domingo, 12 de maio de 2019

Templos de Paz

“Certamente não entrarei na tenda de minha casa, nem subirei à minha cama, não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras, enquanto não achar lugar para o Senhor, uma morada para o Poderoso Deus de Jacó.” Sal 132;3 a 5

Esse cântico foi uma evocação do que Davi dissera e intentara fazer. A fidelidade do rei usada como fiadora da misericórdia, então, desejada. “Por amor de Davi, teu servo, não faças virar o rosto do teu ungido.” V 10

Quando Davi dissera que não daria descanso às suas pálpebras enquanto não construísse uma habitação para O Senhor não devemos levar a coisa ao pé da letra. Poeta que era usou uma linguagem poética para dizer que desejava fazer um templo em honra ao Senhor antes de morrer.

Claro que ele sabia que O Eterno não habita em templos de humana feitura; mas, a “habitação” tencionada não era um abrigo como se, aquele que tudo criou e a Quem tudo pertence necessitasse algo. O templo era para honra do Seu Nome, e adoração dos que O quisessem servir.

Deus aceitara, porém, vetara que a construção fosse feita pelo guerreiro Davi. “Há de ser que, quando forem cumpridos teus dias, para ires a teus pais, suscitarei a tua descendência depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino. Este me edificará casa; Eu confirmarei o seu trono...” I Cron 17;11 e 12

O descendente escolhido para a missão fora Salomão. O rei fez o projeto e arrecadou em fartura os materiais que julgou necessários; lembrou ao seu filho que fora vetado como construtor, pois, derramara muito sangue; que ele, rei em dias de paz deveria fazer a obra. “Agora, pois, meu filho, o Senhor seja contigo; prospera; edifica a casa do Senhor teu Deus, como Ele disse de ti.” I Cron 22;11

Sobre templos temos hoje em dia os dois extremos; de um lado os que fazem verdadeiras extravagâncias rasgando dinheiro que poderia ser melhor utilizado; do outro, os que são contra o edificar lugares de culto até, dado que Deus não habita em templos de pedra.

Temperança é um fruto do espírito; equilíbrio, pois. Os templos não são para Divina habitação, mas, para congregação e culto daqueles nos quais O Santo Habita. A febre da ostentação dispendiosa pode e deve ser abstraída, mas, às necessidades práticas, não podemos omitir.

A edificação que conta deveras se dá em cada um; Como naquele caso Deus não quis que um homem de guerra lhe fizesse o memorial; preferiu um de paz; também nós, enquanto em guerra com Deus nenhuma edificação é possível. Primeiro a reconciliação; “... Rogamo-vos da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

O “material de construção” para esse templo é a correspondência ao Amor Divino; “... Se alguém me ama, guardará minha palavra; meu Pai o amará; viremos para ele, e faremos nele morada.” Jo 14;23 Notem os que acham se pode servir a Deus de qualquer maneira, cada um como aprouver; acusam, aos que se atêm a Bíblia, ora, de fanáticos, ora de donos da verdade, etc. notem, digo, que o primeiro traço esperado de quem corresponde ao Divino amor é zelo pela Sua Palavra; “Se alguém me ama guardará Minha Palavra...”

Vem por ela a santificação; um processo lento no qual O Espírito Santo trabalha em nós, cambiando nossos pensares desorientados pelo Divino Saber; “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Aludindo à “Pedra Rejeitada”, Cristo, Pedro nos “petrificou” também, expondo o Divino propósito ao nosso respeito; “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

Longe estejam os $acrifício$ que muitos patifes pregam por aí; “... Oferece a Deus sacrifício de louvor.” Sal 50;14

Naquele templo primeiro, o construtor se chamava Salomão, cujo nome significa, “Pacífico”; aqueles que têm paz com Deus, em nenhum momento atrevem-se a questionar Seus preceitos, pois neles veem justiça; “O fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.” Tg 3;18

“Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus Juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

A habitação do Santo em nós necessariamente fará a justiça habitar também. Vigiemos para que nossos templos sejam de paz com Deus, não um daqueles que O irritam fazendo-O virar as mesas.

sábado, 11 de maio de 2019

Deus ou o Monstro

“... Lançado estou de diante dos teus olhos; todavia, tornarei a ver o teu santo templo.” Jn 2;4

Fragmento de uma oração muito “profunda”; Jonas estava no fundo do mar, no abismo, no ventre de um peixe há três dias, quando orou.

