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domingo, 15 de março de 2020

O Aplauso de Deus


“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2

A contenda não era de Deus com Jó; antes, entre Deus e o inimigo que acusara ao fiel de o ser, por mero interesse material, não por valores espirituais. Em suma, o Capeta disse que o patriarca tinha a “fé inteligente” do Edir Macedo que serve para obter lucros, não para alicerçar relacionamento espiritual.

O infeliz foi tocado pelo “efeito colateral” de uma contenda entre O Todo Poderoso e a Serpente. Removidas as dádivas Divinas da vida de Jó, restaram as da oposição; tédio de viver, angústia, em face à privação de todos os bens, inclusive, dos filhos. Em dado momento o sofredor chegou a desejar a morte.

Ao suicida, não é a vida que incomoda, mas a dor; enganado pelos maus conselhos do Traíra é levado a crer que, tirando a vida tira a dor e tudo se resolve; se as coisas todas existissem apenas do lado de cá, talvez; mas, A Palavra adverte: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Cá é onde, em Cristo, devemos adquirir ingressos para a vida eterna; suicidas são os que desistem na fila. Não me cabe julgar quem prefere a dor de morrer à de viver; mas segue o fato que essa opção é uma desistência.

Contudo, Jó não agiu desse modo, mesmo desejando que a morte lhe viesse como dádiva, não a buscou com as próprias mãos; em lampejos de fé ainda tencionava uma conversa com Deus para entender o porquê daquilo.

Há sofrimentos que são meras colheitas; consequências de maus passos; outros são gratuitos, advindos da inveja da oposição, à qual, incomoda o bom porte. Entre um e outro, não parece difícil escolher se tememos a Deus; “Porque é coisa agradável que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais suas pisadas.” I Ped 2;19 a 21

Portanto, nem toda a crítica ou perseguição são, necessariamente, sinais de reprovação; é preciso uma análise contextual; percepção de quem reprova-nos, e por quais motivos, pois, as vaias do Diabo equivalem ao Aplauso de Deus. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

O mundo espalha seu “politicamente correto” visando massificar incautos; Cristo adverte-nos pela voz da consciência, pra que alinhemos nosso viver aos Seu Valores, a despeito do que o mundo pensa.

Quando andamos bem não é Deus Quem contende conosco mas aquele que carece que andemos mal, segundo suas perversas inclinações.

Somos testados em privações extremas, às vezes; quem possui um relacionamento sadio com Deus, descansa em Sua Integridade, mesmo quando os fatos parecem negar Seu amor ou cuidado; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Se, somos chamados a crer, e “A fé é o firme fundamento das coisas que não se veem...” necessariamente devemos nos fortalecer em Deus a despeito do testemunho dos olhos; “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes, ser maltratado com o povo de Deus, que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;24 a 27

Quem pensa ser a felicidade daqui, e aqui um lugar de descanso ainda não entendeu o jogo; “Levantai-vos, e andai, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição; destruição enorme.” Miq 2;10

Os que perseverarem malgrado toda sorte de oposição e perseguição, se credenciarão ao lugar bendito, onde, “Deus limpará de seus olhos toda lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, clamor, dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Aleitamento Paterno

“Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; minha alma está como uma criança desmamada.” Sal 131;2

Duas situações podemos entender por desmamar; a mais usual é encerrar o ciclo de aleitamento em determinada idade do bebê; outra seria encerrar o ato de mamar por estar saciado, já.

O contexto sugere a segunda alternativa. Pois, anexa à situação, sossego, calmaria; coisa que não se verificaria necessariamente no encerramento do ciclo; mas, após mamar o suficiente os pequenos, geralmente, dormem.

Assim, o autor estaria dizendo que sua alma estava saciada no Senhor, como um bebê bem alimentado.

