domingo, 27 de julho de 2025

Tempos de estio


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados”. Sal 84;5

Isso está alinhado com um dito de Jeremias: “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto” Jr 17;7 e 8

No salmo primeiro essa ideia está também; diz que tal homem, “Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

Frutificar em tempo de estio, é uma “anomalia” facultada apenas aos que preservam sadia relação com O Eterno. Dado que, a “A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das que se não vê.” Hem 11;1

Os que a têm no Senhor, recebem a graça de fazer visíveis suas consequências, mesmo em cenários que sugeririam desolação; a firmeza dos benditos do Senhor, evidencia a Rocha que os sustenta. “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

O homem natural tende a pautar suas entradas e saídas, em consórcio com a natureza, o vero homem de fé, relega à irrelevância as circunstâncias, e firma-se no que É Eterno.

Habacuque esposou uma postura assim, em palavras que vale rebuscar; disse: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

Se, acontecessem essas decepções todas, ele as veria com olhos naturais. Todavia, seguiria firmado Naquele que só a fé pode ver, e se alegraria Nele.

Claro que um “desapego” assim requer uma intimidade com O Santo que poucos conseguem atingir, ainda que, esteja ao alcance de todos.

Acontece que, se o objetivo amoroso do Eterno é amplamente inclusivo; “pregai o Evangelho a toda criatura...” Mc 16;15 Sua aprovação é seletiva, conforme a resposta de cada um. “Os Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6 Antes, a figura era, caminho aplanado; agora, caminho reto.

Assim como um extintor de incêndio que é requerido em ambientes públicos, raramente é usado, de certa forma, a fé. Aquele, é necessário possuir em todo o tempo, mesmo nos dias normais. Porém, é nos incêndios que seu valor excelso fica demonstrado.

Também a fé, quando a vida transcorre dentro de certa calmaria, sem maiores incidentes, devemos tê-la e vivê-la; todavia, é nos momentos de grandes provações, que seu sublime valor assoma. Na hora do estio, a água acumulada evidenciará seu valor.

Acontece que, quem não cultivou à fé em momentos que esse cultivo seria tranquilo, tampouco o fará, ante os clamores apressados das emergências.

Tende a alma humana a ser como surfista. “Pegar ondas” sem nenhum motivo mais que, o prazer de se equilibrar sobre elas.

Outrora, tivemos a onda de certo Padre jogando bacias d’água sobre multidões; muitos foram após; a calmaria voltou. Nos States tivemos um “avivamento” onde certa Igreja seguiu cultuando de modo ininterrupto por alguns dias; muitos foram ver de perto aquela “Tsunami”; também se desfez.

Outro dia foram os bonecos de adultos com insanidades infantis, os tais “bebês reborn”; arrefeceu; agora certo “morango do amor”.

Assim vão as almas insanas pulando dum montinho a outro, conforme a criatividade doentia de uns, e visibilidade fútil propiciada por outros.

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados”. Nosso abençoado em apreço não sofre problemas de relevo. Em seu coração estão caminhos planos. Não dá relevância às futilidades que o vulgo dá.

Insano é o agir de quem firma-se em coisas efêmeras invés das eternas; Mesmo o homem que confia em si mesmo em lugar de Deus, está tentando se firmar na poeira, invés da rocha. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Em concorridos ambientes “espirituais” onde muitos aglomeram num entusiasmo coletivo, facilmente eclodem efusivas declarações de fé, “de festim”. Em momentos de crise como a que está vindo, os que brincam de crer, não acharão graça nenhuma.

Quando O Eterno permite que fortes ventos assolem as matas, as folhas secas e os galhos podres caem, e o que é vivo se destaca ainda mais.

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