Preferira morrer a levar uma mensagem Divina aos odiados ninivitas; vendo que se passava o tempo e milagrosamente o metabolismo do bicho não o consumia, repensou e decidiu arrependido, cumprir o Divino propósito. “... lançado estou de diante dos teus olhos...” disse. Depois fez uma ousada e esperançosa leitura do porvir, confiado na bondade de Deus. “... tornarei a ver o Ter santo templo.”

Tinha uma missão a cumprir; uma vez desincumbido, volveria para sua terra outra vez, pensou. “Quando desfalecia em mim minha alma, lembrei-me do Senhor; e entrou a ti a minha oração, no teu santo templo.” V 7 Apesar da ideia fixa de orar no templo mesmo estando no fundo do mar contou com a Onipresença do Santo, como dissera Davi; “Se ... habitar nas extremidades do mar, até ali Tua Mão me guiará e Tua Destra me susterá.” Sal 139;9 e 10

Por fim, reavivou a obediência que votara; “Eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do Senhor vem a salvação.” V;9

Então, “Falou o Senhor ao peixe e este vomitou Jonas na terra seca.” V 10

Uma coisa a aprendermos sobre respostas às orações. Deus não vem ao nosso encontro com um pacote como se fosse empregado dos correios; antes, move circunstâncias em determinada direção, seja, concedendo o que pedimos, seja, negando. Quem tem comunhão com Ele entende Sua linguagem.

O peso derivado da desobediência, como o de Jonas é removido, uma vez, restabelecida a obediência; os que são frutos de nossos anseios nem sempre obtêm resposta favorável; ou, porque nossos anelos não são espiritualmente sadios, o tempo aprazado para certa bênção inda na chegou, ou, O Santo tem propósitos diversos para nós. O Não, e o espere, também são respostas.

Acontece que O Eterno responsabiliza-se pelo que prometeu apenas; “... Viste bem; porque Eu Velo sobre a Minha Palavra para cumpri-la.” Jr 1;12 assim, embora a esperança seja uma coisa boa, se insistirmos em esperar algo diverso do Divino intento estaremos “fazendo força” em vão; “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos nosso refúgio em reter a ‘esperança proposta’;” Heb 6;18

Muitas vezes somos engolidos por “monstros” aos quais Deus não pode ordenar que nos vomitem; Tragados pela afeição aos vícios, errôneas concepções da vida, de Deus, arbitrários que somos carecemos sair com algum esforço das entranhas do “bicho” ao encontro da Sua Santa Vontade.

O que Deus faz é lançar a corda da Sua Palavra libertadora, mas, pegarmos a mesma para sermos ajudados é decisão de cada um; “Rogo-vos, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

O suicida profeta metera-se na enrascada por aversão aos inimigos de Israel, os assírios; os rebeldes atuais suicidam-se também, por não abdicarem de doentias paixões, como se, preservá-las fosse mais valioso que a preservação da vida.

As escolhas implicam perdas; para ter o que quero tenho que preterir algo excludente à minha opção. Como ensinou O Salvador, não podemos servir a dois senhores. Esse é o dilema da maioria dos desobedientes; teoricamente querem os Céus, mas, na prática vivem às suas maneiras, como se pudessem sair do “mostro” quando quisessem pelos próprios esforços.

O metabolismo do tempo os vai digerindo lentamente, até que é tarde demais. A morte espreita em cada esquina; a cada um que ceifa, divorciado do Senhor, é mais um que não verá jamais, O Santo Templo na eternidade.

O Canhoto em seu consórcio com a carne rebelde joga tudo no aqui e agora fazendo parecer que nosso tempo deve ser “aproveitado” pra “curtir” a vida; A Palavra de Deus apresenta a redoma de tempo espaço como uma dádiva para reconciliação com Deus. “... de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar...” Atos 17;26 e 27

Jonas o fujão se arrependeu e foi restabelecido; trocou seus afetos desajustados pelos Santos, de Deus. Os de igual proceder terão a mesma sorte; os demais serão digeridos, infelizmente.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

A descida por onde se sobe

“A gente não se liberta de um mau hábito atirando-o pela janela; é preciso abrir a porta, tomá-lo pela mão e descer a escada, degrau por degrau.” Mark Twain

Veraz a frase do comediante, que falou mui sério na ocasião. Hábito vem de habitar, residir. Modo de ser que nos habita; esse “inquilino” não pode ser despejado de modo abrupto, pois, seu domínio demorado sobre nossa vontade tem raízes fundas que não podem ser erradicadas facilmente.