Calmaria derivada de duas coisas; reconhecimento dos próprios limites; “Senhor, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas para mim.” v 1 E confiança irrestrita no Senhor; “Espere Israel no Senhor...” v 3

Reconhecimento dos próprios limites e atuação dentro deles parece lógico, mas infelizmente não é. Há muitos analfabetos bíblicos que invés de buscar aprender, perguntar para quem sabe, ousam, em pé de igualdade, quando não, de cima para baixo; orgulhosos da própria ignorância fazem bizarras afirmações sobre o que não entendem, como se, coisas pertinentes à Vida Eterna fossem meras questões de opiniões, como, as predileções esportivas ou, políticas. A falta de noção aqui não é estupidez apenas; é suicídio.

Se, o sossego de um Santo advém de sua confiança irrestrita no Senhor, esses nos atacam, ofendem por isso; como se, confiar cabalmente Naquele que tudo Criou e sobre tudo governa fosse uma insanidade.

Vejamos mais: “Assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança estaria vossa força, mas não quisestes.” Is 30;15 Ou, como dissera Moisés: “Aquietai-vos! O Senhor pelejará por vós e vos calareis”.

Por outro lado, a inquietação é posta como subproduto da impiedade; “Mas os ímpios são como mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Quando citamos À Palavra, e sempre fazemos se, o assunto é espiritual, invés de redarguir com outra porção dela como fariam dois salvos, dirimindo dúvidas de interpretação de determinada passagem, partem para ataques pessoais; “Só vocês estão certos”, como se, os pontos bíblicos que realçamos fosse nossa reles opinião, não A Palavra de Deus.

Ora, a mesma Palavra se encarrega de circunscrever a Sabedoria em si; “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Perante Oseias O Senhor reiterou a denúncia de rejeição; “Escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha.” Os 8;12

As consequências foram expostas pelo mesmo profeta para que se entenda que, essa rejeição não é uma coisa pueril como seria meu time perder um jogo, ou, o meu partido uma eleição; vejamos: “Meu povo foi ‘destruído’, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também me esquecerei de teus filhos.” Os 4;6

A rejeição de um sacerdócio que se esquecera de Deus, e de todos que a ele se submetiam.


Por isso, reitero a importância de cada um não se exercitar em coisas maiores que sua capacidade; de um Ministro que ensina deve fazê-lo segundo Deus, não segundo predileções, dogmas, ou opiniões; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

O ministério do ensino não deve ser buscado; o aprendizado sim; “... muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.” Tg 3;1 Todavia, quem pelo Senhor foi capacitado não pode se abster a pretexto de “humildade”; seria apenas, desobediência.

Enfim, triunfe o conhecimento de Deus! Encha a Terra! Esse é o plano! “Não se fará mal nem dano algum em todo meu Santo Monte, porque a Terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.” Is 11;9

Todavia, não pretenda lutar MMA quem ainda é de colo e carece mamar e descansar confiante nos braços do Santo; “Deixando, pois, toda a malícia, todo engano, fingimentos, invejas, todas as murmurações, desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 1 e 2


domingo, 4 de janeiro de 2015

Em terra estranha



“Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?” Sal 137; 4 

Compreensível a nostalgia, a saudade de Jerusalém, depois de tantos anos de cativeiro em Babilônia. 

Entretanto, há algumas coisas a se considerar.  Aquela objeção, mal compreendida, pode dar azo à legitimação dos “santos da bonança” dos “fiéis do tempo bom.” A ideia subjacente é que as pessoas se alegrem em Deus, sejam fiéis apenas quando as coisas forem bem, quando não, podem por a viola no saco. 

Parece que a mulher de Jó pensava assim; uma vez que, na prosperidade do marido não se importava que ele madrugasse para oferecer sacrifícios, adoração a Deus; no ápice da provação dele, aconselhou a blasfêmia, o suicídio. Quantas pessoas em situações desesperadoras ouvem a voz da “mulher de Jó!” Digo sopros interiores aconselhando o suicídio, como se, nele, repousasse uma solução. Deus não está em tais palavras, antes, aconselha: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei e tu me glorificarás.” As 50; 15 

Voltando a Jó, ele fez exatamente isso; desejou uma audiência com o Eterno e obteve, enfim. Quanto ao conselho de sua mulher, jogou na cesta do lixo. “Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” Jó 2; 19 A moderna  “Teologia da Prosperidade” tinha já seus expoentes em dias idos.  

