregrinação. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;” Jo 1; 12
Não que seja vetada
ascensão aos que ingressam no Reino; mas, o crescimento se dá via serviço, não, mediante mais poder. Por contraditório que pareça, quanto menor, maior. “...Bem
sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes
exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que
quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;” Mat 20; 25 e 26
Se essa concepção
estivesse patente em todos que se acercam da Obra, não haveria disputas por
poder, tampouco, desejo de adquiri-lo por meios escusos. Não fosse a egolatria
e falta de noção que grassa em nosso tempo, e não teríamos essa revoada de “apóstolos”
que, se outra doença não atesta, pelo menos a vaidade pelo poder deixa patente.
Justiça seja feita para com Simão, o Mago; era novo convertido, assustado com o
que vira. “E creu até o próprio Simão; sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe;
e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.” Atos
8; 13 Num momento de deslumbramento, euforia, falou inadvertidamente, mas, exortado
por Pedro por ter dado uma bola fora, presto se arrependeu, se refez. “Respondendo,
porém, Simão, disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes
venha sobre mim.” V 24
Se o mundo “canoniza” seus ícones, os famosos nos
esportes, artes, moda, etc. na igreja a beleza está no coletivo, o Corpo de
Cristo crescendo em santidade e quantidade também.
Quem precisa de fama, renome
aqui, ainda que não admita, não confia na recompensa celeste. Além do mais, o
aplauso da Terra se dá por identificação; as pessoas aplaudem o que gostam, de
modo que, no fundo, aplaudem a si mesmas. Essas coisas deixam de valer,
exatamente onde a salvação começa. “... negue a si mesmo, tome sua cruz e
siga-me.” Luc 9; 23
Dons espirituais são meras ferramentas de trabalho. Se
alguém os quer em maior quantidade, que se disponha a trabalhar mais. Quem
pensa que púlpito é palco desconhece a diferença entre Inferno e Céu.
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