Abrir a porta seria raiar a vontade de ser liberto do mau hábito; fazê-lo descer degrau por degrau, a perseverança no processo de libertação. Parece simples, mas não é. Muitos homens são capazes de persuadir uma multidão e impotentes para enfrentar às próprias vontades.

Como um drogado prefere tontear as angústias de viver a enfrentá-las, muitos optam por desvios sabidamente insanos pelo medo do preço a pagar na senda da virtude. Os ouvintes de Jesus agiram assim. “... a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

Qual a ameaça da luz? Traz reprovação à maldade; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” V 20

O ímpio habitado pelo orgulho prefere reprovar Jesus Cristo a ser reprovado. Assim, a sugestão diabólica de decidirem por si, os pecadores sobre bem e mal, os levou a ver o bem, nas trevas, e o mal, na luz. Toda inversão de valores que grassa destruindo famílias e a sociedade é derivada dessa poluída fonte.

A mensagem de Cristo era um convite a abrirem a porta para o despejo paulatino do intruso; mas, isso requeria receber O Senhor; essa troca eles não queriam fazer. “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa; com ele cearei, e ele comigo.” Apoc 3;20

Orgulho é a imposição do “si mesmo” onde deveria ser Assento de Deus; o abrir-se à salvação necessariamente bate a porta na cara do “si mesmo”. “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

A escada da salvação ruma para baixo. O homem alienado do Criador endeusou paixões e subiu alto no trampolim do engano de onde se mergulha na perdição. O Espírito Santo obra concomitante à Palavra tentando convencer ao incauto que a piscina está vazia, antes que seja tarde e ele salte para a Eternidade sem Deus.

Se, convencido será tomado na mão pelo Espírito Santo que o ajudará no processo de libertação. “... aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

O caminhar com O Senhor não é algo tão romântico como em “rastros na areia”; Ele leva aos Seus pelas veredas da justiça e do aprendizado; “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim...” Mat 11;29 “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade...” Jo 8;31 e 32

O aprender não será diretamente Dele; mas, de vasos fracos que escolheu e capacitou; um teste e tanto pro finado (?) orgulho; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” Ef 4;11 e 12

Assim, descer a escada da libertação de mãos dadas com Jesus, O Libertador, muitas vezes equivale a dar ouvidos pra alguém comum, outro pecador que já fez esse caminho e Dele aprendeu.

Quem já provou e viu que “O Senhor é bom”, pode com conhecimento de causa falar da libertação que Ele propicia; desde que, seu novo modo de viver fale junto com suas palavras. Sua transformação deve ser visível; “Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Salm 40;3

Os pregadores de soluções fáceis nunca foram libertos deveras; se, tivessem sido deixariam de vez à mentira. Pois, como disse alguém; o que nos está proposto é “Glorioso demais para ser fácil.” Ou, como diz A Palavra, “O Reino de Deus é tomado com esforço.”

A salvação demanda descer ao pé da cruz e nela mortificar todos os ditames do si, até o menor resquício encomendando-se irrestritamente à Bendita Palavra de Deus. Fora disso, por piedoso ou, religioso que alguém pareça apenas enverga mais uma das tantas vistosas máscaras do orgulho.

A mais eficaz é a que se traveste humildade; “o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz... seus ministros... em ministros da justiça;” II Cor 14 e 15

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Aleitamento Paterno

“Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; minha alma está como uma criança desmamada.” Sal 131;2

Duas situações podemos entender por desmamar; a mais usual é encerrar o ciclo de aleitamento em determinada idade do bebê; outra seria encerrar o ato de mamar por estar saciado, já.

O contexto sugere a segunda alternativa. Pois, anexa à situação, sossego, calmaria; coisa que não se verificaria necessariamente no encerramento do ciclo; mas, após mamar o suficiente os pequenos, geralmente, dormem.

Assim, o autor estaria dizendo que sua alma estava saciada no Senhor, como um bebê bem alimentado.

Calmaria derivada de duas coisas; reconhecimento dos próprios limites; “Senhor, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim.” v 1 E confiança irrestrita no Senhor; “Espere Israel no Senhor...” v 3

Reconhecimento dos próprios limites e atuação dentro deles parece lógico, mas infelizmente não é. Há muitos analfabetos bíblicos que invés de buscar aprender, perguntar para quem sabe, ousam, em pé de igualdade, quando não, de cima para baixo; orgulhosos da própria ignorância fazem bizarras afirmações sobre o que não entendem, como se, coisas pertinentes à Vida Eterna fossem meras questões de opiniões, como, as predileções esportivas ou, políticas. A falta de noção aqui não é estupidez apenas; é suicídio.