A ideia rasa, mercantil, de um Deus negociante que como adestradores de animais, nos dá um “osso” a cada movimento certo não combina com o Altíssimo, nem com o quê Ele espera de nós. 
Dada a interdependência da vida em sociedade, muitas vezes o juízo acaba atingindo pessoas inocentes, eventualmente. Deus assume isso. Os que em tristeza suspiram pela assembleia solene, os quais te pertenciam, eu os congregarei; esses para os quais era um opróbrio o peso que estava sobre ela.” Sof 3; 18 

Num contexto de promessas de remoção de castigos, Ele aludiu aos que tinham saudade de cultuar Seu Nome; se envergonhavam pelo juízo, dado, serem inocentes. O juízo atingira a todos, mas, a esses que eram fiéis estava guardada uma gloriosa recompensa pela injusta sorte; “...deles farei um louvor e um nome em toda a terra em que foram envergonhados.” V 19 Eram fiéis quando os líderes e a maioria da nação não era; seguiram assim Durante o juízo; depois, foram recompensados. 

Assim, não é erro esperarmos recompensas pelas virtudes, tanto, quanto, temermos o juízo pelo vício. Porém, tal “ceifa” sempre será no tempo de Deus, nunca, no nosso.

Quantos fiéis virtuosos que partem dessa vida, sedentos de justiça para terem sua recompensa apenas na eternidade? Por outro lado, quantos patifes, canalhas, ladrões prosperam a olhos vistos, sendo um acinte aos homens de bem, fazendo parecer que o mal compensa? 

Então, não nos cumpre escolhermos as circunstâncias para sermos fiéis; afinal, uma “fidelidade” nesses moldes sequer fidelidade é; mera negociata. Daniel no cativeiro Babilônico tinha todas as razões para “baixar a guarda;” afinal, foram entregues ao domínio de um rei estranho. Entretanto, decidiu mesmo no palácio real a não se contaminar com as iguarias do Rei. Para ele, fidelidade não dependia da bonança, antes, da boa inclinação de seu coração. 

Ademais, as coisas espirituais vistas da  perspectiva natural são um convite ao abandono, uma vez que, a recompensa parece tardar, tanto aos bons quanto aos maus. Sendo a inclinação natural má, tende a prevalecer. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8; 11 

Todavia, não é a régua natural que mensura valores espirituais, como ensina Paulo: As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2; 13

Os “olhos da fé” não são de córneas,  retina; antes, de confiança irrestrita Naquele que não pode mentir. “Pela fé ( Moisés ) deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11; 27

Como a Obra de Deus após Cristo ganhou contornos universais,  não há “terra estranha” onde não possamos cantar louvores ao Senhor; exceto, cativos do pecado. Contudo, se estamos presos nele, não dependemos do beneplácito de um rei estranho para volvermos ao nosso lugar de paz; antes, basta que rompamos com um príncipe falido cuja única arma é a mentira. 

O Rei que liberta já deu a chave das algemas. Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;  conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8; 31 e 32

sábado, 8 de novembro de 2014

Tendência suicida



“Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada, atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada e se lançou sobre ela.” I Crôn 10; 4

Diverso do que ensinam certos psicólogos e alguns pastores “psicologizados”, nossa carência não é de auto-estima. Embora esse nome composto soe até bonitinho é mero disfarce de outro nem tão belo, o orgulho.

O incidente supra, mostra Saul derrotado, diante de si, apenas a morte; mas, uma vez que seu escudeiro recusou a matá-lo, lançou-se sobre a própria espada, para não dar aos inimigos o gosto de zombarem dele.

Isso é nobre, corajoso, vil? Não sei. Por ora me interessa a constatação que, a vida estava perdida, o orgulho seguia intacto, vivinho. Se nem mesmo um revés que nos priva da vida é capaz de nos induzir à humildade, então, essa é nossa maior carência. 

Claro que não esposo a postura covarde que suplica desesperadamente pela própria vida, invés de aceitar a derrota e morrer com dignidade. Assim fez O Salvador; igualmente Estevão, posto que, suas “derrotas” eram grandes vitórias. Teriam maculado-as, se morressem como covardes. 

Mas, da sobrevida do orgulho temos ainda o exemplo de um dos ladrões crucificados. Enquanto seu cúmplice arrependido suplicou e obteve perdão, ele, no uso do único membro livre que tinha, a língua, blasfemava do Mestre.

Ora, o hábito milenar de transferência de culpa, outra coisa não é, senão, decorrência do orgulho. Primeiro afrontamos à Palavra de Deus; depois justificamo-nos transferindo a culpa às circunstâncias, necessidade; quando não, a outras pessoas. 

Se imaginamos a cena de alguém se arremessando contra uma espada fazemos caretas, como que sentindo um pouco da dor. Entretanto, por nossa parte fazemos o mesmo sem dor nenhuma. Como assim? A Bíblia mesmo ilustra a Palavra de Deus como uma espada; “Tomai também o capacete da salvação,  a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;” Ef 6; 17 Assim, cada vez que  desobedecemos, afrontamos, arremessamos nossas vidas contra a Espada. 

A “nosso favor” temos o fato que a morte não é imediata como foi a de Saul. Abusamos da longanimidade de Deus; quando se torna hábito é mais difícil erradicar que um erro eventual. Salomão identificou essa postura “espaçosa” do ser humano no “vácuo” da paciência Divina. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8; 11 

A morte de Adão e Eva não decorreu justo, disso? Arremeterem ambos contra a Espada? Naquele evento fora prometido ao primeiro casal a substituição da dependência pela autonomia; essa, é a mãe do orgulho, sendo pai, o velho ego. 

O hábito, como a palavra sugere, é algo que habita em nós; desse modo, os maus hábitos nunca são de fácil remoção. Quando ilustra o que Cristo viria fazer, mediante Ezequiel, Deus usa a figura de um transplante de órgãos, para ser devidamente expressivo acerca do que estava em jogo. “E dar-vos-ei um coração novo,  porei dentro de vós um espírito novo;  tirarei da vossa carne o coração de pedra,  vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36; 26 e 27. 

Esse novo coração, como vemos, não bombeia sangue, antes, seu “combustível” é o Espírito de Deus. Quando disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração...” O Dr. Jesus estava já “anestesiando” pacientes para a devida cirurgia. 

Se, o que Ele fez, entre outras coisas, nos livra de um mal mais resistente que a morte, isso não deve alimentar pretensa auto-estima; ( o negue a si mesmo desmonta nosso auto )  antes, aumentar a estima pelo Salvador.

Assim como o escudeiro de Saul recusou matá-lo, ninguém faz isso conosco no domínio espiritual; o arbítrio é nosso, a decisão também. 

Embora aos críticos a conversão pareça decisão de fracos refugiados atrás da Bíblia, a coisa não é bem assim. A cirurgia da auto-negação é dolorosa, quem tomou a cruz  sabe bem. E isso requer certo brio, mesmo que, despido de orgulho. “  Melhor é... o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16; 32 

Removido o velho coração, junto saem aos poucos, hábitos ligados a ele. E o novo implanta novos valores restaurando a dependência em lugar da suicida autonomia. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5; 17

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dinheiro, um amor besta



“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecles 5; 10 

Se, Salomão qualificou  amor ao dinheiro como motor de uma busca inglória, insaciável, como correr atrás da sombra; Paulo alistou os efeitos colaterais dessa corrida. “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, transpassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6 ; 9 e 10 A figura paulina é de um suicida; “transpassaram a si mesmos”.
   