Se, o sossego de um Santo advém de sua confiança irrestrita no Senhor, esses nos atacam, ofendem por isso; como se, confiar cabalmente Naquele que tudo Criou e sobre tudo governa fosse uma insanidade.

Vejamos mais: “Assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança estaria vossa força, mas não quisestes.” Is 30;15 Ou, como dissera Moisés: “Aquietai-vos! O Senhor pelejará por vós e vos calareis”.

Por outro lado, a inquietação é posta como subproduto da impiedade; “Mas os ímpios são como mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Quando citamos À Palavra, e sempre fazemos se, o assunto é espiritual, invés de redarguir com outra porção dela como fariam dois salvos, dirimindo dúvidas de interpretação de determinada passagem, partem para ataques pessoais; “Só vocês estão certos”, como se, os pontos bíblicos que realçamos fosse nossa reles opinião, não A Palavra de Deus.

Ora, a mesma Palavra se encarrega de circunscrever a Sabedoria em si; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Perante Oseias O Senhor reiterou a denúncia de rejeição; “Escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha.” Os 8;12

As consequências foram expostas pelo mesmo profeta para que se entenda que, essa rejeição não é uma coisa pueril como seria meu time perder um jogo, ou, o meu partido uma eleição; vejamos: “Meu povo foi ‘destruído’, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também me esquecerei de teus filhos.” Os 4;6

A rejeição de um sacerdócio que se esquecera de Deus, e de todos que a ele se submetiam.


Por isso, reitero a importância de cada um não se exercitar em coisas maiores que sua capacidade; de um Ministro que ensina deve fazê-lo segundo Deus, não segundo predileções, dogmas, ou opiniões; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

O ministério do ensino não deve ser buscado; o aprendizado sim; “... muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1 Todavia, quem pelo Senhor foi capacitado não pode se abster a pretexto de “humildade”; seria apenas, desobediência.

Enfim, triunfe o conhecimento de Deus! Encha a Terra! Esse é o plano! “Não se fará mal nem dano algum em todo meu Santo Monte, porque a Terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.” Is 11;9

Todavia, não pretenda lutar MMA quem ainda é de colo e carece mamar e descansar confiante nos braços do Santo; “Deixando, pois, toda a malícia, todo engano, fingimentos, invejas, todas as murmurações, desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 1 e 2


domingo, 5 de maio de 2019

A Dor da Salvação

“Vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.” I Tess 1;6

Os que pregam facilidades em busca de adesões, invés, do Evangelho por conversões deveriam meditar um tanto no verso acima. Os salvos feitos imitadores dos apóstolos e de Cristo nas tribulações, inda que, na esfera espiritual fruíssem gozo.

Seria perverso e estúpido imaginar que eles teriam feito o “trabalho sujo;” para nós seria só alegria. Não há dois tipos de salvos; perseguidos e festivos; estamos todos no mesmo barco.

“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se, pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus...” I Ped 4;12 a 14 Primeiro a comunhão com os sofrimentos de Cristo; depois, com Sua Glória. O vinho melhor fica para o final.

Concorrem tribulações e gozo no Espírito Santo; a “contradição” é espelho das reações do inimigo, e de Deus, à nossa postura.

Na “sala de testes” o inimigo força-nos para ver se nos derruba; Deus permite tentações para acrescer têmpera à nossa fé, mas ajuda-nos. “Quando passares pelas águas estarei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

O que seria o gozo espiritual em meio às tribulações, senão, o selo da aprovação de Deus quando damos passos certos, mesmo atacados?

Paulo ilustrou as tribulações como sendo um fogo; a essência da fé de cada um comparou com materiais; combustíveis, ou, não; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se, alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;11 a 13

Os anjos que assistem diariamente cristãos perdendo a vida nas mãos de islâmicos por não negarem sua fé devem ficar perplexos ao nosso respeito, quando, uma contrariedade mínima basta para nos aborrecer e afastar de Deus.

Uma hora, eles lidam com essências áureas dos que apostam as próprias vidas na Integridade e Fidelidade Divinas; outra, têm seu trabalho multiplicado por ter que ministrar a favor de melindrosos mimados que não sabem avaliar direito o que está em jogo, imaginando que a vida eterna seja um direito, não, uma conquista mediante esforço e o concurso de perseguições.

A Graça significa que O Salvador fez por nós o que nos era impossível e imerecido; não, que não tenhamos que pagar um preço também; o que significa tomar a cruz? Paulo ensina: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

O gozo do Espírito não acompanha a covardia; pois, “... Deus não nos deu espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação.” II Tim 1;7

Desse modo, as tribulações advindas porque incomodamos ao inimigo são luzes no painel indicando que estamos firmes no bom combate; são oportunidades de honrarmos a Deus mantendo nossa firmeza, mesmo que tudo ao redor desmorone como disse Jó: “Ainda que me mate, Nele esperarei...”

Contudo, uma distinção é necessária: Há “tribulações” que são as consequências das más escolhas; são apenas uma colheita; nesses casos, estar atribulado não é sinônimo de ser perseguido, mas de ter sido inconsequente; as que derivam de nossa firmeza e fidelidade em Cristo são um plantio, cuja colheita será na Glória.

O “Tesouro no Céu,” não raro, deposita-se na Terra em sangue. Depois a “Casa de Câmbio” Celeste converte em vida e honra.

Como Édipo o Rei, que, tentando fugir de sombria sina foi ao seu encontro, os que evitam Cristo, temendo a cruz, armazenam para si dores eternas.

Nos dois lados há sofrimento; a diferença é que sofrer Em Cristo é por um tempo, assistidos pelo Espírito Santo, com recompensa duradoura.

Do outro lado é breve a possibilidade de fuga, infinda a perdição. Enfim, a conversão que abdica prazeres pecaminosos é, acima de tudo, um ato de sabedoria, como disse Jim Elliot: “Não é tolo quem abre mão do que não pode reter, em troca de algo que não pode perder.”

sábado, 4 de maio de 2019

De volta ao "Plano A"

“O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono... meu povo não entende.” Is 1;3

Na distinção entre homens e animais a balança sempre pende para nosso lado no quesito inteligência; eles são instintivos, nós racionais. Isso nos permite manipular abstrações, inferir, cogitar, criar, “viajar” no tempo palpando passado ou futuro, etc.

Bichos vivem monótonos; satisfeitas as necessidades de subsistência e procriação nada lhes falta; devidamente treinados muitos conseguem ainda, algumas proezas inteligentes.

Entretanto, Deus queixou-se do Seu povo dizendo que entendia menos que bois ou jumentos.

Salomão deixara empate; “Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.” Ecl 3;18

O nivelamento nosso com os bichos se dá quando o homem está em si mesmo, isto é: Alienado de Deus.

O orgulho humano resiste em admitir que não há uma neutralidade possível, dada a dualidade após a queda; necessariamente seremos consortes espirituais da força que nossa inclinação escolher. Deus, ou o inimigo.

Quando o tentador sugeriu a ruptura dizendo que as humanas decisões poderiam ser tomadas em si mesmos, ao aceitar isso nosso pai primeiro deixou a comunhão com Deus pela associação com o maligno.

O homem natural não é estritamente um “ser em si” como diriam os filósofos; antes, refém de uma vontade enferma que luta contra o entendimento. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;6 e 7

Antes da conclusão Paulo expusera o conflito; “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero isso não faço, mas o que aborreço faço. Se, faço o que não quero consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7;14 a 21

Notemos que há uma distinção entre o “Eu” verdadeiro e seu raptor; “... não sou eu que faço, mas o pecado que habita em mim...” Logo, o homem sem Deus não é apenas pecador como devaneiam os românticos; é pecado.

Quando João Batista apresentou O Cordeiro de Deus predicou como Aquele “que tira o pecado do mundo”. Não disse “Os pecados” uma vez que são tantos que cometemos, mas, “O pecado”. Aquele da ruptura inicial que fez o homem divorciar-se do Criador e casar com a oposição.

A rigor a crise humana não é de entendimento das coisas espirituais, mas, afeto por elas, uma vez que, por habituado desde sempre ao consórcio com o pecado, a liberdade oferecida em Cristo soa-lhe mais como uma ameaça, que, regeneração. Preferem perseverar nos prazeres da condenação. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Os que vivem soltando os bichos não passam de fugitivos do amor do Criador que os busca tencionando regenerar. Se isso não for possível Ele, detentor dos “direitos autorais,” contra Sua Santa Vontade terá que julgar.

A arma do inimigo são os conselhos da cegueira que deixa seus reféns irracionais; “... as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Se, a regeneração implica em obediência a Cristo, necessária a conclusão que a desobediência é “plano B”.