Convém notar, porém, que as objeções não se referem ao dinheiro, estritamente, que é uma coisa boa. Mas, amor ao dinheiro, um sentimento malsão, deslocado. 

Na verdade, o dinheiro é só um símbolo, sem nenhum valor em si mesmo. Representa determinado valor que ostenta escrito, atentando a algumas variáveis. Outro dia fui ao mercado e entre as moedas que dei para facilitar o troco estava uma de pesos uruguaios e nem percebi. A moça da caixa educadamente devolveu, pois nada vale para ela. 

São signos que variam de país para país, ainda que, alguns tenham valor internacional. Mas, reitero, o valor é meramente fiduciário; digo, deriva da confiança num símbolo, seja moeda, seja papel. Há um sistema por trás que o garante; fiados nisso fazemos nossas trocas. 

Afinal, o dinheiro presta-se a uma tríplice função: Avalia, transforma e conserva  bens e serviços. Assim sendo, deveria ser tratado como meio, nunca, fim. 

Mas, ocorre-me agora a lembrança de um quadro no Programa Silvio Santos chamado, “Topa tudo por dinheiro”. Pessoas eram expostas a situações constrangedoras com a promessa de alguma recompensa monetária. A maioria topava. Aquele quadro reflete nossa sociedade, infelizmente. 

Qual o motor da corrupção, prostituição, tráfico, roubo, etc. senão, o amor ao dinheiro? Claro que há os miseráveis que fazem suas estripulias, acossados pela fome e outras privações. Mas, aqueles vícios alistados não são prerrogativas de miseráveis; na verdade, a maioria já possui o suficiente para bem viver e pratica tais coisas. 

Alhures se ouve: “Dinheiro não traz felicidade”; Contudo, alguns gaiatos redefiniram a sentença: “Dinheiro não traz felicidade, mas, manda buscar”. Na verdade, o bem em apreço deveria ser o conforto, não, felicidade. 

O Salvador denunciou mais de uma vez a inversão de valores. “...Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc 12; 15 Adiante contou a história de um fazendeiro que com grande depósito  pensava em curtir a vida. “Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma;  o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.” VS 20 e 21

Inegável que viver bem, cercado do conforto necessário é legítimo anseio de cada um. O que Salomão definiu como vaidade é a expansão excessiva de bens que servirão apenas para contemplar sem usufruir. “Onde os bens se multiplicam, ali se multiplicam também os que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que os ver com os seus olhos? Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.” Ecl 5; 11 e 12 

Além de prestar-se ao desfrute de terceiros, a fortuna atrapalha o sono do primeiro, digo, do proprietário.  Não raro, deparamos com amantes do dinheiro em trincheiras opostas; seria até engraçado, se, não fosse triste. “Igrejas” cuja ênfase central recai sobre dízimos e ofertas, invés de salvação, santificação. E “céticos” em relação a “Deus” por causa desses maus exemplos como se Deus se fizesse representar pelos tais, e, neles, se encerrassem as possibilidades de salvação. “Metaleiros” em trincheiras adversas, apenas.

Igrejas sérias recebem dízimos e ofertas, mas, não condicionam frequência, ou, salvação a isso; Veros convertidos são fiéis  sem necessidade de maiores estímulos que a consciência e o que aprendem da Palavra.

Contudo, célere anda o mundo rumo à desmonetarização; não haverá mais moeda, o dinheiro será virtual.  Assim, acabam-se as possibilidades de roubo. 

Seria ótimo se não trouxesse a tiracolo a maldição de ser o selo de satanás sobre os seus. E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal,...” Apoc 13; 16 e 17   

Paulo figurou o amor ao dinheiro como suicídio; aceitar tal “sinal” será suicidar-se, literalmente.