O Pródigo alienado do pai esbaldando-se em si mesmo acabou faminto entre porcos, assim somos todos; todavia, quem volta ao Pai arrependido encontra perdão, vestes novas; uma casa em festa. Não teremos mais a cegueira de estar em nós mesmos; pela Palavra, será nossa “A Mente de Cristo”. Aí o “Bicho” é outro; O Leão da Tribo de Judá.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Atrás da Rocha

“Nada façais por contenda ou vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.” Fp 2;3

Não raro deparo com postagens “cristãs” que fazem pensar que eles não entenderam nada; ”Seja a melhor versão de si mesmo”; “Não se rebaixe! Ninguém é mais que você”! “Só dê palpites na minha vida quando pagares minhas contas”, etc.

Na Palavra encontramos receitas como: “Negue a si mesmo...”; “sede meus imitadores como eu sou de Cristo”; “considere os outros superiores...” “Comunicai com os santos nas suas necessidades... Sois membros uns dos outros.” Etc.

Além dessas pérolas de vez em quando uma diatribe de gente santa aos próprios olhos acusando-nos de “se esconder atrás da Bíblia”; Além dos vícios óbvios, egoísmo e orgulho, crassa ignorância.

A Palavra aconselha a nos escondermos em Deus: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” Sal 91;1 Se esconder Nele, necessariamente demanda o conhecimento e cumprimento da Sua Palavra; ou a coisa se dá nos Seus termos , ou é falsa. “Lâmpada para meus pés é Tua Palavra; luz para o meu caminho” Sal 110;105 “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do que caminha dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Uma hora, lhes parecemos arrogantes por apresentar sem concessões, rigorosamente, os juízos do Senhor; somos “donos da verdade”; outra, somos tachados covardes escondidos atrás de algo por falta de coragem pra vida.

Fico em dúvida sem saber se sou arrogante ou covarde.

Apresentar sem omissões nem concessões, o Juízo Divino é o que se espera de quem deve negar-se, incluindo abdicar dos seus pensamentos em prol dos Divinos; “Deixe o ímpio... seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Onde veem pretensão reside apenas coerência; se, são deveras, mais corajosos, por que, lhes falta ousadia para enfrentar a si mesmos, tomando também a cruz?

Deus não faz nenhum carinho no ego dos ímpios; nivela a todos por baixo; pecadores; nenhuma concessão às religiões; declara todos os deuses delas vãos; “Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade; suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; suas próprias testemunhas, nada veem nem entendem para que sejam envergonhados.” Is 44;9

Sua Palavra é eterna; “Passará o Céu e a Terra, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Nela antecipa-se o Juízo; “Quem me rejeitar e não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado essa o há de julgar no último dia. Porque não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, me deu mandamento sobre o que hei de dizer...” Jo 12;48 e 49

E chama de bastardos aos que rejeitam à disciplina: “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;7 e 8

Portanto, essa balela de “Deus como você concebe”; “sirvo a Deus do meu jeito, não preciso Bíblia nem de igreja” é só o conselho do Capeta remasterizado; pois, disse que Adão e Eva se bastavam e não precisavam da Palavra de Deus.

O simples desprezar à mesma deixa evidente já, qual espírito anima aos que assim fazem; o mesmo de sempre.

Se, a queda deu-se pelo abrigo do orgulho independente, anseio de autonomia no humano coração, a regeneração necessariamente deve começar pela antítese; humildade e submissão de quem reconhece suas culpas e delas se arrepende.

Não só preciso de Igreja para congregar, aprender, como da Bíblia para, paulatinamente trocar meus pensares pecaminosos pelos pensamentos Santos de Deus. Preciso ainda, perdão para meus recorrentes erros, e conselhos de quem sabe mais que eu nas coisas pertinentes à vida.

Sou, pois, muito mais fraco que presumem os que me desprezam por isso. Mas, essa fraqueza reconhecida me faz abrigar à sombra de um que pode tanto, que Nele, nenhum mal me assusta. Nem mesmo a morte, pois, até a ela meu Senhor venceu. Deveria me envergonhar de ser protegido por Alguém assim?

Aos que se bastam a Palavra apresenta de modo não muito elogioso; “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26;12

Como Davi em Adulão, estamos escondidos, sim; mas não atrás da Bíblia; antes, na Rocha Eterna, em Deus. “Porque a sua rocha não é como Nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disto.” Deut 32;31